Cap XXXIII 🏳️‍🌈

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Logo em seguida, ao saírem, Yuuki pôde ouvir os gritos. Uma discussão com vozes alteradas, principalmente a de sua mãe.

- Não entende? Você está me controlando. Só estou fazendo o que quer que eu faça. - ela gritava com sua voz estridente.

- Vai ficar tudo bem agora. - Também ouvia o voz de Pedro, mas eram somente sussurros.

Ele não queria que Yuuki os ouvissem, apesar de ser ele, o único obrigado a estar ali, não poderia saber o que estava acontecendo.

Apesar de já terem passado longos minutos, ele ainda chorava. A decepção era muito dolorosa, e por mais que ele tentasse negar, sabia o que estava acontecendo.

E o pior, era que fora enganado por um longo tempo, por pessoas em quem confiava.

Chorava também por seu pai, que sempre lutou ao máximo, para dar tudo do melhor ao filho e a esposa, que tentava aceitar, entender e apoiar aos dois, apesar das personalidades tão difíceis.

Sua calma, determinação e coragem, foi o que fizeram a família nunca se desestabilizar ou fraquejar, o motivo de Yuuki querer viver, mesmo quando estava a ponto de enlouquecer.

Conseguiu quase do zero, levantar uma empresa que atualmente era o seu orgulho e proporcionava bancar todos os caprichos da esposa. E além disso, passaram por tudo ao lado de Pedro que era como um segundo filho para ele.

E como se não bastasse perseguir Yuuki desde a adolescência, a quem deveria ver como um irmão, agora era evidente que nutria um relacionamento a mais com sua mãe, do que o de velhos amigos.

Pedro era um parasita que adentrou sua casa, se infiltrou em sua família, e saiu invadindo todas as partes que conseguiu ao longo dos anos.

Tinha sua mãe nas mãos, conseguiu se tornar sócio na empresa, possuía o respeito do seu pai e a confiança de Yuuki.

Confiava nele, sempre permitiu que ele ficasse próximo, porque acreditava que ele era incapaz que querer ou fazer-lhe mal.

Não soube ao certo quanto tempo se passou, em que ficou naquele quarto sufocante, sozinho e chorando de tristeza e de raiva, mas sentia o controle de suas mãos e pés voltando.

E esperou pacientemente, até que conseguia levantar os braços e falar normalmente. Falou baixo para que não o ouvissem e soubessem que em pouco tempo estaria andando.

Sentia a mente ficando a mil por hora e o sangue ferver, não queria se exaltar, mas a ansiedade que acompanhava as crises maníacas se aproximava.

- Você não pode pirar agora. - disse para si.

Com a raiva que estava sentindo, sabia que era capaz de matar alguém sorrindo, se estivesse em crise.

Ouviu a porta abrindo-se mais uma vez e percebeu que eles não a haviam trancado.

Sua mãe entrou com uma bandeja nas mãos, provavelmente era hora do almoço. Então fazendo mentalmente a contagem das horas, Yuuki soube que já estava a quase um dia desaparecido.

Seu pai chegou no dia anterior em casa, já no começo da noite e não os encontrou.

E Yuuki torcia para que assim como ele próprio, seu otou-san acreditasse enfim que sua esposa era capaz de cumprir com a ameaça que fazia.

Sempre que eles dois brigavam, na infância de Yuuki, ela o ameaçava de sumir com o filho.

- Seu almoço, filho. - ela se aproximou, colocando a bandeja na cama - Fiz o macarrão que você gosta.

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