Extra IV: Portanto, o amor é o cumprimento da Lei.

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- Menina, para de ficar se olhando nessa câmera! Isso é narcisismo ou tu é só gado, mesmo? Já disse que teu cabelo tá bom, para de ficar mexendo, logo tá puro óleo.

Irene abaixou o celular que apontava o rosto só para poder fechar a cara para Yeri Kim. Por que tinha convidado a vizinha para a sua festa de formatura, mesmo? Certamente, não foi para Yeri tirar uma com sua cara. Mas, apesar de irritante, Irene conseguia admitir que a mais nova estava bonitinha, toda arrumada, como se a formatura fosse dela. Parecia até uma mocinha. Para contextualizar, as mais novas e a mãe da Bae tinham acabado de sair de um carro pedido por aplicativo e caminhavam em direção à entrada da casa de eventos, onde ocorria a festa de formatura dos terceiros anos do colégio São Leopoldo. Então, em vez de ficar reclamando com Irene, Yeri devia estar era agradecida por Irene ter considerado dar um convite a ela.

- Os convites, para quem vai na frente. – Tiffany estendeu o envelope entre as duas que seguiam à frente, e Irene o pegou, em vez de dar uma resposta que Yeri certamente merecia. Não que Irene tivesse pensado em uma, mas tudo bem. Poderia ter pensado. Só não pensou porque estava, hm, nervosa. E pouco tinha a ver com inseguranças em relação ao cabelo ou qualquer coisa que fosse. – Ah, olha, que ótimo! Seulgi também já está aí!

Era por isso. Quer dizer, não exatamente por causa de Seulgi, porque... Ok, talvez, agora, um pouquinho. Porque Seulgi... Tipo, uau.... era difícil articular, porque, assim, bonita Seulgi normalmente já era, mas... Irene definitivamente não ficou para trás, sorrindo que nem besta, assim que a Kang ouviu o nome ser chamado, acenou para as recém-chegadas e sorriu em direção a elas. Tipo, o sorriso de Seulgi era muito bonito, também, mas Seulgi estava praticamente brilhando, naquela noite e... Eram Tiffany e Yeri que estavam caminhando rápido demais, na verdade. Irene definitivamente não ficou em choque com a beleza da namorada, porque, poupem a Bae, ela já estava a acostumada a olhar para aquela cara quase que todo santo dia.

Mas, assim, de verdade, Seulgi estava tão... com os cabelos alisados, a maquiagem que marcava bem o desenho dos olhos, com um vestido acentuava bem as curvas de sua cintura fina e com uns saltos que, apesar de não muito altos, valorizavam, ainda mais, aquelas....

- Aí, carai, mais uma yag formada! Só orgulho!

E Yeri estava tão morta. Muito morta. Mas tão morta... Como se não bastasse falar besteira na frente de Tiffany, estava falando baboseira na frente dos pais e irmão de Seulgi. Vê se não dá vontade de estrangular uma criança? Tá, tudo bem que, provavelmente, os mais velhos não entenderam bulhufas do que a Kim dissera, mas, mesmo assim! E como se não bastasse aquilo, Yeri deu passinhos apressados e abraçou a Kang dum jeito desnecessariamente exagerado, as balançando de um lado para o outro, enquanto eram forçadas a girar no próprio eixo, tudo por culpa da Kim. E o que Seulgi fazia, além de agradecer? Isso mesmo, só ria.

Na verdade, todo mundo ria. Irene era a única passando constrangimento com a cena, mesmo. Mas, como julgar a Bae, numa situação daquelas? Era sua mãe, a família de Seulgi, todo mundo junto e misturado. Muita coisa para processar. Seu coração batia tão forte quanto os bumbos da música que vinha do lado de dentro da casa de festas.

Como Irene deveria cumprimentar Seulgi, numa situação daquelas? Certo... Yeri e Tiffany tinham cumprimentado a garota com abraços. E era como Irene normalmente a cumprimentaria, com um abraço breve, é claro, nada no nível de Yeri, fosse na frente de sua mãe ou da mãe da garota, mas... Era muita gente, muita coisa acontecendo. E tinha Tiffany cumprimentando os pais de Seulgi como se aquela fosse uma situação qualquer, e tinha Yeri fazendo um toquinho de mãos com Seojun como se fosse íntima do rapaz e...

- Cê tá linda. – E o abraço meio por trás, meio torto, que Seulgi a deu ao deixar um rápido beijo em sua bochecha foi tão breve que o susto de Irene durou mais tempo. Foi a ação repentina e inesperada, com certeza, duma ligeirice sem tamanho, aquela de Seulgi, que causou, em Irene, um frio tão grande no estômago e uma quase taquicardia.

Livrai-nos do mal, amém!Onde histórias criam vida. Descubra agora