E por fim, Diário de um platinado

969 159 62
                                    

Sugawara Koushi, que atualmente é um Sawamura graças ao seu casamento com Daichi, acordou sentindo falta de uma certa presença em sua cama. Ainda de olhos fechados, tateou todos os lados, mas sem sucesso, foi então que resolveu abri-los, percebendo que ainda era de madrugada. Pegou o celular que estava sobre a mesinha ao lado da cama vendo o horário, três da manhã.

O platinado sentou-se, esperando um pouco para poder levantar. O fato de Daichi não estar consigo naquele horário, já o fazia ter ideia do que o moreno poderia estar fazendo e seria mentira se Koushi disser que aquilo não o fazia sorrir de uma maneira completamente espontânea.

Suga levantou-se calçando a pantufa que estava à beira da cama e caminhou para fora do quarto, vendo uma claridade vindo do cômodo ao lado e encostou sobre a brecha da porta para observar aquela cena que, para si, era uma das mais maravilhosas do mundo.

Daichi estava sentado no chão e a cabeça apoiada na cama, com duas crianças deitadas sobre ela, uma segurando a mão da outra e com a mão livre, a da ponta segurava um dos dedos do Sawamura. Koushi estava encantado, não importava a quantidade de vezes que via aquela cena no meio da madrugada, sempre seria seu momento favorito.

Fazia três anos que estavam casados, assim como fazia três anos que estavam com os gêmeos, Emi e Eiko, a maior felicidade dos dois, com toda a certeza. O plano do início era adotar somente Eiko, até descobrirem que ele possuía uma irmã gêmea, então Emi acabou entrando na vida dos dois também.

Os gêmeos possuíam o cabelo loiro, ondulado, e os olhos castanhos, com exceção de Eiko que tinha heterocromia; seu olho esquerdo era verde enquanto o direito era castanho e na época da adoção, possuíam somente um ano. Koushi havia se apaixonado por eles assim que os viu, Daichi não havia ficado diferente.

Com cuidado, o platinado entrou no quarto e acordou o marido que o olhou um pouco confuso e desorientado. Ah, Sugawara jamais deixaria de amar presenciar o Sawamura acordando, talvez aquele momento seja o seu segundo favorito durante as manhãs, o primeiro era quando os dois viam os filhos acordarem.

- Bom dia, Suga... – Daichi desejou entre bocejos, fazendo Koushi rir de leve.

- O sol ainda não surgiu, senhor guarda. – o platinado brincou, fazendo carinho nos fios castanhos do moreno.

- Que horas são? – ele questionou ainda sonolento.

- Três e quinze. – Koushi respondeu simples.

- E eu dormi no quarto das crianças. – Sawamura disse por si mesmo, fazendo Sugawara apenas assentir em concordância.

- Vou pegar o colchão, tenho certeza que se você tirar o dedo das mãos da Emi, ela vai acordar. – o platinado acenou e foi até o quarto que dividia com Daichi para pegar um colchão que tinham guardado justamente para uma ocasião dessas.

Recentemente Sugawara descobriu que quando as crianças acordavam de madrugada e o platinado já estava dormindo, eles acordavam Sawamura para não interromper o seu descanso. Koushi chorou quando os dois pequenos revelaram isso para si, completamente encantado, Daichi lembra que o esposo passou a semana inteira realizando os agrados dos gêmeos.

Outros que eram completamente loucos pelos dois eram os senhores Sawamura e os Sugawara, Emi adorava quando as duas avós iam em sua casa, principalmente quando resolviam fazer biscoitos de chocolate ou um dos bolos de cenoura. Os avôs faziam o máximo possível para entreter Eiko e sempre o levava para alguma quadra esportiva, já que o pequeno adorava esportes.

Sugawara nunca soube descrever o tamanho de sua felicidade por ter uma família tão espetacular, as vezes se sentia um ingrato, mas ele amava aquilo imensamente e não trocaria por nada.

Os gêmeos adoravam ligar para Oikawa, por ele estar na Argentina, pelo menos duas vezes na semana, Tooru ligava para os dois e passava horas conversando com eles. E quando Koushi atendia antes deles, era mais meia hora conversando, as vezes no final de semana, Iwaizumi ia visita-los por Oikawa que insistia que levasse presentes para seus "sobrinhos" e por mais que Hajime o xingasse, ele era apaixonado pelos gêmeos também.

Quando acontece algum jogo, Emi vestia uma camisa para o time em que Kageyama jogava, ela dizia ser sua fã número um, enquanto Eiko idolatrava Hinata Shouyo dentro de quadra, apesar de nenhum dos dois entenderem sobre vôlei ainda.

Ah, e não vamos esquecer de Beethoven, Mozart e Chopin, durante a tarde, os três cachorros sempre dormem com os gêmeos e quando acordam, eles sobem na cama para acordar os dois, avisando que tinham dormido demais.

Koushi e Daichi faziam o possível para registrar cada momento; aniversários, natal, eventos, situações diárias. Tudo eles queriam guardar para sempre. E caso perdessem os registros, pelo menos teriam as memórias guardadas na mente.

Sugawara voltou para o quarto trazendo o colchão e alguns lençóis, os colocando no chão ao lado da cama dos gêmeos. Sawamura deitou no lado da cama, ainda com a mão de Emi segurando seu dedo, Koushi desligou a luz do quarto e deitou ao lado do marido, virando de frente para ele.

- Eu amo quando dormimos com eles, sabia? – Daichi comentou baixinho.

- Eu também amo. – Koushi confessou.

- O fato de estar os três melhores acontecimentos da minha vida, deixa tudo ainda mais perfeito. – o moreno falou simples e por estar escuro, sequer havia visto as bochechas coradas e o sorriso largo que estavam presentes na face de Suga, mas apesar de não estar vendo, o Sawamura sabia que a vermelhidão e o sorriso estavam lá.

- Boa noite, Daichi. – ele desejou, depositando um beijo na bochecha do moreno.

- Boa noite, Suga.

Sabe-se que eles amavam cada momento que passavam com aquelas crianças, e assim como aquela noite naquele quarto não era a primeira, também não seria a última e somente isto importava.

Muitos dirão que é apenas uma história fictícia minha, mas saibam que eu realmente li esse diário, o próprio dono me permitiu ler e publicar esta história para vocês, se não fosse por isso, apenas eu e alguns dos amigos dele saberiam deste enredo. Não sei qual aprendizado vocês tiveram a partir desta história, mas fico feliz por cada um que tenha tirado um pouco de seu tempo para ler cada capítulo. O diário de um platinado realmente existe e saibam todos vocês que eu, Akaashi Keiji, sinto muito orgulho de tê-la publicado e claro, da editora permitir a publicação. E como diria Sugawara, o fim é apenas o início de um novo começo e sinceramente, eu acredito completamente nele, mesmo que para vocês, este seja o fim definitivo desta maravilhosa história.


The End

Diário de um platinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora