𝑭𝒂𝒓𝒓𝒆𝒂𝒏𝒅𝒐!?

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𝑶𝒊 𝒐𝒊 𝑷𝒆𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓𝒂𝒔, 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒆𝒊. 𝑫𝒆𝒔𝒅𝒆 𝒋𝒂́, 𝒂𝒗𝒊𝒔𝒐 𝒒𝒖𝒆, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔 𝒏𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒂̃𝒐 𝒑𝒓𝒆𝒑𝒂𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒆𝒔𝒕𝒆 𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐, 𝒎𝒖𝒊𝒕𝒐 𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔 𝒆𝒖 . 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒖𝒓𝒕𝒆𝒎; 𝒃𝒐𝒂 𝒍𝒆𝒊𝒕𝒖𝒓𝒂!

𝑶𝒃𝒓𝒊𝒈𝒂𝒅𝒂, 𝒂𝒍𝒄𝒂𝒏𝒄̧𝒂𝒎𝒐𝒔 𝟔𝑲 👀 𝒆 𝟏𝑲 🌟

Desde a noite anterior, eu não fazia outra coisa além de pensar na música que Eda me enviara

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Desde a noite anterior, eu não fazia outra coisa além de pensar na música que Eda me enviara. Era como se soubesse quem eu era, o que eu precisava ouvir, minhas lutas internas. Agora, a letra martelava em mim, como se o autor a tivesse feito sabendo da minha história. Eu estava perplexo e abalado. Tudo o que eu sentia estava exposto ali. Perfeitamente.

Se alguém disser pra você não cantar

Deixar teu sonho ali pra uma outra hora

Que a segurança exige medo

Que quem tem medo Deus adora

Não havia sido isso o que me disseram a vida toda? Não faça isso, não faça aquilo, não caia em tentação. Adiar meus sonhos, esconder meus desejos, ter medo para me sentir seguro, para não pecar. Assim, Deus me protegeria, salvaria minha alma, gostaria de mim. Talvez outras pessoas concordassem e se sentissem confortáveis com isso. Eu, não. Fiz o que mandaram que eu fizesse, o que esperaram de mim, mas nunca o que eu desejei. Sempre latejei por algo mais e senti um vazio estranho, como se eu fosse um cordeirinho no meio do rebanho, mas querendo correr livre pelo campo, mesmo arriscando cair.

Eu trabalhava, e minha mente fervia. A sala estava silenciosa. Todo mundo estava concentrado em seus afazeres e nem música tocava, como se para me deixar concentrado só naquela música, que eu já conhecia de tanto lê-la e ouvila desde a noite anterior.

Fugi. Foi o que sempre fiz. Fugi da vida.

Pensei no meu irmão Seymen, na sua expressão de júbilo toda vez que estava na igreja louvando a Deus, na sua felicidade em seguir as Escrituras, em ser um filho bom, um marido correto, um pai perfeito. Ele não estava errado. Era o que lhe dava prazer. Se tinha seus defeitos, era guloso, mesquinho e um tanto invejoso, teria que vencer tais coisas por si mesmo. Afinal de contas, era humano. Pensei em Alp, na saudade que eu sentia dele, na vivacidade que eu nunca mais vira igual. Ele nunca se adequou àquela casa, pois seus sonhos eram outros. Ele se revoltou, talvez de modo até exagerado, mas preferiu seguir sozinho seu caminho, correr riscos, não se submeter ao que não queria. E eu... Eu capenguei entre um e outro. A vida toda foi assim, buscando me limitar, ser quieto como Seymen quando tanto de mim era como Alp. Nada nem ninguém poderia me dizer o que fazer nem como agir. Somente eu mesmo encontraria meu caminho e minhas respostas.

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