𝑷𝑬𝑪𝑨𝑫𝑶𝑹

𝑷𝒓𝒐́𝒍𝒐𝒈𝒐

·  𝑪𝒊𝒏𝒄𝒐 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔...

  Eu ria, sentado na poltrona do quarto do meu irmão, ambos conversando sobre sua vida como fazíamos sempre que podíamos. Era engraçado como Alp sempre me fazia sentir livre e solto como normalmente eu não era. Eu sempre tinha sido tímido e quieto, ele, extrovertido e garanhão.

—  Você está sorrindo mesmo? - Ele apontou pra mim me fazendo ficar com vergonha.

  Apontei para ele de volta todo sem jeito, e ele começou a gargalhar e eu como sempre o acompanhei.

  Então como num momento de divertimento ele me confidenciou:

—  Vou ser pai.

  Gelei, estático e mudo. Apertei meus olhos nele para ver se ele não estava brincando comigo, só podia ser brincadeira né?! No meu íntimo eu já sabia o que vinha a seguir... Ficamos nos encarando. Senti medo, Alp ficou sério e socou a parede, eu sabia e Alp fazia questão de deixar claro, ele jamais se apaixonaria, casaria e muito menos faria a burrada de ter um filho. Ele sempre foi bastante prevenido, deixava clara suas intenções (nem sempre) e era o cara mais badalado desde do ensino fundamental.

—  Meu Deus!

—  Deus não tem nada haver com isso Serkan... - Ele me olhou com fúria, eu não vou assumir essa criança ou nem mesmo deixarei que ela nasça.

—  Alp, você está louco? Você não tem ideia de como vai ser essa notícia aqui em casa?

—  Olhei para ele tenso - nosso pai e nossa mãe...

—  Vão querer me matar ou pior me casar com aquela louca, certeza que ela furou a camisinha enquanto eu já estav...

—  Eiiii.... Não gostava e nunca gostei de Alp me contando suas aventuras, às vezes me pegava curioso, mas agora o assunto era mais sério.

—  Ele passou a mão por seu cabelo o bagunçando mais do que nunca. Alp era muito bonito, cabelos ruivos como o meu, deixava sua barba cheia era musculoso e fez tatuagens, episódios em que o ajudei a fugir de uma surra do nosso pai.

—  Vai casar com ela? Quem é a mãe dessa criança

—  Foi só um casinho rápido! - debochou ele. - Nem me lembro dela direito.

—  Ah, Alp! - Tentei chegar perto dele e ele foi para o outro lado do quarto fugindo de mim. Nunca concordei com esse jeito de Alp com as mulheres, mas, no fundo eu tentava entendê-lo e me preocupava, por ele e por nossos pais também!! 

—  Você vai fazer isso só para confrontar os dois? 

—  Faço porque eu quero! Sou livre! Sou maior de idade e trabalho. Não vou contar a eles sobre a criança, vou falar com a mãe para ela fazer um aborto, sei lá só não quero ser o pai e isso não está em discurssão. Quero alugar um quarto só para mim e sair daqui. Vou me livrar dessa loucura toda e não vou precisar me esgueirar com qualquer menina que eu quiser pegar.