Capítulo 31

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Pov Louis

Madrugada...

Eu tentei, juro que tentei diversas vezes contar para meu pai minha verdadeira sexualidade mas não tive oportunidade, sempre algo atrapalhava e acabava que até minha coragem ia embora.

Desde que começou a escurecer eu subi e tomei um banho, fiquei escutando música, escrevendo ou só sentado na janela pensando, eu avistei Harry algumas vezes em seu quarto mas não chegamos a conversar.

Agora já é de madrugada e eu decidi que vou contar para meu pai agora, sei que ele não vai gostar mas eu preciso.

- PAI, VEM AQUI POR FAVOR - Gritei do meu quarto, já que só estava nós dois em casa e eu sabia que o mesmo estava na sala

- Aconteceu algo?

- Será que a gente pode conversar?

- Claro, pode falar

- Pai é... É uma coisa que já faz um tempo que eu tô pra lhe contar mas não sabia como... Eu... - respirei fundo - Eu sou Bissexual... - silêncio

Ele estava parado em pé perto da porta olhando fixamente para mim. Eu sinceramente não esperava por isso, eu esperava por gritaria ou até uma aceitação, pelo pouco de esperança que ainda restava em mim... Eu esperava qualquer coisa, menos o.... Silêncio

- Sai. Da minha. Casa. AGORA!

- O-o que?

- Você é surdo ou o que, moleque?! SAI DAQUI AGORA, PORRA!

- P-pai, não, por favor - falei e quando negava freneticamente com a cabeça

- NÃO ME CHAMA DE PAI! EU NÃO CRIEI UM FILHO TODOS ESSES ANOS PRA ELE VIR DIZER NA MINHA CARA QUE GOSTA DE HOMEM! - ele passou a mão nos cabelos suspirando - Onde caralhos eu errei? Você foi o único homem dessa família pra vir me dizer que gosta de homem? Esperava o que? Uma festa? Fogos de artifício? VOCÊ É UMA ABERRAÇÃO E EU NÃO UMA ABERRAÇÃO DENTRO DA MINHA CASA!

- Mas eu... Eu continuo sendo o mesmo... Pai, por favor...

- Eu já disse pra não me chamar de pai, sua bixinha! - ele disse entre dentes se aproximando de mim e colocando o dedo no meu rosto - Você. Não. É. Meu. Filho! - ele levantou a mão prestes a me dá um soco me fazendo fechar os olhos fortes

- Você não vai encostar um dedo nele! - Uma voz grossa veio da porta, fazendo meu pai se virar se afastando de mim

- E você, quem pensa que é pra entrar assim na minha casa? - falou alto

- Alguém muito melhor que você! - retribuiu o tom ríspido e alto - pegue suas coisas, sim? - falou após focar os olhos em mim. Apenas assenti e sai devagar de perto de Mark para pegar minhas coisas e indo para seu lado. - Você tá bem? - perguntou baixo enquanto me encostava mais em seu corpo, eu apenas assenti - Ótimo, vamos embora!

- Isso mesmo, vai embora bixinha do caralho! - Mark falou alto quando já estávamos perto da porta

- CUIDADO COMO FALA COM ELE! - Harry gritou ficando bem próximo e apontando o dedo em seu peito - Você não tem o direito de falar assim com ele, nem com ninguém! Está me entendendo?! Louis é uma pessoa incrível e é um homem assim como qualquer outro! E não é uma "aberração" por gostar de homens! Então pense duas vezes antes de falar dele ou de qualquer outra pessoa, dessa vez foi só um aviso!

Harry voltou para junto de mim, e saímos da minha - não mais minha - casa.

- Você vai ficar comigo, okay?

- N-não Harry, não precisa, não quero da trabalho - falei baixo por conta do choro

- Você não irá atrapalhar, vem, vamos entrar e tudo ficará bem, sim?

