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|G a b e|

— Pai, aquela cafeteira ainda está lá na cozinha? — Meu pai está bastante concentrado na tela do computador.

Estamos na empresa. O acesso ao computador do Aron é indispensável. Tenho uma intuição que a resposta está lá, eu só preciso conseguir entrar...

— Não faço ideia, filho. — Ele murmura sem me olhar. Sei que quando meu pai está no modo empresário, pode cair o mundo que ele nem vai perceber.

— Eu irei lá ver. — Digo, saltando do sofá de couro escuro e indo em direção a porta.

Obviamente eu não irei até a cozinha, e sim ao elevador.
O escritório do meu cunhado fica no andar debaixo, só me resta conseguir passar pela secretária dele, Yumi.


Assim que o elevador se abre, percebo a bancada da secretaria vazia, porém a porta do escritório está entreaberta, o que me leva a imaginar que alguém está lá dentro, ou esteve.

Na ponta dos pés, movo-me silenciosamente até a porta. Não escuto nada lá dentro, o que me faz imaginar que não há ninguém.
Talvez Yumi tenha esquecido de fechar a porta quando saiu.

Empurro a madeira com a maior calma possível, evitando fazer alguma barulho. Assim que já estou dentro do escritório, fecho a porta corretamente.

Ótimo. Tudo limpo.

Praticamente corro até o computador do Aron, que por sorte, ou por pura burrice dele, não tem senha.

— Vamos ver o que eu acho...

Assim que abro o aplicativo da empresa Gerard, ele pede uma senha.

Tiro do bolso meu pen drive desincriptador e coloco na entrada USB. Meu padrinho que me deu, o tio Sebastian, esse negócio desincripta praticamente qualquer coisa que não possua um software muito rebuscado, como nesse caso.

Acabei de ter total acesso aos arquivos da empresa Gerard.

A primeira coisa que faço é fazer uma cópia de tudo, colocando em outro pen drive.

— Gabe? — Tomo um susto com a voz fina da Yumi.

Assim que ergo o rosto, ela está me encarando com confusão. Em seus braços se encontram uma série de pastas com papéis.

Escondo o pen drive com uma das mãos e tento agir naturalmente. Abro o melhor sorriso que consigo, um que meu pai me ensinou... ele chama de "abridor de pernas".

— O que faz aqui? — Ela se aproxima, colocando a papelada sobre a mesa, mas sem me olhar dessa vez.

— Ah.... o Aron pediu para que eu chegue ao platina em um jogo aqui... — Foi a melhor coisa que consegui inventar na hora.

Ela me olha novamente, parecendo ainda mais confusa.

— Sabe como é né.... eu sou o primeiro no ranking e ele não chega nem perto dos cem primeiros....

— Eu não sabia que o senhor Gerard jogava.

De soslaio, percebo que a transferência dos arquivos chegou ao fim.
Continuo conversando sobre o tal jogo com a Yumi enquanto retiro com cuidado o pen drive, colocando-o para dentro da manda do casaco.

— E olha só.... cheguei ao nível cem. Fiz minha parte. — Fecho todas as abas e abaixo a tela do notebook, levantando-me e seguindo em direção a porta. — Tenha um bom dia, Yumi.

O sócio do meu paiOnde histórias criam vida. Descubra agora