Capítulo dez

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Naruto teve a tarde mais engraçada de toda sua vida.


Os visitantes eram um tanto exóticos; Rasa, o atual líder do clã do Deserto, era um homem alto e ruivo, com olhos afiados e uma aura um tanto maléfica. Ele vinha acompanhado de seus três filhos e alguns homens de confiança, e foi dito que sua esposa era falecida. O caçula e provável futuro líder era um garoto magro e ruivo, com olhos afiados como Rasa, mas num tom esmeralda equilibrado, como se ele tivesse o bem e o mal lutando dentro de si. O irmão do meio era muito parecido com o pai, mas tinha cabelos castanhos e tinha uma expressão muito mais branda, quase boba. E por fim, a mais velha...


Temari foi apresentada como a princesa do clã do Deserto. Ela era uma jovem alta, de cabelos loiro-escuro volumosos e indomáveis, e olhos verdes. Belíssima, obviamente, mas cada minuto com ela só fazia Naruto pensar uma coisa com cada vez mais força;


Ela era bonita, mas não era mais bonita que Hinata.

Céus, nenhuma mulher poderia ser mais deslumbrante que Hinata.


E além da beleza, Temari era uma jovem de gênio forte, que se metia nas conversas, levantava o tom e bufava alto quando era ignorada, além de acertar tapas e olhares mortais nos irmãos mais novos quando eles juntavam coragem de rebater ela. Nem de longe ela lembrava a princesa; Hinata era elegante desde o primeiro fio de cabelo até o último dedo do pé, mesmo sem querer, ela era superior, altiva, como uma deusa que não precisava responder meros mortais.


Apesar desses pensamentos e do fato de odiar almoços formais, Shikamaru rendeu boas risadas — quer dizer, existia algo melhor do que ver Shikamaru como um cãozinho carente pedindo atenção da sua dona?— e os três jovens convidados eram uma boa companhia. O caçula ruivo, Gaara, era sério e um tanto reservado, mas sempre tinha algo interessante a dizer, Kankuro, o acastanhado, era engraçado e extrovertido, causando um grande contraste com o caçula, e Temari apesar dos pesares era divertida e sabia falar de muitos assuntos. Eles tinham personalidade tão distintas quanto suas aparências, quase não pareciam irmãos, mas Naruto reconheceu que eram unidos. No futuro, quando fosse o líder do clã, sentiria-se feliz em convidar os Sabaku-no para almoços formais.


[...]


Quando anoiteceu e os visitantes se despediram, Naruto só sentia vontade de trocar de roupa e ir vê-la. Teve até que se apressar em se livrar de Shikamaru, que choramingava algo sobre estar apaixonado por um problema; amava o amigo, mas não tinha tempo para bobeiras.


Entrou em seu quarto rapidamente, se livrando do quimono pesado e procurando uma roupa em seu armário. Estava tão distraído que nem notou Konohamaru deitado em sua cama.


— Vai ver a princesinha?


Naruto se virou assustado, agradecendo por ainda vestir uma cueca. Konohamaru riu enquanto via a expressão do herdeiro se transformar em pura surpresa.


— De quem você está falando?


— Naruto, não me faz de besta, eu vi tudo, tá legal? — Ele se levantou, cruzando os braços. — Ela é bonitinha. Mas devia ver a irmã dela.


— A irmã dela? — Naruto questionou, demorando um tanto para se lembrar; — Hanabi?


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