Eu apenas assenti e nós entramos. Subimos para o quarto do mesmo onde ele pegou minha mochila e deixou em cima da cadeira de sua escrivaninha.

Pov Harry

- Harry... - ele me chamou baixo que só consegui escutar por conta do total silêncio que estava o quarto. - Você pode... Ah, deixa pra lá...

Ele estava sentado no meio da minha cama com as pernas cruzadas, brincando com os dedos e quando tentava parar de chorar, mas falhando miseravelmente. Me aproximei e me deitei, puxando seu braço delicadamente, fazendo com que ele se deitasse comigo, e assim ele vez. O puxei para os meus braços e o deixei chorar enquanto fazia carinho em seus cabelos.

Eu estava no quarto quando escutei uma discussão e rapidamente me levantei pensando que podia ser algo com Louis. Quando cheguei na janela, o vi encolhido e um homem, que associei na hora ser seu pai, falando alto e prestes a lhe bater. Corri escada abaixo encontrando minha mãe na sala ainda, ela também havia escutado e pelo meu desespero já sabia que eu iria na casa vizinha, pedi para ela ir pro quarto e que amanhã contaria o que havia dado e sai correndo, entrando na casa vizinha, e dando graças a Deus pela porta estar destrancada.

Eu não sei quanto tempo ficamos ali, calados, com ele chorando e eu lhe fazendo carinho, só sei que em algum momento ele começou a se acalmar, ele começou a relaxar até que julguei que ele havia pegado no sono, mas ele me chamou novamente.

- Hazz... Obrigado.... Obrigado por ter entrado lá... Não sei o que teria acontecido se você não tivesse ido...

- Shh... O importante é que você está bem, okay?

Ele levantou a cabeça que estava deitada em meu peito e me encarou por alguns segundos, antes juntar seus lábios aos meus. A princípio era só um selar dos nossos lábios, até que ele se afastou e me encarou novamente, com os olhos marejados, que eu não sabia dizer e era por conta do que tinha acontecido ou por medo de qual seria minha reação.

Rapidamente levei minha mão ao lado de seu rosto e o trouxe para um beijo. Nossas línguas se encontrando, muito sentimento sendo transmitido em um só beijo. Ele foi se levantando aos poucos, ainda me beijando até que estivesse em cima de mim, com uma perna em cada lado do meu corpo. O beijo não era quente, não levaria a nada além, mas não me impedi de abraçar sua cintura, enquanto ele enrolava seus dedos em meus cachos.

Paramos o beijo depois de alguns minutos, deixando nossas testas juntas enquanto tentávamos regular nossa respiração.

- Espero que agora tenha ficado claro, Harry - ele falou baixo por causa da nossa proximidade - Tudo isso foi por sua causa... Meu namoro falso com a Taylor foi pra tentar te esquecer, mas eu vi que é impossível, não dá pra te esquecer porque... Porque eu estou completamente apaixonado Harry, e se não fosse por você, eu nunca teria falado com Mark hoje e... Foi tudo por sua causa...

Eu não consegui falar nada, apenas sorri e o beijei novamente. Eu realmente não sabia o que falar, foi tanta coisa em tão pouco tempo.

- Eu não sei o que te dizer Lou... A gente pode conversar depois, sim? - ele assentiu com um sorriso mínimo - Vamos dormir, já está tarde e você precisa descansar depois.... Depois disso tudo.

- Você vai ficar aqui? Comigo? - ele perguntou ainda sentado em meu colo olhando pras mãos

- Eu não irei sair daqui, Lou, eu prometo. - sorri e o mesmo me olhou retribuindo o sorriso. Ele me deu um selinho e saiu de cima de mim para que pudéssemos deitar novamente

- Boa noite Hazzy! - falou se aconchegando em mim

- Boa noite, anjo!

...



Mais um capítulo escrito com a ajuda da minha amiga Débora ☺️
Espero que tenham gostado.

A New Neighbor, A New Discovery [Larry ]Onde histórias criam vida. Descubra agora