The day after

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Era segunda-feira, os ânimos não estavam nada relaxados como se esperava pós-feriado de ação de graças. Meredith saiu para a aula antes que Amelia acordasse, se sentia desgastada demais pra sentir toda aquela culpa novamente. Tomou seu café na cafeteria mais afastada de seu prédio.

Ao chegar próxima a sua sala, lembrou a aula que enfrentaria... Não ia suportar e não queria voltar a chorar feito uma criança na frente de Addison.

Passou direto pela sala e foi em direção à saída. Chegou ao estacionamento, entrou em seu carro, e dirigiu... Pelo que pareceram horas.

Ela ouvia Seafret, sua banda favorita e divagava por ela, passava tudo em sua cabeça como num filme, como uma garota mimada, com poucos ou quase nenhum problema aparente conseguira se meter em tanta encrenca num período tão curto?

Meredith chegara a uma praia, sem se importar em saber qual. Tirou sua bota e após estacionar, desceu descalça deixando a areia gelada de fim de outono invadir sua pele. Seu celular vibrava constantemente em sua mão, mas ela não se dera o trabalho nem mesmo de visualizar a tela.

Após alguns bons minutos caminhando sobre a areia clara, avistou um quiosque, estava com sede e achou uma boa ideia parar para comprar uma água.

Entrou no estabelecimento, parou no balcão, pediu sua água e acabou chamando a atenção de alguém.

O lugar estava vazio, a não ser por um pequeno grupo de amigos que parecia estar de ressaca do feriado que acabara de passar. Um rapaz alto, com os cabelos loiros claros e olhos castanhos, estava com uma regata branca ressaltando seu corpo escultural, se aproximou do balcão onde Meredith repousava os braços aguardando sua água.

— Bom dia. — ele disse se aproximando.

— Bom dia. — ela disse sem olhar.

— Você parece estar aqui tentando esquecer o feriado ruim que teve, acertei? — perguntou simpático, apoiando os cotovelos no balcão.

— Em cheio. — ela disse já sorrindo, tendo sua atenção chamada.

— Posso ajudar nisso se quiser. Somos retirantes, estamos indo para o norte, mas antes vamos ter uma confraternização na casa que nos hospedamos, topa? — ele perguntou mostrando um sorriso simetricamente perfeito.

Meredith o fitou e todos seus instintos lhe disseram para segui-lo, quem quer que ele fosse, qualquer que fosse o perigo que apresentava, segui-lo significava encher a cara, significava usar todas as coisas ilícitas que não usava desde o começo do semestre, significava uma noite como as que costumava ter quando morava sozinha.

Mas indo contra todas suas vontades naturais, ela se negou, sorriu de volta e o dispensou educadamente:

— Você parece ser o tipo de cara que me faria mesmo esquecer, mas eu não posso esquecer, afinal, amanhã é outro dia e eu terei que enfrentar tudo de qualquer forma, que eu enfrente hoje então, não é mesmo?

Ele sorriu parecendo entender sua reflexão:

— Se te fizer sentir melhor, faça o que for preciso. Mas se ainda precisa relaxar, vou estar por aqui. — ele disse piscando e voltando para a mesa com seus amigos.

Meredith sorriu para si mesma, imaginando o quão diferente teria sido sua decisão se fosse alguns meses atrás e sentiu uma pontinha de orgulho por tomar a atitude mais consciente.

Já com sua água na mão seguiu para a saída, tirando um pequeno cigarro de maconha e um isqueiro do bolso de sua calça e acendendo assim que colocara os pés fora do quiosque.

— Pare de fumar essa merda. — disse uma voz familiar parada em sua frente.

Meredith sorrira enquanto levava o cigarro a seus lábios novamente, dessa vez em desafio.

Teach me - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora