Diário de um platinado

KageHina - parte 3: decepção

Outubro apresentava a beleza das folhas avermelhadas das árvores. Naquele dia, Sugawara e Daichi estavam sentados no gramado da escola junto de Asahi e Nishinoya, era intervalo do almoço e os quatro resolveram ficar juntos, bom, era a ideia até Hinata aparecer com um semblante triste e Yachi vinha ao seu lado, preocupada.

- Hinata? - Sugawara o olhou curioso, mas não obteve resposta alguma - O que houve? - novamente, Sem respostas.

Lágrimas começaram a cair dos olhos do ruivo e este sentou-se no chão ao lado do platinado, Yachi ficou ao seu lado livre enquanto o amigo desabava.

- Yachi, o que aconteceu? - desta vez foi Nishinoya quem perguntou, já começando a se preparar para socar quem quer que tivesse feito o amigo ficar tão frágil daquela forma.

Sugawara puxou o alaranjado para os seus braços, para tentar acalmá-lo, Asahi e Sawamura voltaram sua atenção para a loira que baixou o olhar.

- O Kageyama... - iniciou, mas logo foi interrompida por um Nishinoya furioso.

- O que ele fez com o Shouyo? - indagou já se levantando.

- Noya, calma. - Asahi pediu segurando o pulso do namorado, que suspirou, mas continuou em pé.

- Por favor, Yachi, prossiga. - Daichi pediu.

- Nós estávamos indo em direção à sala do clube e vimos o Kageyama, nos aproximamos um pouco e... - a loira se interrompeu por um instante, suspirou e prosseguiu - Bom, ele estava beijando uma garota da minha turma, ou ela beijou ele, não sabemos direito. - concluiu de forma atrapalhada e os quatro olharam entre si.

Hinata apertou mais o abraço de Sugawara, o coração do alaranjado estava quebrado em vários pedaços e eles não sabiam o que fazer. Koushi estava horrorisado com aquela história, não queria acreditar, afinal Kageyama havia confiado em si para se abrir e aquilo não parecia de seu feitio.

- Yachi, onde exatamente o Kageyama estava? - Sugawara perguntou.

- Próximo da nossa quadra. - Hitoka revelou sem entender o porquê da pergunta.

- Nishinoya, cuide do Hinata. - aquilo não foi um pedido e Yuu percebeu, apenas assentindo e trocando de lugar com Koushi - Meu bem, vou resolver uns assuntos e já venho te socorrer, está bem?

- N... Não precisa, Suga-san... - Hinata respondeu com a voz embargada.

- Suga, o que vai fazer? - Daichi indagou preocupado.

- Meus instintos de mãe diz que tem algo de errado nesta história e ai do Kageyama, se o que eu tô querendo acreditar estiver errado. - respondeu de costas para o grupo e os dois terceiranistas, junto de Yachi e Nishinoya arrepiaram-se, Sugawara dava medo quando queria.

Ao chegar próximo da quadra, Koushi procurou Kageyama como se estivesse procurando uma alma para ser sacrificada. Acabou por encontrá-lo lavando o rosto atrás da quadra, Sugawara encostou-se na parede cruzando os braços e com uma voz falsamente gentil, indagou:

- Quem era a garota?

Kageyama Tobio nunca sentiu tanto pavor em sua vida como naquele instante ao ver o sorriso decente de Sugawara.

- Você viu? - perguntou com arrependimento.

- Eu não. - respondeu dando de ombros e Kageyama suspirou aliviado - Mas o Shouyo, sim.

Os olhos de Tobio se arregalaram, por que justo ele teve que presenciar aquilo? Kageyama queria resolver aquilo logo, antes que piorasse.

- Espero com todo o meu coração de mão que os meus instintos estejam certos, Kageyama; porque se não estiverem, sinto muito. - falou ríspido e Kageyama baixou o olhar - Explique-se.

O moreno de olhos azuis soltou um longo suspiro.

- Ela me forçou a beijá-la.