Capítulo vinte e oito

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Dois dias antes;;

As memórias e problemas da herdeira Hinata Hyuuga.

[...]

—Tudo bem, acho que podemos começar a conversar agora.

Hinata se sentou ao lado da irmã, deslizando os dedos pelos cabelos úmidos pelo banho recém-tomado; apesar de serem muito parecidas, um detalhe que facilmente diferenciava as irmãs eram os cabelos. Hanabi possuía madeixas mais longas, de um tom castanho-chocolate que lembrava bastante o pai delas. Diferente de Hinata, que cortava os cabelos com frequência na infância, ela nunca tinha deixado uma navalha sequer próxima de si; as mechas castanhas ameaçavam ultrapassar a linha do seu quadril. E ela tinha muito orgulho disso.

Com um suspiro sonhador, Hinata alcançou a escova de cabelos próxima de si, segurando os fios acastanhados entre suas mãos e os escovando pacientemente.  Relembrando o que sempre pensava, ela teve certeza de que podiam até ser semelhantes nas aparências, mas havia uma diferença abissal entre suas personalidades; Hanabi sabia lidar com seus problemas de maneira quase sempre totalmente eficaz. Ela era do tipo que se enrolava e desenrolava sem ao menos deixar que alguém soubesse, e todo mundo naquela clã sabia de como eram eficazes suas artimanhas; ainda sim, isso não significava que ela era perfeita.

Ninguém é perfeito.

Portanto, as vezes Hanabi tropeçava, e acabava se machucando demais para conseguir lidar com isso sozinha. Era aí, então, que ela chorava para a única pessoa que confiava todas as suas células.

—Onee-chan... —Choramingou, virando-se e exibindo sua melhor cara de choro, com os olhos de luar cheios de lágrimas e a boca tremendo, como se fosse uma criança que havia quebrado seu brinquedo favorito. Se metendo entre os braços da irmã mais velha, deixou-se aliviar, agradecendo por ter obedecido ela, que tinha lhe convencido a tomar um banho, respirar fundo e se recompor antes de conversarem sobre a situação. —É uma longa história...

—Eu tenho a noite toda, fique a vontade, imouto —Suspirou, ajeitando os braços de maneira que pudesse continuar a escovar os cabelos de sua irmã, mesmo com ela enterrada contra seu peito, choramingando e praguejando.

—Bem, então, tudo começou com aquele maldito gostos-...quer dizer, garoto...

—Konohamaru?

—Hm-hm —Afirmou com a cabeça, prosseguindo; —Bem...nós andamos trocando cartas, quer dizer, tentamos, porque o idiota do Naruto não sabe nem ser pombo correio, mas não nos encontramos mais, só que eu tô desconfiada porque, claro-...

—Espera...

Hanabi fez uma careta.

—Antes que pergunte, eu dei no primeiro encontro.

—Não seja tão rude consigo mesma, podia usar palavras mais brandas, sabia?

—Perdão, nee-chan. Em nosso primeiro encontro acabei por entregar-me a praticar atos libidinosos com ele, dessarte nosso pouco convívio.

Hinata levantou a sobrancelha. Na verdade nem importava o quão brandas fossem as palavras; a situação ainda era uma merda. Não sabia aonde enfiar a cabeça sabendo que sua irmãzinha era tão...

—E olha, vamos ser sinceras, eu não fui safada. Ele que é bonito demais. O mesmo pro Naruto porque, convenhamos, ele é um gato e, você só não deu o bote nele ainda porque-...

—Porque ainda não sentimos que fosse o momento certo. Não vou te criticar, imouto, tudo bem. Só quero que me diga se mesmo com esse pouco tempo você realmente tem certeza de que está grávida —Cogitou silenciosamente perguntar um pouco mais sobre o relacionamento dela com Konohamaru. Mas não aparentava ser algo como ela e Naruto; parecia bem longe disso.

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