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P.O.V Any

Bom dia, acordei e não recomendo, doi o meu braço de tanto que a minha mãe e o meu irmão o puxão, doi-me o estômago por não ter quase comido nada ontem e doi-me o coração por sentir que ninguém me quer. Pensei que uma noite bem/mal dormida seria o suficiente para melhorar o meu ânimo, mas sinceramente acho que só piorou.

Levantei da cama, foi ao banheiro, olhei no espelho e arregalei os olhos. Mas também, quem é lindo de manhã? Comecei por tomar um banho quente, talvez isso melhora-se, enrrolei-me na toalha e fui até ao closet escolher um look para.... Ficar dentro do quarto? Bem.... Provavelmente seria isso que eu faria, mas era melhor me habituar á ideia porque acho que provavelmente isso acontecerá durante bastante tempo.

Vesti uma cança jeans e uma blusinha rosinha bebê com um lacinho no meio, depois fui escovar os dentes e pentear o cabelo, por fim maquilhei-me um pouco e fui fazer a cama.

Organizei tudo e fui até á janela abrir as cortinas para deixar o sol entrar no quarto, me surpreendi vendo Joalin se enfiar dentro dos arbustos e ri com a situação pois ela tinha entrado de lado, tropeçado num galho solto no chão e caido de bumbum na grama verdinha e ainda molhanda pela rega noturna. Ela se voltou para a janela e sorriu para mim aliviada por ser eu e não outra pessoa qualquer da minha familia.

- Está bem? - pergunto abrindo um pouco a minha janela para que ela possa ouvir sem eu ter de gritar e me arriscar a acordar alguém de casa.

- Sim, só estou um pouco molhada- ela diz passando as mãos na roupa para tirar as folhas que ficaram presas e tentar secar inutilmente a roupa.

- Ei, porque você está no meu jardim- bem.... No jardim da família Soares- a estas horas?- disse abrindo o resto das cortinas que não tinha aberto pois me distrai com o tombo desajeitado de Joalin.

- Papai me mandou- ela diz com um olhar meio triste mas logo volta a sorrir para mim.

- Porque o teu pai haveria de te  mandar me espiar?- pergunto divertida, tenho que me divertir com algo se não vou elouquecer né...

- meu pai é o Simon....- ela sussurra e eu só vejo mesmo os seus lábios mexerem, ainda bem que com o tempo me tornei uma ótima "ouvinte" de leitura labial *risos*

- mentira?- falo supreendida- serio?- apetecia dizer "eu sinto muito", mas olha para mim, os meus pais não são exemplos nem para vilões de histórias de Princesa.

- Verdade, ele pediu que te observa-se e lhe contasse tudo... Eu não queria te deixar desconfortável, desculpa, na verdade eu não converso com muitas pessoas, mas agora estou conversando com você- ela sorri e isso faz aparecer um sorriso instanio no meu rosto.

- Acho que seremos ótimas amigas então- eu sorrio- calma, você ainda está molhada... Quer que te empreste uma roupa?- pergunto sem pensar muito.

- Eu até queria aceitar, mas não me posso trocar no meio do arbusto- ela ri baixinho o que me faz rir também, tinha saudades de rir, é tão melhor que chorar....

- Anda, eu te ajudo a subir, por aí tem o cano que liga ao telhado para a água escorrer, acho que se você apoiar o pé aqui- aponto para uma saliência no cano, tipo um parafuso grande que o prende á parede- consegue subir e depois nesta parte eu posso te puxar para você alcançar a janela- digo e ela sorri saindo do arbusto sacudindo de novo a roupa.

Joalin se aproxima da parede e começa a escalar o cano, quando ela tá quase a chegar até mim, ouço barulhos vindo do parafuso que eu disse para ela apoiar o pé, acho que fui meio que uma má ideia dizer para ela apoiar o pé no lugar que segura o cano á parede, enfim, apressei-me a segurar a sua mão e por incrível que pareça consegui que ela não caisse e se apoia-se no parapeito da janela.

Puxo ela para dentro com o máximo de força que consigo mesmo tendo passado este tempo todo sem comer e estar com o braço "debelitado". Quando ela já estava cá dentro, fechei a janela r a cortina para não ter risco de alguém a ver do lado de fora do jardim. Ia fechar a porta mas lembrei que a minha mãe tinha trancado do lado de fora e levado a chave, depois finalmente pude sentar na cama e suspirar de alivio.

- Eu quase caí- ela me olha ofegante, meio que me fazendo sentindo culpada mas depoia desmancha-se a rir e eu riu junto com ela.

- Ei, eu só dei uma ideia, você que aceitou- ela confirma e após recuperar do susto, levanta da minha cama e fica me olhando. No início fiquei olhando também sem entender mas depois lembrei do porquê de ela estar assim, a roupa.

- Calma, vou buscar para você no closet, fique á vontade- saiu do quarto e entro no closet tentando procurar alguma roupa para ela.

Já estava com a calça jeans na mão e estava procurando uma blusa quando ouço passos das escadas.... Ai ai... Fico um pouco paralizada e logo ouço a voz da minha mãe.

- Espero bem que esteja aí dentro e que não tenha saido para lugar nenhum sua vadia- ela diz com voz que me dá nojo. Eu iria responder quando surpreendente alguém respondeu por mim... Joalin?

- Eu não sai, agora você poderia me deixar sair, por favorizinho?- ela imita tão bem as minha falas e a minha voz que eu poderia jurar que nos conhecemos á anos.

- Que voz irritante, ainda bem que não saiu de mim- não saiu? Que?- bem, era só isso, e não, e se continuar a pedir não irá sair nunca- tá? Tou confusa, mas melhor pensar nisso outro dia mesmo...

Pego qualquer roupa e vou até Joalin lhe entregando e fico a encara-la pedindo respostas.

- Que foi?- ela me pergunta com cara inocente como se não acabasse de falar com a minha mãe fingindo ser eu e tranquilamente.

-  Que foi? Você estava falando com a minha mãe, imagina se ela abrisse a porta e te visse aqui? Ou reconhece-se que essa voz não era minha? Ela mataria-me- digo exageradamente mas pensando bem, talvez não seja assim tão exagerado.

- Tranquila- Joalin diz depois de acabar de se trocar de roupa, com uma voz Tranquila deitando-se na minha cama com os braços cruzandos em baixo da cabeça servindo de almofada- eu sei o que estou a fazer, sabia que se pedisse para sair ela iria fazer exatamente o contrário só para te fazer sofrer, é muito fácil manipular a tua mãe- ela ri.

- Você é louca Jo- riu- mas eu amei.

- Eu sei, quem não me ama- ela fala sorrindo e depois ri.

- verdade- riu sentando na ponta da cama.

Ficamos só conversando sobre coisas aleatórias e nem reparamos o tempo pasaar. A companhia dela é ótima e me sinto bem para sorrir novamente.

Confusion / Beauany [COMPLETA] (Now United)Onde histórias criam vida. Descubra agora