27 - Segredo por Kleber Viana

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— Santino.

O Santino estava agindo de forma estranha desde a competição. Eu conheço o meu namorado, sei que tem alguma coisa o incomodando. Agora, ao vê-lo no celular e ficando assustado quando o chamei, tenho certeza absoluta que alguma coisa aconteceu.

— Tem alguma coisa te incomodando? — perguntei tocando no rosto dele.

— Eu... eu...

— Você sabe que não existem segredos entre nós, né?

— Eu sei. É que pode ser uma besteira da minha cabeça, mas fiquei com ciúmes quando o professor Francisco te abraçou. Eu senti que não foi um abraço de amigo. Kleber, eu não quero parecer o namorado ciumento ou babaca. Eu só não gostei. Eu ia conversar com você, mas não hoje. Queria que você aproveitasse o seu dia. — Santino abriu o coração e quase sem tempo para respirar.

— Oh, meu amor. Desculpa. Nem eu sabia que ia ganhar aquele abraço. — afirmei fazendo carinho no cabelo dele. — Eu...

— Ei, pombinhos. A turma vai sair. Vamos encher a cara para comemorar! — avisou Giovanna, muito feliz pelo irmão.

— Eu te amo. — abracei o Santino, enquanto a Giovanna nos observava.

— Eu também te amo, mas vamos antes que a Giovanna lance um feitiço em nós. — ele pediu com medo da amiga.

— Olha que eu lanço mesmo. — Giovanna colocou as mãos para frente e fez um barulho de raios com a boca. — Eureka!

Puta merda! Até quando o Kiko vai se tornar um empecilho na minha vida? Já não bastasse tudo o que ele me fez passar, agora queria mexer com o Santino. Na comemoração, fiquei pensativo e reflexivo sobre a importância de ter uma conversa franca com ele. Queria colocar todos os pingos nos i's.

Por outro lado, o Santino merecia a verdade. Mas, e se ele não acreditasse em mim? Eu colocaria o meu relacionamento em risco e, dessa forma, o Kiko teria êxito. Kleber, meu amigo, você está em uma encruzilhada.

Naquela noite, preferi não beber. Falei para o Santino que seria o motorista da rodada. O meu gordinho estava mais tranquilo e voltou a ter aquele brilho nos olhos que eu tanto amava. Ele exagerou no álcool, ainda bem que eu fiquei a postos para cuidar dele.

Um fato sobre o Santino bêbado? Ele vira um conversador. Falou sobre coisas que o Santino sóbrio nunca falaria na vida como, por exemplo, o seu primeiro beijo que lhe deu caxumba ou o dia em que seus colegas o trancaram no banheiro e o deixaram dormir lá. Ok, que a maioria dos fatos eram tristes, porém, é interessante conhecer o meu namorado por outra perspectiva.

O bar começou a tocar músicas dos anos 2000. Eu nem era nascido na época, mas já conhecia algumas canções dessa época. O pessoal decidiu dançar e o Santino ficou com um fogo que nunca vi antes. Ele queria ir para um lugar mais reservado e, claro, que aproveitei a situação.

Fomos até a parte mais escondida do bar. O local ficava no Centro da cidade e era conhecido por ser um point LGBTQIA+. A decoração remetia às divas de Hollywood. Nas paredes, várias fotos e referências à elas, na real, as únicas que identifiquei foram a Marylin Monroe e a Julia Roberts.

Meu pensamento logo se voltou para uma única coisa: a boca do meu namorado. Eu não tenho controle sob meus atos quando estou com Santino. Procurava explorar cada parte daquele corpo, ele apenas gemia baixo e aproveitava os beijos. Ainda bem que não bebi, pois, poderia lembrar deste momento incrível.

Após um momento de celebração, fiquei responsável por levar algumas pessoas para casa como a Giovanna, Yuri e o seu irmão Richard, além do meu bebê. Ao entrar no condomínio do Santino, o porteiro perguntou se estava tudo bem. Eu não sei se ele quis ser cuidadoso ou desconfiou de mim. Expliquei que a gente estava em uma festa e entrei sem mais problemas.

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