New year, old wishes

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Era dia 31 de dezembro. O celular de Meredith não parava de apitar, mensagem de dezenas de amigos lhe convidando para as festas mais badaladas de Los Angeles e de seus pais, com um fio de esperança que a filha os respondesse.

Ela corria seu aplicativo de mensagens, passando por grupos, amigos, amigas, sua família, rolava a página pra baixo até chegar ao fim e ver a última mensagem de Addison, enviada a alguns dias antes:

"Já tô chegando meu bolinho, te amo."

Ela encarava aquela mensagem, hora com raiva, hora com tristeza, hora com saudade e esperança que a ruiva lhe enviasse algo, nem que fosse um simples e frio "Feliz Ano Novo."

Mas nada aconteceu. Suas lágrimas invadiam sua tela, ela ensaiava escrever algo:

"Hey."

E apagava.

"Saudade."

E apagava.

"Quando para de doer?"

E apagava.

"Eu te odeio."

Essa ela encarou ainda mais do que as outras, se sentindo realmente tentada a mandar, quando de repente o status da ruiva mudou para online. O coração de Meredith acelerou. Ela não ia mandar mensagem alguma e sabia que Addison tão pouco, mas esse era o mais próximo que estava dela depois de tudo, sabendo que Addison encarava uma janela de uma conversa qualquer, falando com uma pessoa qualquer, sobre um assunto qualquer, algo tão menos importante pra Meredith, mas talvez tão mais importante pra Addison.

Eram só suposições, ela mal sabia o que Addison estava fazendo. Apagou sua mensagem e jogou o celular pra longe.

O dia passou cheio de dor como todos os outros estavam sendo. Meredith achava que estava carregando um peso bem maior do que podia, em um mês sua vida virou de cabeça pra baixo e nada do que havia acontecido estava em seu controle, pelo menos havia se reaproximado de Amelia. Ela pensou.

Passou o dia assistindo filmes melancólicos no netflix, ouvindo músicas que a deixassem ainda mais pra baixo e comendo porcarias pesadas que lhe davam sono. Fumou a última ponto de maconha que tinha guardada em um de seus casacos, fazendo com que dormisse a tarde toda.

Eram quase seis da tarde, quando a porta abriu bruscamente. Era Amelia e Carina vinha bem atrás:

— Anda, seu saco de sofrimento, levanta.

Meredith não se mexeu.

— Meredith!

Gritou e nada.

— Meu deus, Amelia, devemos chamar alguém? Sua amiga não parece nada bem.

— Não se preocupa. Eu conheço bem esse sono pesado e sei exatamente como tira-la dele. — Amelia disse sorrindo.

Carina olhou a namorada ir até a lavanderia do apartamento e retornar com um balde cheio de água, depositando metade dele no rosto de Meredith, que acordou quase como se estivesse se afogando, tamanha a quantidade de água jogada na garota.

Ela olhou a sua volta com a cabeça encharcada tentando entender o que estava acontecendo.

— Você fumou né, palhaça?

— Filha da puta! Caralho, Amelia. — disse a loira se levantando.

— Para de gritar que temos visitas. — disse Amelia apontando para Carina deixando a morena sem graça.

— Foda-se. Desculpa Carina, mas que droga você tá usando pra namorar esse trambolho, aí? — disse indo até o banheiro pegar uma toalha.

Carina não conteve a risada, fazendo Amelia encara-la com censura.

Teach me - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora