Por Lola:
Como se não bastasse John me tratando mal desde quando fomos flagrados pela sem sal da namorada dele, agora ela vem pra cá atrapalhar meus planos com John! Preciso armar um plano pra afastá-la daqui e de John, novamente, e ter meu caminho livre pra ficar com ele!
Fui na administração bater meu ponto para ir embora, ouvi um pedaço da conversa da secretária, Jane, ao telefone, aos prantos." Sim, amor, eu tô grávida! Tenho certeza! Fiz 3 testes de farmácia... Um está aqui comigo pra te mostrar, os outros joguei na lixeira... Não, ninguém vai ver, daqui a pouco o pessoal da limpeza vem e retira o lixo. Pra que a chefe nova conferiria o lixo? Nada a ver. Fica tranquilo, vai ficar tudo bem. Tô emocionada, sem saber o que fazer... Sim, será muito amado esse bebê! Também te amo!"
Disfarcei que estava ouvindo a conversa e passei por ela pra usar o banheiro, assim que ela se deu conta da minha conversa, ficou sem graça e me cumprimentou. Falei que usaria o banheiro ali de cima, porque o debaixo estava sujo, mentira, queria conferir a lixeira e pegar um teste de gravidez positivo dela pra enganar John e Anne e afastá-los. Lógico que primeiramente mostraria pra boba da Anne pra ela já sair correndo chorando como da última vez e me deixar a vontade com John. Depois eu juntarei minhas economias e oferecerei uma boa quantia pra Jane, pra me dar um exame ultrassom pra eu tentar convencer John dessa gravidez. Mais pra frente eu diria que perdi, mas já estaria com ele na palma das minhas mãos e a idiota da Anne bem longe de nós dois, de volta para aquela roça, onde ela nunca deveria ter saído!
Achei o bendito do teste e escondi na minha bolsa. Me ajeitei no banheiro, como se fosse ir embora, mas sai a procura de Anne, para afrontá-la. Infelizmente a sem sal já tinha ido pra faculdade. Fiquei enrolando por lá, dizendo que tinha que arrumar o adega, que iria fazer umas horas extras, até ela chegar, pois ouvi John comentando com um colega que ela voltaria para irem junto pra casa dela, nojo!
Estava observando o movimento quando vi a seca da Anne sentada lá fora. Fui rapidamente até ela para mostrar o exame e a idiota caiu no meu golpe, foi embora correndo com cara de choro, adoro!
Estava comemorando minha vitória, quando John chega procurando a bobinha da namorada dele.- Lola, você viu Anne? Ela estava aqui ainda pouco me esperando. - John olhava de um lado para o outro.
- Ela disse que não estava passando bem, que iria embora e que você não precisava ir lá, porque ela tomaria um remédio e apagaria. - respondi com a cara mais lavada do mundo.
- Sério? Mas por que ela não me falou? - perguntou John desconfiado.
- Porque você estava ocupado, oras! Ela pediu pra eu te dar o recado. Dei até um dramin pra ela, porque sei bem como é ficar enjoada ultimamente. - disse e John me olhou desconfiado.
- Bom, vou tentar ligar pra ela pra vê se está melhor. - disse John pegando o celular no bolso.
Fiquei observando com medo dela atender e contar a verdade, mas não tinha mais o que fazer.
- Desligado. É, ela deve tá mal mesmo, pra desligar o telefone. Vou deixá-la descansar. - disse convencido e pondo o celular no bolso.
- John, depois que acabar seu expediente quero conversar com você, é algo sério. - disse séria pra ele.
- Pode falar, Lola, já vou fechar. - disse John me encarando.
- Lembra da nossa noite de amor... - dizia quando fui interrompida.
- Não tivemos noite de amor, pára de doideira! Nem transamos, eu me lembro. - respondeu John seco.
- Claro que transamos, inclusive, sem camisinha. Tanto, que agora estou grávida! - disse grossa pra ele.
- Você só pode estar de brincadeira! - disse John com uma risada sarcástica.
- Não é brincadeira, aqui está a prova! - mostrei o teste pra ele. - Tá vendo esses dois tracinhos? Significa positivo! Esperando um filho seu! - disse me sentindo vitoriosa.
- Lola, desiste! Não tivemos nada, não tem como esse filho, se é que é verdade isso, seja meu! Eu não sou maluco. Você é! Pára de inventar história pra me separar de Anne! - disse John em tom nervoso.
- Eu não vou desistir de você, John. Você é o pai do meu filho! - fiz um carinho na barriga.
- Eu não sou pai de ninguém e vamos provar isso. - respondeu John grosso.
- Eu vou te provar que estou carregando um filho seu e você vai ter que ficar comigo quando ver que é verdade, ok? - o confrontei.
- Claro que não! Se esse filho for meu mesmo eu vou ser o pai dele, mas nunca nada seu, não tenho nenhum sentimento por você, Lola, você é digna de pena! - John respondeu furioso, me deixando com o coração partido.
- Você é um grande babaca, John, mas ainda vai ser meu! Ah se vai! - respondi pegando minha bolsa pra ir embora, deixando pra trás um John raivoso.
Por John:
Eu não posso acreditar nisso! Não é possível que Lola esteja esperando um filho meu, não é! Como vou falar isso para Anne? Logo agora que estamos bem, Lola me vem com essa, vai estragar nossos planos de novo! Eu tô transtornado, morrendo de ódio, sem saber o que fazer! Melhor coisa é ir pra casa e descansar. Amanhã encontro com Anne e conversamos, espero que ela esteja melhor.
No dia seguinte, levantei cedo, como de costume e fui até a casa de Anne para levá-la ao trabalho, antes de ir para a faculdade. Pelo que percebi, ela já tinha ido, pois estava um pouco atrasado e não tinha ninguém em sua casa. Liguei pra ela e chamava até cair, ela deve estar a caminho do trabalho e não ouviu... Fui a faculdade e assisti aula até a hora do almoço, quando resolvi ir ao restaurante atrás de Anne. Ao chegar lá subi direto para a administração, deixando uma Lola confusa lá embaixo. Cheguei lá em cima e vi Jane atarefada.- Oi, Jane, boa tarde! Desculpa encomodar, mas posso entrar pra falar com Anne? - perguntei, pois vi a porta da sala de Anne fechada.
- Oi, John! Ué, você não soube? O pai de Anne sofreu um infarto e ela teve que ir pra lá correndo para o socorrer, porque a mulher dele teve o neném prematuro e está no hospital também. Seu tio está vindo da lua de mel pra resolver as coisas enquanto ela ficará fora.
Minha mente bugou e não ouvi mais o que Jane falava. Por que ela não me ligou? Por que ela não me falou? Não é possível acontecer tudo isso e ela não me procurar para ajudá-la. Tudo bem que eu tenho minhas diferenças com o pai dela, mas Anne me conhece, sabe que eu jamais negaria ajuda e faria o possível pra estar com eles nesse momento difícil! Estou arrasado e não sei nem o que fazer, só quero estar ao lado do meu amor!
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Da Cidade Para Roça
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