Cap XVII 🏳️‍🌈

54 9 2
                                    

..........

"É comum após uma crise de mania o indivíduo esquecer-se do que ocorreu anteriormente ou durante esse período".

Lucas recordou das pesquisas que havia feito, buscando entender melhor a doença de Yuuki. Viu nos seus olhos o desespero e a dor por falar aquilo. Por não lembrar da primeira noite dos dois juntos.

Doia em si também saber daquilo, mas ele lembrava de tudo. De cada mínimo detalhe, cada respiração, toque e sussurro. E se confortava em saber que aquela noite tinha sido a primeira de muitas.

- Yuuki, você não precisa lembrar. Meu amor, você só precisa sentir. Sentir o que eu estou sentindo, e permitir que eu fique ao seu lado. Eu te prometo que teremos muitas noites juntos pela frente. - falou, aproximando-se cada vez mais dele.

Não conseguia mais aguentar a distância, Lucas se jogou sobre Yuuki o abraçando com força. Sentiu o outro tremer ao toque, mas não seria capaz de soltá-lo nem se lhe fosse pedido.

Segurou seu rosto com as duas mãos, absorvendo cada detalhe. Passou os dedos no corte em sua bochecha e lhe deu um beijo delicado em seguida.

Olhando profundamete nos olhos de Yuuki, viu sua expressão mudar.

De medo e tristeza para um desejo latente. Segurando sua nuca firmemente, Yuuki iniciou um beijo intenso e ansioso.

Lucas foi pego de surpresa, mas logo entendeu que aquela reação fora um modo de confirmar que havia aceitado o seu pedido.

O agarrou firme pela cintura aprofundando ainda mais aquele beijo demorado. Seus lábios tinham o encaixe perfeito. E seu sabor era como um vício, quanto mais o provava mais o queria.

Gemidos doces saiam baixinhos da boca de Yuuki. Levantando-se, subiu sobre as pernas de Lucas e as enlaçou contra si.

- Lucas... Eu quero você. - sussurrou contra o seu ouvido.

Sentou no seu colo e distribuiu em seu pescoço, beijos molhados.

Lucas o apertou firme contra si, sentindo a embriaguez do seu gosto, o cheiro do seu cabelo brilhoso. Ele conseguia o enlouquecer em segundos.

Mas antes que Lucas perdesse totalmente o controle, ouviu sons vindos do corredor.

Soltou seu aperto ao redor de sua cintura e tentou afastar Yuuki de forma que não o machucasse, mas ele não quis o largar nem quando ouviram os passos entrando no quarto. Apertava os dedos em torno do seu pescoço como um bicho preguiça subindo em uma árvore.

Por sorte de ambos, ou somente de Lucas, Haruto só perguntou se estava tudo bem sem abrir as cortinas.

Lucas respondeu com um ofegante "sim".

- Filho, nós só vamos esperar a enfermeira vir tirar seu acesso do braço e vamos pra casa.

- Tudo bem...

Falou se grudando ainda mais em Lucas, que já transpirava de nervoso. Também não conseguia soltá-lo.

Sua falta de pudores o estava afetando - pensara Lucas.

Quando percebeu já estavam se beijando de novo, se tocando por todos os lados, sentia a língua de Yuuki viajar por sua boca, por seu pescoço e em sua orelha, suas mãos segurando firmes sua cabeça. A vontade de gemer era desesperadora.

- Yuuki, não podemos... - Lucas ofegava mais que falava.

Ouviu o som característico da sua risada próximo do seu rosto. Era tão doce, que parecia uma criança rindo por ganhar um brinquedo que queria muito.

E quando visualizou sua expressão nesse momento, foi exatamente assim que se sentiu. Um brinquedo muito desejado que acabara de ser conquistado.

Nunca entendeu muito de psicologia ou psiquiatria para falar de forma clara desse assunto, mas sentiu um nó na garganta o consumindo. Um medo de que aquilo que nutria não fosse recíproco como queria acreditar ser.

Yuuki em certos momentos conseguia ser como uma água cristalina, onde se pode ver tudo. Mas às vezes e naquele instante era assim, ele era como uma noite enevoada e fria. Seus olhos eram tão escuros. Como eram difíceis de desvendar...

Então sua doce risada cessou, ele lhe deu um beijo suave nos lábios e saiu do seu colo. Arrancou o acesso de seu pulso antes que Lucas o pudesse impedir. Sem emitir nenhum som ou fazer alguma expressão de dor.

Abriu a cortina e Lucas viu seus pais sentados, Haruto segurando firme a mão de Helena. Ambos ansiosos.

..........

- Vamos. Já estou cansado de ficar aqui. - o ouviu dizer, e ir em direção a porta.

Sweet and Cold Onde histórias criam vida. Descubra agora