Marina
Era uma arma, não venha me perguntar se era 38, 42, automática ou semi automática ou não sei o que mais que essas armas tem. Só sabia que ela matava. E hoje eu queria vingança. Não sabia olhar se ela estava carregada, mas imaginei que Theo não a guardaria descarregada neh!. A única coisa que percebi é que ela era toda preta e seria minha defesa. Saí do escritório ainda olhando aquela arma e quando vi Giseli pensei que poderia testar nela antes, pra ter certeza se funcionaria. Haha, brincadeira. Não sou assim não.
Entrei no carro, coloquei a arma no banco do carona e rumei pro lugar onde Sérgio me enviou o endereço.
Confesso que não pensei muito no que ia fazer, e se o irmão estivesse junto, já sabia que não dava conta dele. Deveria ter ligado para o Theo, mas ele não entenderia e eu tinha que resolver isso, enfim, depois de muito pensar cheguei. Minhas mãos começaram a tremer e a suar. Não era outra crise de pânico não, era meu cérebro me avisando que eu estava entrando em perigo, mas eu ignorei seu aviso.
Como que me vigiando, Sérgio saiu em uma pequena porta e depois abriu ela pra mim. Estacionei o carro e entrei, não tranquei a porta, só encostei. Enrosquei a arma na parte de trás da minha calça e desci do carro o encarando. Quando desci olhei para todos os lados, odeio galpões desde que quase morri no último que fiquei presa. Mas parecia ter só ele lá, também não parecia ser um lugar que ele ia muito, parecia abandonado.
- Eu vim. - Me limitei a dizer isso.
- Obrigado princesa.
- O que tem pra me dizer?
- Quero te contar daquele dia.
- To ouvindo.
- Bem, princesa.. (Toda vez que ele me chamava de princesa me dava ânsia de vômito que eu tinha que controlar). - Aquele dia que te sequestramos eu não queria que as coisas fossem tão longe, mas eu respeito muito meu irmão. Ele cuida de nós. Depois daquilo eu quis me aproximar de você, te explicar direito tudo o que havia acontecido pra gente poder ficar junto -(Louco). - Mas você sempre estava com aquele bruta montes do seu namorado. Enfim, eu resolvi acompanhar tudo mais de perto, pois quando vocês terminassem eu poderia me aproximar de você (Baboseiras).. Eu estava até feliz pelo que meu irmão fez pois assim aquele nojento não tiraria sua pureza (Feliz?? Pureza?? Peraí, ele achava que eu era virgem? To boba) - As câmeras na sua casa foi pra garantir sua segurança. - (Segurança, sei) - Mas naquela noite em que você se entregou pra ele eu fiquei com ciúmes. Isso não muda nosso amor, mas eu fiquei - (Nosso amor???) - Então no outro dia eu fui até a sua casa, eu queria limpar tudo pra você voltar a ser pura e minha. Abri a porta e fui até seu closet procurando a camisola que tinha usado com ele. (Só conseguia ficar de boca aberta pensando se eu realmente estava ouvindo tudo aquilo) - Mas daí aquele cão feroz me atacou e eu tive que me defender. (Não aguentei).
- Cão feroz te atacou? Pelo amor de Deus Sérgio, ele se defendeu de você.
- Princesa, você é minha, ele é feroz sim, foi até bom matar ele, imagina o que ele faria com nossos filhos?
Minha cabeça girou e tive que me segurar na parede para não cair, eu estava ouvindo isso mesmo?
- Nossos filhos? Você enlouqueceu Sérgio.. - Mas ele parecia que havia criado uma fantasia na cabeça e não me dava ouvidos
- Tá bom, olha, te dou outro cachorro, um mais calminho já que você gosta tanto desse bicho.
- Pera, pera, peraí um pouco. Sérgio, você acha que nos amamos, que eu vou ficar com você, casar e ter filhos e comprar outro "bicho". É isso mesmo?
- Isso minha princesa.
- NÃO ME CHAME ASSIM, NUNCA MAIS ME CHAME ASSIM!! - Vociferei pra ele. - Eu não sou sua princesa, eu só tenho nojo e ódio de você, agora até um pouco de pena, vendo que você é louco. Nunca que você encosta em mim, você matou meu melhor amigo, meu companheiro, você não tem coração, você é um desumano cruel e eu te odeio com todas as minhas forças e vim aqui pra acabar com isso hoje. - Puxei a arma que estava atrás presa na minha cintura e a segurei com as duas mãos, pois tremia demais, limpei as lágrimas que caíam pelo meu rosto, mirei na cabeça dele e disse ao final. - Isso é por Luke - E puxei o gatilho fechando os olhos..
