— Meu Deus do céu...É com essa merda que você acorda todas as manhãs? — perguntou Addison com um travesseiro no rosto, se referindo ao despertador de Meredith.— Engraçado, a Amelia me pergunta a mesma coisa todos os dias. — disse Meredith sorrindo enquanto desligava o despertador.
Addison tirou o travesseiro do rosto e a encarou, serena.
— Bom dia. — disse com um sorriso gentil nos lábios.
— Bom dia. — respondeu Meredith com um meio sorriso.
— Não queria trabalhar. — disse Addison, resmungando com certa manha.
— Não queria estudar. — sorriu Meredith concordando. — Você não pode tirar o dia de folga? Passar ele aqui deitada comigo? — disse a centímetros do rosto de Addison, provocando a ruiva.
— Queria que a vida fosse fácil assim. — respondeu torturada.
Meredith roçou seu nariz no nariz de Addison, de olhos fechados, carinhosamente.
— Meredith...Sabe que precisamos conversar sobre essa madrugada, né?
— Eu não sei de nada. — disse deitando novamente e fitando o teto.
— Eu acho que nunca me senti tão assustada em toda minha vida. Você começou a se mexer e a se debater, primeiro pensei que estivesse tendo uma convulsão ou algo do tipo, e então você começou a sussurrar palavras desconexas, pedia por favor, dizia que não prometeria nada, pedia pra eu não te machucar. E suas mãos, elas estava apertadas, eu precisei abrir seus dedos antes que se machucasse. E de repente pulou da cama, ficando sentada e gritando. — disse com pesar. — Algo me diz que é algo constante na sua vida, estou errada?
— Não. — disse Meredith ainda fitando o teto.
— Pode me contar o que estava sonhando?
Meredith se virou, encarando Addison:
— Achei que de alguma forma controlaria isso tudo, e não precisaria te contar. — disse com um sorriso sem humor.
Addison mantinha os olhos praticamente sem piscar ao ouvir Meredith.
— Vamos nos atrasar assim. — disse Meredith tentando evitar essa conversa.
— Tenho todo tempo do mundo pra isso. — disse Addison, decidida.
— Tudo bem... — disse voltando a encarar o teto, iria desabafar o que nunca dissera ou conversara com ninguém a não ser seus pais, encarar o teto sempre a acalmava de alguma forma. E pra falar sobre esse assunto, tudo que ela mais precisava... Era calma.
***
Meredith
— Desde sempre me sinto assim. São pesadelos, simples assim, mas são específicos. Neles eu sou uma criança de uns 5, 6 anos e estou sempre em um lugar ruim, nesse lugar hora está calor como o inferno ou frio como o polo norte. Minhas roupas estão sempre sujas e rasgadas e o cheiro é forte, parece que não é higienizado há semanas.
— Todos os pesadelos você está nesse lugar? — perguntou Addison, interessada em minha história.
— Sim. Todos eles neste mesmo lugar com os mesmos rostos. Tem crianças da minha idade, várias e todas mal vestidas como eu e tem um... — eu disse limpando a garganta, sentindo dificuldade em colocar aquilo pra fora. — Um homem, alto, negro...Ele ta sempre humilhando a gente, batendo e gritando. E ele me expõe o tempo inteiro pra todo mundo ver, sente prazer em gritar comigo e ter uma plateia pra assistir. Eu não consigo controlar, Addison , passo mal com esses sonhos, acordo descontrolada do jeito que você infelizmente presenciou, e conversar sobre só piora as coisas, por isso prefiro me virar e voltar a dormir, com sorte esqueço tudo e posso recomeçar o dia bem.
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Teach me - Meddison
Roman d'amourAddison Montgomery, diretora de universidade, professora, imponente e arrogante vai perceber que pode aprender muito mais com a mimada Meredith Grey, sua aluna de 24 anos do que a vida jamais lhe ensinara. Meredith por sua vez vai engolir toda educa...