Extra VI: Pois todo o que pede recebe.

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- Hm... Wendy?

Enfim a última sexta-feira antes das férias de julho havia chegado! Era esse o espírito que Wendy Son tinha: o de comemoração e alívio, por mais que observar Joyce Park, Seulgi Kang e Jennie Kim a jogar vôlei com mais alguns colegas de sala não fosse a coisa mais empolgante a se fazer. Bem, eram as horas finais de sua tortura, de qualquer forma. Não tinha motivos para lamentar. Logo estaria livre daquele lugar, até agosto! Por isso estava bem, ali, na arquibancada da quadra de esportes, se distraindo no Twitter já que a companhia, à esquerda, não era lá muito falante normalmente... então imaginem com um livro em mãos?

Não, mas, espera... A Son tinha ouvido...

- Você me chamou? – Wendy franziu ligeiramente a testa e tombou a cabeça para o lado, um tiquinho, ao tornar sua atenção para a garota. Irene Bae assentiu, ainda que os olhos tivessem sido mantidos na página que supostamente lia. – Pois, diga.

- Hm... – Aparentemente pensativa, Irene também franziu um pouquinho as sobrancelhas e ajeitou os óculos no lugar. – Só uma curiosidade, mas... O que você faria, tipo, se fosse pedir alguém em namoro...?

- Eu? – Wendy teve diferentes reações em diferentes momentos. A primeira foi apontar para si mesma. – Que? Pera. Que? – A segunda, foi arregalar os olhos. – Não, que?! – A terceira, abrir o bocão, em incredulidade. E foi daquele jeito que Wendy ficou, mesmo quando Irene a fuzilou com o olhar pela exaltação em volume mais alto do que o necessário.

- Só responde. – É. Pelo jeito pistola-constrangido que Irene a encarava de volta, Wendy tinha acertado em sua suposição mental.

- Cê quer saber o que eu faria se eu fosse pedir alguém como a Seulgi em namoro...? – Wendy, então, sorriu marota, ao piscar para a garota ao seu lado. Irene revirou os olhos, mas não teve tanto sucesso em reprimir o sorriso. Seulgi tinha umas amigas meio... exóticas, mas Irene estava se acostumando a conviver com elas. – Mas, sério? É isso mesmo? Tipo, tu tá pensando mesmo em –

- Meu Deus, só responde... – Irene interrompeu a Son ao massagear as têmporas, sem saber se a reação de Wendy estava a deixando mais envergonhada, frustrada ou irritada.

- Tá... o que eu faria se eu fosse pedir a Seulgi em namoro... – Wendy cruzou os braços, franziu as sobrancelhas e fez um biquinho inconsciente com os lábios, assentindo lentamente ao pensar. Nojento. Pedir Seulgi em namoro seria nojento. Mas, vendo pela ótica de Irene... Nah. Wendy também não conseguia enxergar nada pela ótica de Irene. Gay demais até para ela. – Sei lá, cê conhece a peça. Qual a da pergunta?

- É que... não sei. – Irene, enfim, fechou o livro que tinha em mãos e suspirou, antes de prosseguir. - Eu nunca fiz nada do tipo e... não sei, vai que ela está confortável assim e prefere desse jeito, eu não sei.

- Que? Tu tá com medo da Seulgi rejeitar? – Wendy ergueu tanto as sobrancelhas que elas quase desapareceram por baixo da franja descolorida. Pelo visto, Irene só estava menos doida. A loucura continuava escondida ali dentro, em algum cantinho. – Olha pra cara daquela boiola e depois me repete isso que cê acabou de dizer. Não faz sentido nenhum.

- Não é só isso. – Irene rapidamente negou com a cabeça, a ansiedade prévia a dominando demais para achar graça no comentário final da Son. – É que, assim... E se ela não gostar? Tipo, não quero fazer algo exagerado demais e acabar passando vergonha. Mas também tenho medo de que algo muito simples faça parecer que não tem importância. Não sei, eu poderia seguir o roteiro cliché, mas justamente, não é nada original e.... – Irene, daquela vez, bufou, expulsando o ar pela boca lentamente. – Isso é muito complicado.

- Quer minha opinião sincera? – Wendy perguntou e Irene assentiu para ela, interessada. – Relaxa. A Seulgi vai gostar, independentemente de como for. Se for pra eu dar opinião, não precisa quebrar a cabeça. Algo simples, diz pra ela como você se sente sobre isso, faz mais o tipo dela. Não precisa inventar muito. O que cê acha que ela iria responder, se eu perguntasse "você prefere ser pedida em namoro durante jantar chique ou em casa, comendo miojo?"

Livrai-nos do mal, amém!Onde histórias criam vida. Descubra agora