Capítulo quarenta e um

638 81 12
                                    

22 dias para a nomeação da nova líder do clã da Lua.

[...]

"A doutrina que percorre nosso sangue é a igualdade nua e crua, muito diferente da pura igualdade pura que propõe que dois indivíduos vivam nas mesmas condições, nos mesmos direitos.

Nossa lei é simples: Que morram como nós morremos, que sangrem como nós sangramos, que sofram tal como nós sofremos. Olho por olho. Dente por dente. Clã por clã.

Vida por vida.

—C.C.C; H.H."

[...]

Hanabi não se despediu depois da conversa que tiveram. Ela, silenciosamente, se afastou entre fungadas e choramingos, e minutos depois um criado avisou Hinata que os recém-casados haviam já saído em curta viagem para a casa onde ficariam nas próximas semanas.

Ela teve náuseas. Não deixaria Hanabi lá, mas precisava pensar numa forma de convencer o pai, claro. Um pretexto. E ela não tinha nenhum ainda. Nem quando a festa acabou, e tampouco quando tirou suas roupas e as trocou por tecidos mais leves e casuais. Ela dormiu. Ela acordou. Os criados estavam de volta aos afazeres diários e o café da manhã estava servido. Mas não havia Hanabi, nem Neji. Apenas ela e o pai na mesa.

E a solidão sufocante o dia todo junta do silêncio. Pareceu que foi rápido, mas cada minuto era tão torturante que, no final do dia, quando se deitou para descansar um pouco, sentiu como se tivesse de livrado de um enorme peso.

Hinata não podia entender a sua irmã, ao seu pai, a Neji  e as vezes nem a si mesma. Mas compreendia facilmente que Naruto era o final de todas as suas tempestades. Era a calma de todos os seus medos. Quando seus olhos focaram nos dele, os azuis-céu sugaram todas as suas frustações e as reduziram a pó; as sombras as sua volta se dispersaram rapidamente e ele entonou, calmamente:

—Achei que não viria hoje.

—Ficar sozinha em casa não era uma opção.

Naruto abriu um sorriso, envolvendo Hinata em um abraço apertado e beijando quantas vezes pôde as bochechas rosadas dela, que ria envergonhada, mas sem fugir dos carinhos.

—Você 'tá bem? —Sussurrou no tom rouquinho que a fez se arrepiar, balançando a cabeça.

—Não —Choramingou infantilmente, completando baixinho; —Preciso da minha irmã de volta.

—Esse é o tipo de coisa que eu esperava ouvir de outra pessoa.

Hinata levantou o olhar, então arregalou os olhos e se afastou sob o semblante confuso de Naruto; tateou os bolsos rapidamente e retirou dali uma carta meio amassada, entregando a ele.

—É para Konohamaru. De Hanabi.

—Isso vai melhorar ou piorar a situação dele?

—Sinceramente? Não sei. Minha irmã é imprevisível.

Os olhos dele sorriram junto dos lábios, conforme guardava a carta cuidadosamente no próprio bolso.

—Vou entregar a ele hoje.

—Obrigada... —A herdeira suspirou, sem saber mais o que dizer. Então, eles se deitaram juntos no colchão antigo, fitando o teto em silêncio.

Os dedos deles se encontraram sem muita dificuldade, a tez leitosa dela fazendo um contraste escandaloso com o brilho bronzeado do palmo de Naruto. Então foram seus olhares que se pregaram um ao outro;

HantaiOnde histórias criam vida. Descubra agora