𝑪𝒖𝒍𝒑𝒂𝒅𝒐?! 𝟐

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𝑵𝒂̃𝒐 𝒆́ 𝒔𝒐𝒏𝒉𝒐!! 𝑴𝒆 𝒑𝒆𝒓𝒅𝒐𝒆𝒎 𝒅𝒆𝒔𝒅𝒆 𝒋𝒂́... 

𝑨 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔 𝒆́ 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐 𝒑𝒓𝒐́𝒙𝒊𝒎𝒐 𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐, 𝑵𝑨̃𝑶 𝒆𝒔𝒒𝒖𝒆𝒄̧𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂𝒓.

𝑫𝒆𝒊𝒙𝒆𝒎 𝒔𝒆𝒖𝒔 💬 𝒆 𝒔𝒖𝒂𝒔 🌟

𝑫𝒆𝒊𝒙𝒆𝒎 𝒔𝒆𝒖𝒔 💬 𝒆 𝒔𝒖𝒂𝒔 🌟

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Eu fiquei sem voz. 

De repente, naquele clima feio ali, eu me inundei de vergonha ao imaginar o que estavam pensando. Pude ler seus pensamentos: o falso crente que seduziu a chefe e largou a esposa para se dar bem. E que agora ganhava presentes caros.

Sentei-me, trêmulo. Tudo de maravilhoso que tinha vivido com Eda naqueles dias pareceu errado, até sujo. Eu não tinha como me justificar. Sabia que não ficara com ela por interesse, mas quem acreditaria em mim? Ainda mais se soubessem que fui adúltero, que enganei minha esposa e agora aproveitava sem remorsos os prazeres da carne.

— O gato comeu sua língua? Nossa, está até de brinco! — Foi a vez de Eigin reparar.

Rapidamente, cobri a orelha com a mão, tentando dizer algo, mas minha língua estava travada. Por fim, murmurei:

— Obrigado.

Não sabia por que agradecia. 

A vergonha? 

A culpa?

Passei o dia todo me sentindo mal, sem conseguir olhar para eles. Também pareceram fazer questão de me ignorar, com exceção de Melo e de Leyla, que por vezes falavam algo comigo. Dei graças a Deus por Eda ter saído para uma reunião e eu não a ter visto naquele dia. Quando o expediente acabou, fui embora, correndo.

Eu tinha descido do primeiro ônibus e estava no ponto, esperando o segundo, quando minha agonia ficou tão forte que não suportei. Peguei meu celular e liguei para a casa dos meus pais. Foi meu pai quem atendeu.

Por um momento, fiquei mudo. Então, murmurei:

— Pai, sou eu.

Ele não respondeu. Criei coragem, sentindo os olhos cheios de lágrimas.

— Como o senhor está? E a mamãe?

— Se quer continuar no caminho do pecado, não ligue mais para cá.

E desligou.

Guardei o celular, controlando-me para não chorar. Não fui direto para a casa de Alp. Parei na igreja a que tinha ido algumas vezes para assistir aos cultos. Acomodei-me no fundo, abri a pequena Bíblia que sempre levava na minha pasta e tentei conversar com Deus. Ou, ao menos, me sentir melhor. Percebi que não podia continuar assim, indo ali ocasionalmente. Eu precisava ter um lugar meu, um abrigo, já que ficava claro que meus pais não me queriam de volta na vida deles nem na congregação. 

Resolvi conversar com o pastor daquela igreja para passar a fazer parte da congregação como membro, não como visitante, e talvez assim me entender melhor. Ele me recebeu, e, com coragem, falei de mim. Expliquei que era filho de um pastor e falei sobre a igreja que frequentei, sobre ter me apaixonado por Eda e deixado tudo para trás e sobre a falta que sentia de ter um lugar aonde pudesse ir para ouvir a Palavra de Deus.

— Meu caro, entendo que o senhor é adúltero. Pelo menos, foi. Seu divórcio ainda não saiu, e você está mantendo relações com uma mulher, aquela com quem praticou adultério, sem se casar — disse ele, alto, observando-me com dureza.

Dito daquele jeito, tudo o que havia sentido naquele dia sob o olhar condenatório dos meus colegas pareceu certo. 

Eu pecava. 

Merecia punição.

— Você pretende se casar com essa mulher? — perguntou.

Eu poderia admitir a mim mesmo que desejava muito que isso acontecesse, mas tudo era recente demais.

— Não sei — murmurei. — Ainda não falamos sobre isso.

— Vai precisar casar, se quiser ser aceito em qualquer comunidade. Você conhece a doutrina. O concubinato não é aceito na Bíblia. Precisa esperar seu divórcio sair e casar-se quanto antes com a sua parceira. Somente então poderá ser membro da nossa igreja. Por enquanto, pode assistir aos cultos. Não fechamos nossas portas para ninguém. Mas não poderá orar em voz alta nem participar de nada mais. Depois, terá que passar pela aprovação de todos para estrear na nossa congregação, desde que, repito, esteja devidamente casado.

Não foram apenas suas palavras. Foram o tom e o olhar, como se, de alguma forma, já me condenasse e achasse que eu não seria um bom ganho para sua igreja. Pelo contrário, talvez gerasse problemas.

Senti um aperto no peito.

— Obrigado — Levantei-me.

Despedi-me com educação e fui para casa.

Alp quis saber o que eu tinha e inventei que era uma dor de cabeça. Dormi mais cedo que ele e chorei muito na cama, sem nenhuma certeza.

 Dormi mais cedo que ele e chorei muito na cama, sem nenhuma certeza

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Meu menino. 🤧

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