𝑬𝒖 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒔𝒆𝒓 𝒇𝒆𝒍𝒊𝒛 𝒂𝒈𝒐𝒓𝒂?!

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✰ 𝑶𝒊 𝒐𝒊 𝑷𝒆𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓𝒂𝒔, 𝒄𝒉𝒆𝒈𝒖𝒆𝒊. 𝑽𝒐𝒄𝒆̂𝒔 𝒏𝒂̃𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒂̃𝒐 𝒑𝒓𝒆𝒑𝒂𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒂𝒔 𝒊𝒏𝒅𝒊𝒓𝒆𝒕𝒂𝒔 𝒅𝒂 𝑬𝒅𝒂, 𝒏𝒆𝒎 𝒆𝒖 𝒆𝒔𝒕𝒐𝒖. 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒈𝒐𝒔𝒕𝒆𝒎; 𝒃𝒐𝒂 𝒍𝒆𝒊𝒕𝒖𝒓𝒂!






Cheguei a Art Life antes de todo mundo naquela quinta-feira

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Cheguei a Art Life antes de todo mundo naquela quinta-feira. Fiquei na calçada, em frente a porta fechada, olhando em volta, com o peito apertado. Eu queria ver Eda, confirmar que estava bem, falar qualquer coisa só para olhar e estar perto.

Desde a noite anterior, o celular dela estava desligado. Eu não tinha dormido direito, preocupado com ela, sem acreditar que havia vivido uma tragédia tão grande. Chorei tanto que agora sentia dor de cabeça. Chorei por ela, por sua irmã, por sua dor, por tudo de horrível que passou. Senti vergonha das minhas dores, tão minúsculas diante das dela.

Enquanto estava ali, sozinho, muita coisa passou pela minha cabeça. Lembrei-me das primeiras vezes em que Selin falou de Eda e de como a imaginei uma homenrenga vazia, daquelas que só despertam uma coisa nos homens: vontade de transar. E agora, tendo conhecido ela um pouco mais, vendo como tratava bem seus funcionários, conversando com ela ao celular, sabendo das suas dores, eu me dava conta do quanto tinha sido injusto ao julgá-la.

Será que todo mundo era assim? Olhava para alguém e tirava suas próprias conclusões, como se tivesse o direito de decidir quem era bom ou não?

Eu tinha me enganado tanto.

Ela era uma mulher forte, que tinha se feito sozinha. Poderia ter passado a vida usando sua tragédia como desculpa para fracassar ou se revoltando, envolvendo-se com crimes e drogas, mas não. Ela foi pelo caminho mais difícil. Lutou por si mesma, fez sua vida. Eu me senti covarde. Vivia cheio de medos, culpas e vergonha. Estava infeliz, mas preferia ficar assim, camuflado, satisfazendo-me com conversas escondidas com uma mulher que não era minha esposa e tentando me convencer de que bastava vê-la todos os dias no trabalho para ser mais feliz. Eu não teria o apoio de ninguém caso resolvesse me separar e seguir minha vida de maneira menos dura e proibitiva. Meus pais me renegariam, Selin e a família dela me desprezariam. Homem ou mulher separados, ainda mais por escolha própria, sem "motivos", nem pisaria na igreja do meu pai. Seria preciso muita força e coragem. Eu estaria sozinho. Mas não tinha sido assim com Eda? E ela só tinha doze anos quando ficou sozinha. Senti que a tristeza estava a ponto de me derrubar, mas uma força parecia ganhar terreno em meu interior. Muita coisa rebulia e me levava ao limite, a uma decisão. Tinha vindo devagar, como uma onda, mas aquela onda tornara-se um maremoto.

A primeira pessoa a chegar foi Kaan. Ele puxou assunto, mostrando-se simpático, querendo saber se eu estava gostando de trabalhar ali. Depois veio Erdem, que abriu a porta. Os funcionários foram entrando, conversando, rindo. Eu não estava em paz. Lamentei não ter como assumir minha identidade para Eda, pois eu poderia conversar com ela sobre o que me contou.

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