Sweet and Cold

Cap XXVI 🏳️‍🌈

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" - Ele se joga em meus braços e me beija como se fosse a última coisa que fosse fazer em vida".

" - Nós estávamos muito bem antes de você aparecer".

Lucas ainda estava parado no mesmo lugar, pensando durante todo o tempo em tudo que Pedro disse. Ele havia jogado sobre si absurdos e se retirado do carro triunfante.

Já havia decidido que não iria acreditar em nada do que aquele homem com cara de doido havia lhe falado. Sabia que Yuuki detestava o fato de tê-lo o tempo todo o seguindo e observando.

Até Haruto odiava isso, mas não tinha coragem de o afastar. Então quem deveria se retirar daquela história era ele.

Ainda assim, apesar de acreditar nos sentimentos de Yuuki, e principalmente nos seus, Lucas hesitava antes de tudo. Até mesmo antes de pensar em algo relacionado a eles.

Tudo aconteceu tão rápido, e de repente estavam namorando e declarando os seus sentimentos. E mesmo sem fazer sentido para ele, tinha consciência de que Pedro era muito bem aceito naquela casa.

Então, o que se passava pela mente de Yuuki? Ele não o enganaria. Disse-lhe que o queria, mesmo com todos os problemas. E Lucas nunca fora irracional, sempre agira com razão e calma. Sua profissão exigia isso, deveria pelo menos saber lidar com seus próprios problemas, antes de resolver os dos outros.

" - Ele muda de ideia como muda de roupas".

Dirigiu para sua casa com a cabeça rodando, girando em torno de Yuuki, passava pelo que acreditava até então, que seria sua vida, antes de conhecê-lo. E parava no agora, no que esperava que fosse ser daquele momento em diante.

Todos os momentos que ansiava, agora tinham um diferencial. Todos, agora possuíam ele ao seu lado.

Lucas fora seu primeiro amante, havia se entregado a ele sem pudores e merecia sua confiança. Realmente só precisava de um tempo para pensar, e acreditava que não seria muito, porque a saudade ia vir rapidamente, tinha a certeza.

Chegou em casa, deu um beijo na senhora que trabalhava ali desde que era criança, e foi para o seu quarto. Ficou deitado até próximo ao horário de almoço, então organizou tudo que precisava levar pro estágio, tomou um banho quente e demorado, e desceu pra almoçar.

Apareceu a tempo de ajudar Dona Rita a colocar tudo sobre a mesa e sentarem ambos para comer. Sempre comiam juntos quando estavam a sós em casa, pois Lucas sempre detestou comer sozinho.

- O que aconteceu? - Ela perguntou quando terminaram de se servirem.

Juntou as sobrancelhas estranhando a pergunta repentina. - Como assim Tia?

- Eu tô perguntando o que aconteceu Lucas.

- Naaaadaaa. Do que você tá falando? - respondeu com deboche.

- Moleque, não me responde assim que eu não sou um daqueles meninos retardados com quem tu anda.

- Ô Tia não fala assim do Bruno, porque eu sei que é ele que você chama assim. E eu nem tenho outros amigos.

- Ainda bem. Daquele jeito, já basta um. - falou e os dois caíram na gargalhada.

Bruno era um amigo de anos de Lucas (o único que considerava de verdade), se conheceram no ensino médio e se gostavam muito. Mas recentemente quase não se viam, pois ele também estava terminando sua faculdade, então o tempo para se verem ficou difícil, ainda nem tinha contado tudo que vinha acontecendo para ele.

- Mas o que eu quero saber, é por que você tá com essa cara de cachorro perdido.

- Eu estou? - perguntou rindo.

- Está. - afirmou.

- Você sempre foi metida a vidente mesmo, desde que eu era pirralho,  sabe até o que nem fiz ainda.

- A culpa é sua. Sempre foi transparente demais.

- ... Por que a gente tem que se apaixonar tia Rita? - Lucas soltou com o jeito de menino que sempre tinha perto da sua amada Rita. - Você que sabe tudo, deve saber me explicar.

- Você está apaixonado Lucas? - sua voz era de surpresa.

- Eu acho que sim. - respondeu baixo - E não tô sabendo como agir ou reagir a tudo que tá acontecendo.

- Meu filho, - disse compreensiva - você não vai conseguir encontrar nenhum manual por aí. Só... aproveite esse sentimento e faça o que lhe der vontade. Viva cada momento, bom ou ruim, e não irá se arrepender, mesmo que não dê certo.

Lucas assentiu, concordando com o que ela havia dito. É melhor realmente se arriscar, mesmo que não dê certo no fim e acabe sofrendo, do que se arrepender de não ter tentado.

- Eu estou namorando tia. - disse com uma sensação de satisfação.

- Sério? - perguntou sorrindo - Ela ou ele?

- Ele. Eu vou trazer ele aqui, pra conhecer vocês. Você vai ver o quanto ele é lindo.

- Muito lindo?

- Sim. - disse Lucas - Muito.

- E o que ele faz namorando você? - Exclamou Rita.

Ambos terminaram aquele almoço lindo da cara de Lucas. Ele sentia-se bem melhor agora que havia conversado com alguém próximo.

Logo em seguida foi para o seu estágio, onde iria ficar o restante do dia, redigindo um processo que lhe foi solicitado. No meio da tarde ainda tentou pegar no celular um pouco e talvez mandar uma mensagem para Yuuki, perguntando se estava tudo bem.

Mas a correria estava tão grande e se o vissem divagando no meio do horário, com certeza iriam reclamar. Por isso, deixou o aparelho de lado e fez o máximo que podia até 18:00 horas. O que passou um pouco do seu horário de saída normalmente.

Estava organizando os montes de papéis sobre a sua mesa, quando uma turma de colegas vieram conversando e saindo juntos, então os acompanhou e seguiu rindo da conversa cansada de todos. 

- Ei Lucas? - um dos outros estagiários o chamou.

- Sim... - respondeu distraído, procurando o celular.

- Quem é aquele cara ali no seu carro?

Lucas estranhou a pergunta e virou-se em direção ao pequeno estacionamento do escritório.

E lá estava ele, olhando-o, com uma expressão tensa em seu rosto. Todo encolhido, parecendo estar com frio.

Mas ainda assim...

Quão lindo... ele é?

É tipo ...
Oh merda!

Sua camisa era de um tecido claro e fino, então ele realmente devia estar com frio, pois a temperatura havia caído pelo final da tarde. Quase correu em sua direção, só que ao aproximar-se, ficou receoso por conta de sua expressão preocupada.

Mas quando viu sua pausa, Yuuki não o esperou, andou rápido e praticamente se jogou em seus braços com força e se encolheu ali.

Sua pele e respiração estavam frias...

Ainda assim, sua voz saiu tão doce - Eu estava esperando você. - sussurrou ele em seu ouvido.

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