9 - Coincidências por Kleber Viana

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— Kleber, como é possível? — perguntou o Santino tão confuso quanto eu

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— Kleber, como é possível? — perguntou o Santino tão confuso quanto eu.

Lá estávamos nós. Santino e eu, no meio do matagal da Ufam, amarrados por uma algema de metal. Sei que a vida gosta de pregar peças, mas isso é digno dos Jogos Mortais. O Santino continua lindo. Seus cabelos estão sujos com tinta e fermento. Senti vários balões atingindo minhas costas e voltei para a realidade.

— Santino!!! — gritou uma garota usando uma touca lilás na cabeça. — Vamos para o prédio verde. — ela pediu apontando para frente.

Não temos outra opção e seguimos para o prédio. O Santino não é a pessoa mais rápida do mundo, por isso, acompanhei o ritmo dele. A pobre garota é atingida por um balão enorme e caí no chão. Enquanto a ajudamos, o Santino começou a rir. Estou em choque e não tenho reação alguma.

Achamos abrigo no prédio do curso de engenharia. Uma verdadeira caçada começou na Ufam, os veteranos que conseguissem mais calouros ganhariam um prêmio. O Santino e a garota começaram a se olhar de forma estranha. Ela virou na minha direção com uma cara de surpresa e colocou a mão na boca.

— Você é o Kleber! — a garota apontou na minha direção.

— Sou e você é? — questionei, confuso e olhando para os dois.

— Giovanna, prazer. — estendendo a mão e me cumprimentando.

— Você falou de nós para ela? — perguntei para Santino que continuava calado. — Vocês são namorados?

— Não, o Santino é lindo, mas não joga no meu time. Enfim, a gente precisa sair daqui. Estou um nojo. — a Giovanna andou em direção a janela e ficou vigiando.

— Não podemos nos esconder aqui. Acho que existem outros lugares vazios. — sugeri para os dois.

Começamos a nos esconder pelas salas, mas vários alunos estavam vigiando os calouros. Estava me irritando com o Santino, ele simplesmente ficou calado. Apenas respondia com o seu hum habitual. A Giovanna por outro lado, uma verdadeira metralhadora de informação. Será que tinha botão de desligar?

Achamos uma sala segura e sentamos para esperar o tempo passar. Tiro um lenço do meu bolso e limpo o rosto do Santino. Percebo que suas mãos começam a tremer e seguro a que está algemada comigo.

— Gente, que mundo pequeno, né? Vocês se conheceram no Ceará e veem se encontrar em Manaus. Olha, não quero que o clima fique estranho ou pesado, então, vou ficar ali no cantinho da sala com minha boquinha linda calada e vocês podem conversar melhor, que tal? — sugeriu Giovanna se afastando e olhando o celular.

— Então, Manaus, né? — perguntei ainda limpando o rosto do Santino.

— Hum.

— Santino. Eu nem sei o que te falar e...

— Kleber. Eu não fiquei com o Sérgio.

— Eu vi a foto de vocês dois juntos.

— A mãe dele que era uma grande amiga minha faleceu naquela noite. Enquanto, os amigos dele se divertiam, eu resolvi ajudar. A gente acabou adormecendo na cama. Agora, e o beijo na Emilly? — ele explicou e questionou sem olhar para mim.

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