Ouvi um click baixinho e a arma não fez nada, não saiu uma bala, puxei de novo por mais umas 3 vezes e nada. Olhei para Sérgio que agora tinha um olhar mortal pra mim.
- Você tentou me matar? Você ia me matar por causa de um animal? Você é uma vadia mesmo, meu irmão que estava certo, devia ter te matado naquele galpão, você não presta, vou te matar e depois vou deixar meu irmão matar seu namoradinho. Nessa hora Sérgio sacou uma arma e mirou na minha cabeça. - Realmente você não é mais minha princesa. Ele perverteu você, você agora é só uma vadia.
Quando ele parou de falar e mirou diretamente em mim eu só fechei os olhos. Um estrondo de tiro soou fundo no meu ouvido. E mais um e mais um. Fim.
Theodoro
Sabia que Marina estava fazendo merda, mas não imaginei que fosse uma tão grande assim. Chegamos rápido ao galpão pois já tínhamos estado lá para revista há alguns dias atrás e já sabíamos o caminho. A porta estava só encostada, então não precisei arrombar. Fui entrando com calma e os policiais atrás de mim. Quando Marina estava no meu campo de visão fiquei louco com tudo que vi. Ela segurava uma arma. Uma arma? Não.. a minha arma. Onde ela conseguiu aquela arma? Ela gritava com aquele escroto e vi quando ela ameaçou de atirar nele. Ela teria coragem pra isso? Mas vi quando puxou o gatilho e nada saiu. A arma estava travada, eu só conseguia pensar nisso, Travada Mary, destrava ela. Ela tentou mais algumas vezes e nada. Mas no mesmo instante eu vi o ódio que se fez do outro lado dela, aquele imbecil a chamando de vadia e aí ele sacou a arma dele. Ele não era inexperiente como Marina, a arma dele estaria bem destravada. Sem pensar em nada atirei uma vez mirando seu peito. Ele só arqueou pra trás, mas ainda se manteve de pé. Olhou de onde vinham os tiros e fiz questão de olhar no fundo dos olhos dele. Atirei a segunda vez bem perto do coração. Ele caiu de joelhos. Atirei a terceira para me certificar que daí ele só saia no saco preto. Enfim, minha justiça.
Os policiais que estavam atrás de mim correram pelo galpão revistando cada canto. Allan foi até ele pra confirmar sua morte e eu fui atrás da minha mulher.
- Você está louca Marina? O que pensa que estava fazendo? E se eu não chego? E se você morre? O que ia fazer sem você? Você não pensa nas consequências dos seu atos? Merda, merda, merda!!!
Marina me olha assustada e chora descompassada.
- Calma cara, tá assustando ela - Allan me volta para a realidade.
Calma? Não, eu não tinha calma. Eu tinha um monstro dentro de mim, coberto de raiva e medo. Isso, medo, quase a perdi. Nunca tinha sentido isso por ninguém, medo de perdê-la, não conseguia respirar, o ar me falta. Olhei para Marina novamente. Ela se abaixou quando escutou os tiros e agora estava no chão chorando e Allan a abraçando tentando acalma-la. Acho que saí do meu corpo e voltei. Me abaixei até ela.
- Me desculpa pequena, é que não suportaria se algo ruim acontecesse com você. - Marina solta dos braços de Allan e pula nos meu braços me abraçando tão forte que quase me sufoca. Só que não. Rsss. - Eu a beijo como se dependesse de sua boca pra viver, passo a mão em todo seu corpo tentando procurar algum ferimento e seguro seu rosto com as duas mãos fitando aquele olhar de anjo pra mim.
- Eu só queria dar um fim no meu sofrimento. - Ela falou ainda chorosa. - Como eu ia adivinhar que você guarda uma arma que não funciona?
Olhei a arma no chão, Allan fez cara de riso.
- Ela estava travada pequena, vou te ensinar a usar. Mas agora vou te levar pra casa. - E bem baixinho no seu ouvido eu disse - E vou te castigar por ter me assustado assim.
Mary riu.
Oi gente, estamos chegando a reta final do livro, já tenho mais 3 no forno, mas só vou começar a publicar quando eu tiver toda a história desenvolvida. Deixem likes e comentários por favor!
Beijos
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Um amor de Delegado
RomanceMarina e Theodoro veem suas vidas ligadas no mais turbulento dos acontecimentos. Será que o amor pode nascer no medo? Acompanhe essa linda história de amor e suspense.