Marina
Nunca Theo havia me deixado tão irritada assim, a forma como gritou comigo, era a segunda vez que isso acontecia. Eu estava tão nervosa que preferi não discutir com ele naquele momento, pois eu me conheço bem pra saber que diria coisas que me arrependeria depois. Fechei mesmo a porta do quarto, as vezes sinto que o quarto, a casa é dele, mas estou morando com ele, então é tudo nosso. Eu sabia que se ele entrasse viria com aquela de desculpa, acabaríamos fazendo amor e depois ia fingir que nada tinha acontecido, mas eu não queria isso.
Na segunda-feira me levantei mais cedo, tomei um banho, me troquei e fui procurá-lo. Procurei pela casa toda e não o encontrei, fui até o quarto de hóspedes para ver Luke e dois estavam dormindo na cama. Ri com a cena, mas logo me contive. Cheguei perto dele e acariciei seus cabelos. Theo abriu aqueles olhos verdes e lindos pra mim, e minha raiva vai toda embora, eu sabia disso, mas tinha que conversar com ele.
- Theo, temos que conversar.
- Eu sei.
- Eu não sei o tipo de relacionamentos que você já teve, mas eu não gosto de homens gritando comigo.
- Eu não sou assim pequena.
- Sim, mas já fez isso duas vezes.
- E tudo por causa daqueles dois irmãos, eles me tiram do eixo.
- Do que você está falando Theodoro?
- Aff, Augusto anda te seguindo e me provocando com isso. Ontem mesmo ele estava no shopping.
- Impossível Theo, eu o teria visto.
- Mas ele te viu, por isso que acho que ele não está agindo sozinho.
- Mas eram só os dois não eram?
- Mary, eu não sei, e isso me tira do sério. E as ameaças em cima de você, entende porque fico assim?
- Entendo grandão. Me desculpa também, mas acho difícil ele chegar perto de mim.
- Sim, mas continuo com medo.
- Não fique meu amor, não vou te abandonar.
- Me abandonou essa noite- Theo fez biquinho que eu beijei sugando os lábios dele.
- Me desculpa por isso, você merecia um castigo pra aprender a não gritar mais comigo.
- Nunca mais faço.
- Te amo grandão.
- Te amo pequena.
(...)
Fui trabalhar pensando no que Theo havia acabado de me contar, como Augusto sempre estava tão perto e tão longe? Realmente parecia que ele tinha ajuda.
Cheguei na empresa e a recepcionista veio ao meu encontro com um copo de café. Olhei assustada.
- Bom dia Srta Mary, estou disposta a melhorar meu comportamento e continuar na sua empresa se assim permitir. - Me estendeu o copo de café. Confesso que ouvir "sua empresa" me fez reviver meus passos desde a adolescência até esse momento. Sorri para ela.
- Que bom que entendeu a forma como a empresa trabalha. - Ela me sorriu sincera.
- Sr. Marshall ligou dizendo que não vem hoje. - Gostei do profissionalismo ao tratar Chris. - Disse para passar o recado com todas as letras. "Fabi e sua melhor amiga compraram o shopping ontem e agora eu tenho que organizar tudo." - Eu ri alto.
- Obrigada.
Subi pelo elevador. Passei por Lucy e pedi pra ela ir na minha sala. Revisamos alguns papéis e pedi pra ela remarcar a reunião que eu tinha de manhã, pois a presença do Chris era importante e ele não estava na empresa. Então eu sabia que minha manhã seria mais tranquila revisando relatórios... Delícia!!! Só que não!! Haha.
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Um amor de Delegado
RomanceMarina e Theodoro veem suas vidas ligadas no mais turbulento dos acontecimentos. Será que o amor pode nascer no medo? Acompanhe essa linda história de amor e suspense.