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VOLTEI.

| A r o n|

Estamos os dois na sala, deitados no colchão inflável e cobertos com um edredom até o pescoço.

Selena descansa a cabeça em meu peito, abraçando e entrelaçando meu corpo com suas pernas enquanto acaricio seus cabelos, sentindo o cheiro do meu shampoo que ela usou.

Eu não sei bem como começar a contar, já que nem eu mesmo sei o que aconteceu, só sei que há alguém por trás. Provavelmente uma mulher, e pelas cartas de ameaça que eu recebia, uma mulher surtada e que acha que nossos destinos estão entrelaçados.

— Quem me mandou aquela mensagem, Aron? — Selena levanta a cabeça, encostando o queixo no meu peito e me olhando dentro dos olhos.

A luz da lua ilumina metade do seu rosto. É surpreendente que Selena consiga ficar mais bonita a cada vez que olho para ela.
Tenho a impressão que não é ela que fica mais bonita, sou eu que me apaixono mais a cada segundo.

— Eu não sei quem é. — Respondo serenamente. Passo a ponta dos dedos por suas costas nuas, sentindo sua pele arrepiar. — Mas acho que conheço.

— Isso deveria fazer sentido? — Ela franze o cenho. Sorrio de leve, concordando.

— É uma história longa. — Suspiro, meio frustrado. — Mas, resumindo... Há alguns anos, uma amiga minha morreu em um acidente de carro. A perícia constatou que era um homicídio. — Selena arregala os olhos, mas não diz nada. — Eu sou o principal suspeito, armaram para que eu fosse dado como culpado.

— Como? — Ela sussurra. Acabo rindo. Ela está parecendo uma criança curiosa com o final de uma história de terror.

— Não importa como, isso é o menos relevante. Assim que fiquei sabendo da notícia da morte e que eu era o suspeito, subi para meu quarto e tinha uma carta em cima dela.

— E o que estava escrito?

— Bom... Foi uma ameaça e uma declaração. Provavelmente é uma mulher que é obcecada por mim. E que provavelmente é a verdadeira culpada do acidente. Ela.... Ameaçou.

— E qual foi a ameaça? — Suspiro, olhando para seu rosto curioso, porém assustado. Selena é tão expressiva. É fácil saber o que ela está sentindo.

— Eu não posso amar nenhuma mulher.... Ou.. Ela irá matar quem quer que eu ame. — Ao contrário do que eu pensei, Selena não se assustada, fica com medo ou receosa...  Ela parece... Puta?

— Um caralho que essa vadia varrida vai encostar um dedo em mim. Eu tenho uma arma rosa com diamantes e não tenho medo de usá-la. — Ela se levanta, sentando ao meu lado, enraivada.

Ela tem uma arma?

— Quer saber, eu quero mesmo que ela venha atrás de mim. Eu não tenho medo de ser presa, Aron. — Selena está falando sério até demais. Estou começando a cogitar que não seja piada. — Se essa vagabunda tentar me matar, ela vai ter que passar por cima dos meus padrinhos, e eu DUVIDO que ela consiga. — Selena fala rápido demais, totalmente acelerada. — Nossa, eu estou com raiva, Aron, raiva.

— Você tem uma arma rosa com diamantes? — Ela revira os olhos.

Foda-se, essa parte me intrigou.

O sócio do meu paiOnde histórias criam vida. Descubra agora