Cap III 🏳️‍🌈

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          Depois de conversarem um pouco, sobre a faculdade, colegas em comum e gostos pessoais por músicas, filmes e séries, os dois tomaram um banho separados e se vestiram, saindo do motel.

          Lucas pagou a conta e perguntou a Gui se queria uma carona. Ele respondeu que sim e seguiram rumo ao endereço.

          Estacionando em frente à casa uma meia hora depois, Lucas se despediu com um beijo demorado e disse que eles deveriam continuar se falando, o outro sorriu e confirmou saindo rumo à residência.

          Ele jurou a si que queria ir pra casa, mas o "demônio" como pensou, o convenceu a passar no restaurante e tomar um drink (só isso). Chegando lá logo em seguida, entrou a procura de um certo garçom. Não o viu. Já chegou no balcão com cara de cão sem dono.

          O mesmo barman estava lá trabalhando e perguntou o que ele queria, já sorrindo. Ele pediu uma caipirinha e nem disfarçou ao perguntar pelo rapaz.

- Não veio hoje. - Ele disse.

- Ele vem amanhã? - Perguntou.

- Não sei. Se quiser mesmo saber deveria perguntar ao chefe. - Apontou em direção a uma mesa grande que Lucas percebeu estarem sentados os dois sócios bebendo whisky.

          Ele tinha a desculpa perfeita, já que um deles era amigo de seu pai. Então se aproximou da mesa com a bebida na mão.

- Seu Fernando, como vai? - Estendeu a mão.

- Ora, Luca, você está sozinho? - Fez sinal pro jovem se sentar.

- Sim, vim só tomar uma bebida. Adoro os drinks daqui - mentiu.

         O velho Fernando o apresentou ao sócio que se chamava Pedro. Um cara que aparentava seus 30 e tantos anos, alto e de boa aparência.

         Eles conversaram um pouco sobre o negócio e Fernando perguntou do seu estágio, como ia o fim da faculdade... Então Lucas enfim buscou coragem e disse:

- O Yuuki não veio hoje? - Tentou parecer o mais casual possível.

- Quem? - Fernando perguntou com cara de dúvida.

- Yuuki? - Pedro perguntou com uma expressão surpresa - vocês são amigos?

         Lucas achou estranho o questionamento imediato, mas respondeu gentilmente.

- Mais ou menos, o conheço de vista. - Pra falar verdade ele não mentiu, pois já tinha visto ele - pensou.

- Hmm, entendo. Mas ele não vem sempre. Geralmente não tem dia certo para aparecer.

- Ahh, vocês estão falando do japonês. - Fernando entrou na conversa. - Ele não é funcionário fixo Luca, vem quando bem entende, Pedro gosta muito dele e deixa sempre ele ficar zanzando por aí.

- Não fale assim Fernando - disse com as sobrancelhas franzidas - ele trabalha muito bem.

- Sim, sim. - Fernando respondeu a contra gosto.

- Mas por que ele só vem de vez em quando? - Lucas perguntou curioso.

- Ele vem quando está se sentindo só. Gosta do ambiente, de se relacionar com os clientes... É um garoto especial.

- Especial em que sentido? - ele era mesmo louco? - Lucas se perguntou.

- Meio depressivo... - Pedro falou sem jeito.

- Meio bipolar você quer dizer - Fernando disse rapidamente.

          Pedro olhou com um rosto sério para Fernando que se calou de imediato e levantou as mãos em rendição.

- Todos têm problemas. - disse Fernando - ele é um bom menino. Estuda na faculdade de música, tem um futuro brilhante pela frente.

          Música? Que doideira. Não conhecia ninguém com esses interesses, ainda mais estudar assim. Mas em seguida lembrou que o único curso de música ofertado na cidade era na mesma universidade que a dele - os prédios eram bem distantes, - mas ainda assim ele achou uma conhecidencia ótima.

- Sério? Faculdade de música? Que legal...

- Sim, ele já está no terceiro ano. É muito talentoso, toca vários instrumentos e compõe também...

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Lucas nem escutou o restante dos elogios. Tinha se decidido, ia atrás dele saber se era isso tudo mesmo.

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