𝑶𝒇𝒆𝒏𝒅𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒄𝒐𝒎 𝒂𝒍𝒈𝒖𝒎𝒂 𝒄𝒐𝒊𝒔𝒂?

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𝑩𝒐𝒎 𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐? 😬

𝑫𝒆𝒊𝒙𝒆𝒎 𝒔𝒆𝒖𝒔 💬 𝒆 𝒔𝒖𝒂𝒔 🌟

Na terça-feira, cheguei ao trabalho ainda abalado

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Na terça-feira, cheguei ao trabalho ainda abalado.

Eu queria dizer a mim mesmo que era dono da minha vida, que decidia os meus atos e que aquilo que tinha com Eda era lindo demais para ser visto de modo tão mesquinho; no entanto, eu tinha passado uma vida inteira sendo obediente, acreditando que o mundo estava cheio de tentações que me levariam para o inferno e que o diabo faria de tudo para me enganar e me corromper.

Meus pais não falavam comigo. 

Selin me odiava. 

Meus colegas achavam que eu era interesseiro. 

E até o pastor daquela igreja que parecia menos rígida tinha me feito sentir culpa.

Abatido, entrei na Art Life. Olhei em volta, com saudade de Eda e com medo de encontrar com ela, sem saber como explicaria tudo o que eu sentia naquele momento, confuso demais. Tentei ser forte e, ao entrar na sala, cumprimentei meus colegas. Eigin resmungou um oi. Parecia aborrecido. Firit mal me olhou. Melo sorriu, e Leyla foi a mais calorosa. Kaan me olhou com um quê de deboche.

Trabalhei até a hora do almoço sentindo o coração apertado e com a mente cheia. Quando Eda entrou na sala, animada, falando sobre um novo contrato, tomei um susto.

Ela sorriu para mim, tão linda que até doía olhar para ela.

— Preparados para mais uma semana de ralação, pessoal? Serão bem recompensados depois.

— Vamos mandar ver! — exclamou Leyla.

Forcei um sorriso. Lançou para mim um olhar mais demorado do que deveria, mas franziu um pouco o rosto, como se notasse que havia algo errado. Os outros falaram com ela, perguntaram sobre o novo cliente, e ela se distraiu.

Ou assim eu pensei. Antes de sair, virou-se para mim e disse:

— Serkan, quando tiver um tempinho aí, dê um pulo na minha sala.

Todos ficaram em silêncio e senti olhares queimarem sobre mim. Só pude acenar com a cabeça, e ela saiu. Fingi que estava concentrado no que digitava. Esperei até me sentir mais firme e me levantei. Kaan me encarava venenosamente.

Quando entrei na sala de Eda e fechei a porta atrás de mim, ela, que estava olhando pela janela, virou-se e me encarou, atenta.

— O que aconteceu?

— Nada.

Veio até mim me olhando, sondando meus olhos.

— Cadê o seu sorriso? O que houve?

Senti uma vontade enorme de jogar-me nos braços dela. Mas não estava bem. Na verdade, nunca tinha me sentido tão horrível.

— Acho que estou ficando gripado — menti. — Estou com dor de cabeça e dor no corpo.

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