𝑺𝒐𝒍𝒊𝒅𝒂̃𝒐.

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𝑶𝒊 𝒐𝒊 𝑷𝒆𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓𝒂𝒔. 𝑪𝒉𝒆𝒈𝒖𝒆𝒊! 𝑷𝒓𝒆𝒑𝒂𝒓𝒆𝒎 𝒐𝒔 𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒏𝒉𝒐𝒔... 🤧

Eu estava na Art Life, tentando me concentrar no que fazia

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Eu estava na Art Life, tentando me concentrar no que fazia. Meus colegas trabalhavam, e uma suave música tocava ao fundo. Era quase meio-dia daquela quinta-feira e tudo parecia normal, menos eu. 

Havia passado o fim de semana febril, culpado diante de Selin e dos meus pais, esperançoso com as notícias do meu irmão, arrasado pela última conversa com Eda. As palavras dela foram tão definitivas. Eu tinha sentido tanto a falta dela. Ficara tão temeroso pensando no nosso reencontro que mandei aquela mensagem. Eu me abri. Fiquei exposto, e me dei conta de que ela tinha se tornado minha única companhia. Mas deu tudo errado. Não a vi mais durante a semana e acabei dizendo a mim mesmo que era melhor assim. Eda me evitava, e eu devia seguir o exemplo dela antes que tudo chegasse a um ponto sem volta.

Eu gostava de ficar no jardim depois do almoço, mas, naquele dia, comi e fiquei no saguão na frente do escritório. A solidão era grande e causava incômodo por dentro. Sentei-me no degrau mais alto da entrada e ajeitei a calça. O sol não chegava aonde eu estava. Estremeci um pouco, sentindo frio. Meus braços se arrepiaram, a nuca também, exposto. O nervosismo só aumentava todas aquelas sensações. Eu não deveria estar ali. Sabia que era só uma desculpa para ver Eda. Pelo menos olhar para ela e matar a saudade, já que não nos falávamos nem mais no WhatsApp. E foi o que aconteceu. 

Não demorou nem dez minutos para que ela passasse pelo portão. Ela me viu na mesma hora. Engoli sua imagem com um desespero silencioso. Meu coração deu um salto. Nós nos olhamos por segundos que pareceram eternos. Não me movi, não pisquei. 

Esqueci de respirar. 

Busquei respostas, alguma reação, algo que me mostrasse como Eda se sentia.

Então, ela se moveu, bem séria, e toda a sua expressão e seu corpo demonstraram uma frieza que me pegou desprevenido. Não desviou o olhar. Pelo contrário, encarou-me de forma tão séria que só pude continuar a olhá-la, mudo.

— Boa tarde, Serkan.

Passou ao meu lado. Seus saltos mal fizeram barulho nos degraus. Foi como se a noite de sexta não tivesse existido. Como se eu fosse nada. Levantei-me rápido, virei-me e a vi na recepção, indo em direção à escada para sua sala. Meu coração doeu. Abri a boca, pronto para chamá-la, para ter qualquer coisa, mesmo o seu desprezo, mas perdi a coragem e só observei suas costas, seu corpo, seu cabelo em ondas.

Voltei a me sentar, arrasado. Fiquei lá sem saber o que pensar, com medo de que me demitisse, como parecia ter feito com o Pecador. Ela sabia que era eu. E me evitava de todas as formas.

Depois de um tempo, no qual a tristeza pareceu demais para suportar, voltei para minha sala. Não a vi mais durante o resto do dia e fui embora pensando que ao menos não tinha me chamado à sua sala para me demitir.

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