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P.O.V Noah

Já se passou um mês desde que eu e Sina estamos investigando sobre Any, um mês desde que o meu pai saiu de casa e não deu mais notícias, e três semanas desde que eu e Sina estamos namorando.

Se não fosse por ela, sinceramente estes últimos tempos teriam sido muito mais difícil, eu amo a minha mãe mesmo ela tendo feito todo este mal durante toda este tempo a minha irmã. Agora eu entendo um pouco da sua dor, mesmo que isso nunca justifique os maus tratos e tudo o que ela proporcionou de mal a Anyelly. Mas apesar de eu a amar, está sendo difícil a sua convivência em casa, principalmente porque estamos só os dois agora, sinto que ela sente falta do meu pai apesar de ainda estar muito magoada com ele e ele com ela. Falando do meu pai, o mesmo não deu mais notícias, liguei, mandei mensagem mas nada, nem sequer enviou. Sina tem sido o meu porto seguro, ficamos juntos todos os dias, todas as tarde depois da escola e tentamos descobrir aos poucos e poucos um pouco mais de onde possa estar Any.

Sim, a minha maninha está viva e eu tenho certeza disso. Queria saber se ela está bem, onde está e com quem está, se estão tomando bem conta dela e se ela é feliz, ou pelo menos mais feliz do que o era aqui, comigo.

- Noah, quer ir comer um sorvete de morango no parque antes de irmos para sua casa?- fala Sina me tirando de pensamentos profundos. Neste momento estamos saindo da escola e iriamos para minha casa como todos os dias.

- Pode ser- sorrio ao lembrar de Any e do quanto ela amava quando iamos a esta sorveteria comprar sorvete de morango juntos depois da escola quando eu não ia correndo para casa jogar algo no computador. Por falar em jogos, desde que a minha irmã sumiu, não senti mais vontade de jogar, ela sempre me pedia para parar, para lhe dar atenção, para estar com ela, ela apenas queria o meu carinho ou que eu brincasse com ela... Suspiro. Mas eu nunca liguei para os seus pedidos, preferi gastar todo o tempo que tinha com ela, jogando e a ignorando. A tratava mal quando ela interrompia um jogo meu "importante", e gritava com ela quando queria apenas conversar comigo mas eu estava "muito ocupado" jogando. Isso me fez entender que eu sou um dos grandes culpados do seu sumisso. Quando ela desapareceu e eu achei realmente que ela se tivesse suicidado, o meu coração parou, eu queria apenas voltar atrás, deixar todos aqueles milhares de jogos e recordes idiotas para o lado, e a poder abraçar nos meus braços, mas isso já não era possível o que me fez acordar para a realidade. Graças a isso, deixei de lado também o Xavier, meu "amigo" e parceiros de jogos que quando eu deixei de jogar, simplemente se virou contra mim culpando Any pela minha "falta de foco". Se não fosse Sina, eu teria ficado completamente sozinho, e eu nunca conseguirei agradecer o quanto ela me fez bem nos últimos meses, sem ela, não sei como nada teria acontecido.

- Ei, vida, o que se passa? Está muito calado- fala Sina com uma expressão preocupada.

- Estou bem- sorrio- lembrei de Any, tenho saudades- suspiro.

- Eu também tenho Amor, mas em breve iremos descobrir onde essa pequena trapasseira anda escondida- fala Sina sorrindo com carinho lembrando a amiga e eu sorrio com a sua descrição de Any.

- É... Em breve saberemos e podermos contar para ela toda a verdade- suspiro.

- Mas é melhor termos certeza disso primeiro, neste momento apenas sabemos que a mulher suspeita de se ter envolvido com o seu pai e ser mãe da Any, se chama Liliana Loukamma e que nasceu na Finlândia pois estava lá na certidão de nascimento da Any a nacionalidade. Tirando isso, estamos quase na estaca zero- fala me desanimando.

- Tudo bem, vamos investigar tudo primeiro e depois logo vemos o que faremos- ela concorda andando mais rápido após entramos na sorveteria.

- Um sorvete de morango e um outro de chocolate por favor- Sina pede ao atendente que assente indo fazer o pedido.

- Você não enjoa de morangos?- pergunta Sina com uma expressão divertida me observando pegar o meu sorvete de morango e entregar na sua mão o de chocolate.

- Não, ele faz me lembrar da minha irmã, para além de ser delicioso- digo rindo e lambendo o meu sorvete sorrindo.

[......]

Passou algum tempo desde que saimos da pequena sorveteria ao lado da escola e agora caminhavamos lentamente de volta para casa. Estavamos quase a chegar quando Sina me para agarrando o meu braço e me puxando para trás de uma árvore que tinha ali perto.

- Ei, o que você está fazend....- antes de terminar a frase ela me interrompe pedindo silêncio.

- Shhhhh- ela tapa a minha boca e eu me calo- está vendo ali?- ela aponta para a entrada da minha casa- aquele não é o seu pai tentando entrar?- diz me fazendo observar e semi serrar os meus olhos na tentativa de ver melhor já que ainda estavamos a alguns metros de distância.

Realmente parecia o meu pai, ele estava com uma mala daquelas de viagem, que parecia vazia pela forma com ele a pegava facilmente movimentando para cá e para lá enquanto tentanva sem sucesso abrir a porta de casa com a sua chave. Mesmo que ele continuasse tentando, não conseguiria a abrir pois minha mãe fez questão de a mudar passado uma semana que ele saiu sem dar explicações.

Eu e Sina ficamos algum tempo apenas observando o Senhor Soares tentando abrir a porta de casa sem sucesso. Após algum tempo decidimos ir até ele já que precisavamos conversar na tentativa de obter mais informações importantes para conseguir descobrir mais pistas de Any.

- PAII- chamo quando nos aproximamos um pouco mas meu pai nem sequer nos olha, apenas finge que não nos ouviu e para de tentar abrir a porta, pegando na mala pronto para sair de lá.

- Ei, precisamos conversar pai.- digo após correr um pouco para o alcançar e agarro o braço do mesmo para que ele me olhe.

- Sim, precisamos falar com o senhor- diz Sina quando chega perto de nós também olhando o meu pai esperando alguma reação.

- Eu não posso agora, eu já vou indo...- ele fala e espera um pouco tentando inventar uma desculpa- tenho que ir trabalhar..

- Você chegou agora do trabalho muito provavelmente- digo perdendo a paciência pela desculpa esfarrapada- por favor, é só uma conversa, o senhor é adulto e meu pai- ele assente- vamos entrar e conversamos melhor lá dentro?

- Não, prefiro em outro lugar, se a sua mãe me vê aqui é capaz de chamar a polícia- ele diz e eu acabo por aceitar- vamos para um café aqui próximo e lá conversamos melhor.

- Tudo bem, vamos, temos muitas perguntas sem respostas e achamos que o senhor nos possa ajudar- diz Sina nos seguindo.

Confusion / Beauany [COMPLETA] (Now United)Onde histórias criam vida. Descubra agora