Capítulo 14 - Felicidade

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Marina

Parece que estou despertando de um sonho. Tento abrir meus olhos, mas parece muito forçado. Respiro fundo, mas dói quando faço isso. De novo tento abrir meus olhos, agora consigo ver uma sala clara, com uma TV, não consigo ver o que está passando, minha vista está embaçada. Olho pro lado, vejo flores. Minha memória vem vindo aos poucos.. Bruno me pegando no carro, Theodoro entrando, a dor começa a invadir meu peito. Me lembro do dinheiro. Ah Chris, me perdoa, por favor. As torturas. A vergonha. Sinto uma lágrima escorrer no meu olho. Vou tentar limpar mas minha mão está presa. Olho pro lado pra ver o que me prende. É Theodoro. Ele dorme sentado em uma cadeira em cima da minha mão. O que será que eu perdi? Penso... tiro minha mão debaixo dele devagar. Passo meus dedos pelos cabelos macios dele, deixa eu aproveitar enquanto ele ainda dorme. Já já ele acorda e vai começar aquelas cantadas baratas que vai me irritar.. Sorrio ao pensar nisso!

Theodoro

Estou dormindo e sinto uma carícia gostosa nos meus cabelos, uma mão macia, pequena, quentinha. Que bom! Ergo minha cabeça tentando entender o que está acontecendo. Vejo Marina, ela está acordada me acariciando, olhando pra mim, e me dá um sorriso. Quase pulo em cima dela de felicidade.

- Por Deus Marina, você acordou, graças a Deus, Jesus, que bom minha peque.. Marina.. Dou um beijo em sua testa.

- Oi - Nunca fiquei tão feliz em ouvir duas letras assim!! Sua voz estava baixa mas ela estava ali comigo, era isso que importava. Seu sorriso se abriu ainda mais.

- Oi Mary, você está bem? Tá sentindo alguma dor? Quer alguma coisa?

- Água.. - Ela fala baixinho..

Eu pego sua mão, dou um leve beijo e estou indo buscar a água quando ela segura minha mão. Ainda está sem forças, mas foi o suficiente pra eu me virar pra ela novamente e ver seu semblante preocupado.

- Tá tudo bem, só vou buscar água e chamar o médico, não vou me demorar, nunca mais vou te deixar. - como se fosse algo natural e necessário lhe dei um selinho e saí.

Marina

É sério que ganhei um selinho de Theodoro?? É, algo de errado não está certo! Rsss

Theodoro entra com um copo de água no canudo e um médico atrás dele.

- Oi Marina, como vai, sou o Dr Sanches.

- Oi doutor.

- Pode dar a água pra ela.

Theo coloca o canudo na minha boca, tento beber, mas me engasgo, derramo tudo, ele limpa tudo suavemente, eu olho pra ele, não consigo entender nada.

- Como está se sentindo? - Dr Sanches me tira dos meus pensamentos.

- Como se estivesse sido espancada. Fui rir mas uma dor imensa invadiu meu peito. Achei que ia morrer.

- Sua costela ainda vai te causar algumas dores, dificuldade pra respirar e principalmente fortes dores ao tossir ou espirrar, então vamos evitar esforços, ok? Sua pressão está boa, os batimentos cardíacos também, bem vinda de volta, estávamos todos preocupados com você.

Quando ele disse isso Theodoro segurou na minha mão. De novo o olhei, não conhecia aquele olhar carinhoso, mas estava perdida naqueles mundo verde dos seus olhos.

- Vou deixar os pombinhos a sós - Ele disse. - Eu volto amanhã de manhã, mas uma enfermeira vai te acompanhar de hora em hora.

- Tudo bem doutor, muito obrigado por enquanto! - Theo disse, não entendo.. é ele que está me acompanhando aqui no hospital?

- Quer mais água? - Ele pergunta.

- Não, obrigada. Há quanto tempo estou aqui.

- Há 5 dias, quase te perdemos - Theo fala e abaixa a cabeça, sinto o peso da tristeza nele.

 - Porque está assim?

- Porque tudo isso é minha culpa, eu ignorei todos os sinais, você me pedindo ajuda no carro, depois não consegui te livrar daqueles brutamontes, e depois quando ele te bateu por tentar salvar minha vida.. Nunca havia passado por isso. Sou sempre eu que ajudo, nunca nenhuma mulher salvou minha vida antes, e você quase morreu por isso, não consigo parar de pensar que quase te perdi.

- O que foi que eu perdi Theodoro? Quando você deixou aquelas cantadas baratas de lado pra me levar pra cama e começou a me tratar com todo esse carinho? - Theo olhou pra mim com uma cara de quem se sentiu ofendido.

- Quando eu vi a mulher maravilhosa e corajosa que você é. Meu maior medo era de você morrer e a última impressão que teve de mim é que eu era apenas um mulherengo que queria te levar pra cama, enquanto você foi a mulher que salvou minha vida.

- Porque fica falando isso? Foi você que salvou minha vida, se você não estivesse lá nem sei o que eles fariam comigo, eu só aguentei tudo porque você ficou comigo o tempo todo Theodoro..

- Por favor, me chama só de Theo. 

E como querendo selar nossa cumplicidade Theo me dá um selinho, mas não desgruda seus lábios do meu, coloca sua mão na minha nuca, e vai abrindo sua boca, pedindo passagem para sua língua e eu resolvo ceder, e nosso beijo começa calmo, quente, com sentimento, estava muito bom, mas quando o ar me falta e eu tento respirar fundo, me lembro que não poderia ter feito aquilo...

- Ahhh.. costela... quebrada..

Theo ri.. 

- Me desculpa. Me empolguei. Vou ligar pra Chris pra avisar que você acordou. Fabi está muito preocupada.

Theo se senta novamente na cadeira, agarro seu braço que está em cima da cama, o vejo falando com Chris, e durmo assim, ainda estava bem cansada.

Um amor de DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora