22 - Torcida por Santino Peixoto

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É tão bom estar namorando

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É tão bom estar namorando. A gente sai, se 'pega' e compartilha vários sentimentos. O Kleber é um namorado perfeito, preocupado e prestativo, por enquanto, não tenho reclamações sobre ele.

Os dias foram passando e fomos nos conhecendo mais. Acompanhava de perto a situação da casa deles. Graças aos protestos, todos os moradores ganharam casas populares. Elas estavam sendo construídas em um novo bairro da cidade. Aparentemente, eles ficariam mais um tempo no apartamento.

— Tino, se tiver problema para você, a gente pode buscar outro lugar. — comentou Kleber, enquanto seguíamos para a quadra de natação da universidade.

— Para com isso. Você e a Bruna não estão me dando problema nenhum. Inclusive, a mãe de uma colega de escola vai fazer um bazar de móveis. Podemos ir lá, o que acha? — perguntei andando ao lado do Kleber.

— Sério? Perfeito. Acho que podemos dar uma olhada.

— Você nem parece nervoso com a eliminatória. — falei, pensando que se fosse eu no lugar do Kleber estaria uma pilha de nervos.

— O nervosismo é bom, Tino. Você só precisa controlá-lo. Eu treinei a semana inteira e fiz um bom tempo. Os outros alunos que lutem. — piscando e fazendo final de positivo com os dedos.

— Bobão. Eu estava pensando. No dia 15 fazemos um mês de namoro. Quer fazer algo especial ou...

— Ah, não se preocupe, Tino. Estou cuidando de tudo. — ele disse me interrompendo e pedindo para eu cancelar todos os planos no dia 15 daquele mês.

Encontramos o André e o Enzo já na arquibancada. A Giovanna não demorou muito para chegar. A torcida do Kleber era grande, até cartaz de boa sorte fizemos para prestigiá-lo. Afinal, que tipo de namorado eu seria se não preparasse um cartaz?

De acordo com o Enzo, a competição seria na piscina semi-olímpica, menor que a utilizada em competições convencionais de natação. O André brincou e chamou o Enzo de Enciclopédia ambulante, pois conhecia de tudo um pouco.

Ele ainda explicou que a natação é um ótimo exercício porque trabalha o corpo e a mente. Eu concordei, pois, nos piores dias da minha vida gostava de ficar de bubuia na água. A sensação de vazio pode ser boa quando estamos desesperados.

O Kleber entregou sua mochila para mim e os nossos amigos começaram a brincar sobre sermos um casal. É engraçado, na minha adolescência ouvia piadas constantemente, a maioria maldosa e a respeito do meu peso, eu ficava arrasado.

Agora, a piada sou eu de novo, mas não é uma questão pejorativa. Eles estão felizes por sermos um casal e isso virou uma brincadeira fofa, pois, não há maldade nenhuma.

— André, você pode segurar minha mochila? — perguntou Enzo, fazendo uma péssima imitação de Kleber.

— Claro, meu príncipe da armadura dourada. — respondeu André, jogando os dreads para o lado direito e quase acertando Giovanna, que entrou na brincadeira.

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