Capítulo quarenta e quatro

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Madrugada da véspera da nomeação da nova líder do clã da Lua.

[...]

"Adendo pessoal: Para deixar um homem louco, basta se afastar dele.

Não foi isso, afinal, que a princesa silenciosa fez? Nem os deuses resistem a dureza da ignorância feminina, quem dirá os pobres mortais.

C.C.C; H.H."

[...]

Hinata não aparecia a dias suficiente para Naruto estar a beira de um colapso. Era véspera do aniversário dela, e apesar de ter ido até a cabana todos os dias para esperar ela, não havia tido sequer sinal dela. Estava preocupado.

Ela aguentaria uma guerra inteira, sim. Ela estava viva. Mas será que havia desistido daquele romance? Será que simplismente não amava Naruto mais? Ele ficava nervoso a cada questionamento que fazia a si mesmo, mais uma vez largado com o rosto apoiado na mesa de madeira da cabana.

O cheiro úmido da floresta, da cera derretida das velas e do querosene das lamparinas infestavam o local. Era uma mistura estranhamente boa, mas ele sentia falta de um perfume; o de Hinata. O indescritível aroma floral e doce.

Choramingou.

—Aí, Hinata...você me deixa louco —Batucou os dedos na mesa. Era só o começo da noite. Ela poderia aparecer, certo? Ou pelo menos era esse o desejo mais gritante dentro de si.

A saudade era capaz de rasgar um homem ao meio mais facilmente que uma espada. Podia suportar todos os problemas se estivesse com ela, mas sem ela...

A pressão do Conselho por um ataque havia diminuído, mas só porque estavam se divertindo em procurar um espião. Não havia muito o que fazer, o que o deixava suando frio; ele teria que contar a ela. E estava aí, então, uma chance ridiculamente grande de perder ela (caso ainda não tivesse perdido).

Ele precisava falar. Precisava ver ela. Mas ela lhe odiaria? Ou...ou...

Percebeu que estava tremendo quando uma mão delicada tocou seu ombro.

—Estou atrasada?

O coração do líder se desmanchou em uma avalanche de sentimentos. Se levantou de uma vez só, derrubando a cadeira e afastando a mesa num ruído alto. Agarrou Hinata com todo seu desejo, encostando seu nariz ao dela e sentindo-a; floral, forte, presente, fria pela brisa noturna, mas totalmente ali.

E por enquanto, totalmente sua.

—Nunca mais faça isso —Rosnou, mas não era uma ordem. Era um pedido. Estava implorando, trêmulo; —Nunca mais.

—Desculpa —Sussurrou, sorrindo. Hinata havia chegado de fininho, palpando silenciosamente os sentimentos de seu homem; bem, parecia que seria divertido surpreender ele. Mas ela não esperava que ele estivesse tão...vulnerável. —Tive problemas.

—Céus, eu entendo, meu amor, mas eu não consigo...não consigo sem você... —Acariciou a pele dela, finalmente a beijando. Não havia sequer conseguido contabilizar o quanto a desejava até sentir o gosto dela mais uma vez, inundando seu corpo de tesão. —Eu preciso de você, Hinata. Espero que saiba disso.

Ela deu um risinho abafado pelos lábios dele, que procuravam beijar todo seu rosto.

—Não tenho mais dúvidas, agora.

—Hm, não quero que as tenha nunca mais —Seus dedos invadiram o quimono escuro sem sequer desfazer o laço. Hinata gemeu, surpresa, o encarando, na penumbra.

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