Bônus - Fabiane

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Desde que entrei na faculdade que automaticamente me simpatizei com Marina. Sentamos do lado uma da outra e fizemos uma amizade incrível. Logo no primeiro ano decidimos morar juntas. Meus pais sempre bancaram minhas despesas assim como os pais de Marina. Um dos períodos mais difíceis que enfrentamos foi quando os pais dela morreram num acidente de carro. Já éramos próximas, eu Mary e Chris. Foi muito difícil de consola-la.

Nesse período Chris passava quase o tempo todo conosco no nosso apartamento para não deixar Mary sozinha, foi nesse período que nos aproximamos e começamos a namorar.

Depois veio os problemas financeiros de Marina. Sem a ajuda dos pais, Mary teve dificuldade em pagar a faculdade e se manter. Chris resolveu ajuda-la colocando ela pra trabalhar na empresa. No começo era pra ajudar a ela, mas logo percebemos sua competência e hoje ela é a melhor funcionária da empresa além de a mais confiável.

Há 2 anos atrás, assim que me casei passei pelo período mais difícil que tive que enfrentar até hoje, perdemos nosso bebê com 9 semanas. Foi muito difícil pra mim passar por tudo isso, mas de novo Mary ficou do meu lado o tempo todo.

Para superarmos essa situação Chris resolveu viajar comigo e Marina ficou praticamente cuidando da empresa. Foi aí que percebemos o quanto ela era importante na empresa. Ela cuidou de tudo, sempre deixando Chris a parte de tudo, desde essa época que Chris cogita  colocar ela na gerência da empresa, só estava esperando o pai passar todas as ações pra ele.

Há alguns dias atrás descobri uma notícia que me deixou feliz e com medo ao mesmo tempo. Descobri minha gravidez, estava com medo do que iria enfrentar mas feliz por saber que de novo teria a chance de ser mãe. Havia marcado um almoço com Mary porque apesar do amor que tinha pelo Chris queria que ela fosse a primeira a saber, minha amiga, minha irmã, ela saberia me dizer as palavras certas para me animar.

Achei estranho quando ela não apareceu pro almoço e quando Chris me disse que ela havia saído com Theo eu duvidei. Ela não me deixaria assim por um homem, eu tenho certeza. Quando descobri o sequestro meu mundo desabou.

Eu e Mary sempre tivemos uma cumplicidade enorme, e uma se sente responsável pela outra.  Eu a considero como uma irmã e ver ela daquele jeito estava acabando comigo.

Nesse período Theo me surpreendeu.... Ele tem cuidado de Mary de uma forma muito protetora. Sempre achei Theo mulherengo e tinha medo dele influenciar Chris pra esse lado, mas observando a forma que ele tem cuidado de Mary no hospital sinto que algo dentro dele mudou. Mary tinha mesmo esse poder. Ela sempre tirava o melhor das pessoas ao seu redor, eu amava isso nela. Mary nunca namorou sério, desde a época da faculdade, dizia não se apegar a homem algum, tinha uns ficantes, mas namorado, nunca vi.

Mesmo sentindo que Theo estava cuidando muito bem dela eu me sentia na obrigação de estar ali, não conseguia imaginar o sofrimento da minha amiga e de até me sentir um pouco responsável por tudo, ainda mais quando eu descobri que ela havia sido sequestrada por assuntos da empresa e mais, que era pra ser eu ou o Chris, mas que ela foi o alvo mais fácil.

Ficar no hospital estava exaustivo demais e meu corpo estava sentindo. Nessa madrugada eu passei a noite toda vomitando e me senti muito fraca, tive uma tontura e se Chris não estivesse do meu lado eu teria caído no chão do nosso quarto. Minha médica exigiu meu repouso e por conta disso não pude ficar o dia de hoje com Mary, mas sabia que Theo cuidaria muito bem da minha amiga, esse era meu consolo.

Passei o dia descansando, mas minha mente só ficava naquele hospital, queria minha melhor amiga aqui, ouvir seus conselhos e seus cuidados comigo. Ela será sem dúvida a madrinha do bebê e eu iria contar isso pra ela no nosso almoço.

Deus, não deixe minha amiga morrer, por favor, eu preciso muito dela.

Um amor de DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora