Diário de um platinado

Febre

- Daichi? – Koushi chamou baixo, abrindo a porta do quarto do namorado.

Era sábado e fazia quatro dias desde a trágica derrota que tiveram contra Aoba Johsai, durante este tempo, tiveram treino somente no dia anterior. Sawamura adoeceu e acabou não indo para o treino que houve de manhã.

Sugawara saiu da escola naquele sábado e foi direto para a casa do moreno, sequer passou em casa. Quando chegou, a senhora Sawamura pediu para que o acordasse, mas naquele momento, ver Daichi dormindo estava sendo uma apreciação tão linda que o platinado sentiu pena de acordá-lo.

O capitão se mexeu para o lado, abrindo os olhos, ainda sonolento. Era uma visão linda ver Sawamura acordando, Koushi soltou um suspiro apaixonado ao ver Daichi esfregando os olhos, igual uma criança.

- Suga? – murmurou com a voz rouca e abafada.

- Oi, meu bem. – Suga falou enquanto fazia cafuné no cabelo do moreno – Como você está se sentindo?

- Como se um elefante tivesse deitado em cima de mim enquanto um vírus chicoteava meus pulmões. – falou soltando um riso forçado, tendo uma tosse seca logo em seguida.

- Vou trazer algo leve para você antes de almoçar. – Koushi falou se levantando.

- Que horas são? – perguntou enquanto tentava sentar na cama, o platinado o ajudou.

- São quase meio dia, você está muito quente... – respondeu preocupado – Já volto.

Sugawara desceu às pressas as escadas, encontrando os pais do namorado na cozinha que estavam distraídos, conversando.

- Tia Sawamura. – chamou e a mulher virou em sua direção com certa curiosidade. – Acho que a febre do Daichi aumentou. – disse atordoado.

A Sawamura subiu apressada com a caixa de primeiros socorros e um copo de água, Koushi ia atrás da mulher, mas antes resolveu cortar algumas maçãs para Daichi comer.

- Suga-san. – o platinado ouviu a voz do pai do namorado o chamando.

- Oi? - indagou olhando para trás, vendo-o.

- Como foi com o time? - perguntou e Suga arqueou as sobrancelhas, confuso - Daichi comentou sobre vocês terem contado para eles, porém ele já estava saindo para aquele jogo que vocês tiveram e acabei não tendo tempo para conversar com ele depois. - explicou.

- Ah, sim! - foi a reação do platinado - Eles aceitaram muito bem, melhor do que eu esperava, na verdade. - Koushi contou, sorrindo enquanto fatiava as maçãs.

- Isso me deixa mais tranquilo. - o Sawamura suspirou aliviado e Koushi riu - O que há de engraçado?

- O senhor pareceu minha mãe, agora. - respondeu - Ela ainda fez questão de dizer que iria na escola ameaçar o Takeda-sensei, caso alguém fizesse algo conosco. - riu - Bem, vou levar isso para o Daichi, licença. - Koushi disse pegando a pequena vasilha com as maçãs e o mais velho assentiu.

Sugawara subiu as escadas e quando ia abrir, a mãe de Daichi abriu a porta primeiro, assustando-se com Koushi ali e sorriu para ele.

- Já ia chamá-lo - a mulher comentou -, a temperatura dele subiu dois graus. - avisou e olhou para as fatias de maçãs na vasilha, logo pegando uma - Agora pode entrar.

- A senhora gosta de fazer graça, não é? - comentou e a senhora Sawamura apenas riu, depositando um beijo na bochecha do platinado e desceu.

Koushi entrou no quarto, fechando a porta atrás de si e sentou-se ao lado de Daichi na cama, que o olhava com curiosodade. Sugawara entregou a vasilha para ele e o puxou de leve para seus braços enquanto observava Sawamura comer as fatias.

- Koushi? - Daichi chamou manhoso e com a voz rouca.

- O que foi, meu amor? - o platinado indagou gentil enquanto espalhava carícias pelo rosto do namorado.

- Fica aqui em casa, hoje? - pediu choroso - Meus pais vão ter que sair no final da tarde, não quero ficar só... - Sawamura se encolheu no colo de Suga.

- Mas eu nem trouxe roupa. - explicou.

- Acho que tem alguma sua no guarda-roupa.

- Tudo bem, então. - o platinado concordou - Agora deite, você tem que descansar.

- Vai ficar aqui, não é? - perguntou olhando nos olhos de Koushi com súplica.

- Sim, meu bem. Não irei sair do seu lado. - prometeu, depositando um beijo na testa de Daichi enquanto este deitava em seu peito, voltando a dormir.