Trouble in paradise

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No dia seguinte, Meredith parecia uma criança que acabara de ganhar um doce dos pais, frequentou todas as aulas com total atenção, ansiosa pelo fim de seu dia.

Assim que terminou sua última aula, correra em direção a sala de Addison.

— Você precisa parar de entrar assim! — reprimiu, Addison.

— Desculpa Profe, o que temos para fazer hoje? — perguntou ansiosa.

— Sente na minha frente, separe esses documentos entre assinatura de pais e assinatura de alunos.

— Por que?

— Porque estou mandando.

Meredith revirou os olhos e fez o que lhe foi pedido.

Addison se levantou para colocar um livro na prateleira um pouco mais alta que ela, precisando se erguer um pouco, o que fez seu vestido vermelho de lã levantar exponencialmente. Meredith tentou, tentou de verdade, baixou a cabeça duas vezes, coçou a cabeça, mas não conseguiu não encarar aquela cena ficando completamente sem ar.

"Uau"

Pensou.

O vestido erguido mostrava coxas torneadas enquanto podia ver completamente a boa forma do seu torço ao inclinar o braço pra cima.

— Algum problema? — perguntou Addison sentindo os olhos ardentes de Meredith em cima de si.

— Nenhum. — respondeu Meredith com as bochechas entregando sua vergonha ao ser pega no flagra. Abaixou os olhos pros seus papeis sem piscar, nervosa. — Há quanto tempo a senhora trabalha aqui? — perguntou Meredith tentando se manter acordada.

— Oito. — respondeu sem encara-la.

— Quantos anos você tem? — perguntou indignada.

Addison a olhou sob os óculos.

— Desculpa, mas é que oito anos não é brincadeira e você não parece ser tão velha. — disse provocando.

— Não é você a aluna que já devia ter feito até mesmo uma pós graduação? — desafiou.

— Tudo bem, eu mereci essa. — admitiu Meredith.

— Terminei e agora?

— Agora pegue aquele bloco embaixo da prateleira. Você vai separar por urgência de assuntos. São cartas pedindo melhorias da universidade, por pais e alunos ou admiradores.

— Nossa, não pode só jogar isso fora? — perguntou. E falava sério.

— Seus pais eram normais? Você sofreu algum tipo de eventualidade na infância? — perguntou ironicamente. Addison não se conformava com a falta de filtro que existia nesta garota.

— Já entendi. — conformou-se, Meredith. — Olha esse aqui. — disse Meredith lendo uma carta.

"Senhores responsáveis pelos papéis higienicos da universidade, peço encarecidamente que tenham a preocupação em mudar para folhas duplas, meu filho tem alergias e tem passado por maus bucados graças a isso. Agradeço..."

Meredith não conseguira chegar ao final do texto sem gargalhar plenamente sobre o que acabara de ler.

Addison tentou manter-se séria, mas não conseguiu e explodiu em uma risada tímida.

***

Passaram se duas horas e Meredith tentara iniciar uma conversa com Addison tantas vezes que perdera a conta. Por nenhum motivo específico, ela precisava passar o tempo sem dormir fazendo aquele trabalho tedioso.

Teach me - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora