Your Eyes Tell | Jeon Jungkook

Capítulo 11

Aproveitando meu tempo, sentei para estudar a matérias que eu teria hoje: Psicologia da Comunicação. Fiz um chá de erva-doce, não dispenso o açúcar, para começar o dia mais tranquila. Quero evitar o estresse que passei ontem e fazer o meu dia render ao máximo. Afinal, entre tantas coisas ruins consegui o que tanto queria, estudar jornalismo.

O sol fraco batia contra minhas costas aquecendo-me, um calor tão aconchegante para o frio que vem fazendo por aqui... Dediquei toda a minha atenção aos livros e vídeos sobre o assunto, o sono vinha algumas horas mas bastava uma água fria em meu rosto para voltar com tudo. Fiquei nesse pequeno ciclo a manhã toda, dava algumas pausas para descansar a mente e no fim, o resultado foi duas horas e meia de dedicação máxima.

Para a minha sorte, Si-Woo não vem almoçar em casa, então somos apenas eu e Jimin. Decidimos pedir jjajangmyeon. Tomei um banho rápido para aproveitar e deixar o cabelo secar e logo desci para esperar a entrega ao lado de Jimin, que estava estirado no sofá assistindo a um vídeo sobre "gringos reagindo à nossa cultura". Não julgo, também adoro esse tipo de vídeo.

Assim que o delivery chegou, pegamos nossas tigelas e comemos no sofá mesmo. Abusamos quando meu pai não está em casa, é simplesmente ótimo. Eu estava com tanta fome que não vi quando já havia menos que a metade do macarrão. Aproveitamos e ficamos descansando ali mesmo e jogando conversa fora.

— Como a Eun-Ji está? Faz tempo que não a vejo... — perguntei de olhos fechados.

— Estou esperando ela me ligar, combinamos de sair hoje a noite e ela ficou de me avisar quando saísse do trabalho.

— Ela trabalha com o quê? Eu nem sabia que ela trabalhava, na verdade. — ri sem graça e o loiro riu do meu comentário.

— Não é remunerado mas ela ajuda no asilo alguns dias — explicou.

— Caramba, você devia ir junto, Minnie — virei-me para ele, que arqueou as sobrancelhas pensativo — Vai te fazer bem!

— E você? Vai ficar fazendo o que hoje? Ficou dentro do quarto a manhã inteira...

— Entenda que agora sua irmãzinha é universitária! — sorri convencida e ele gargalhou — Mas hoje já tenho planos, vou fazer o trabalho com Jungkook.

— Não vai prestar isso... — balançou a cabeça rindo baixinho.

— Ah, me respeita, Jimin! — dei um tapa em seu ombro e ri — Jeon é confiável e para falar a verdade eu acho que não vamos desenrolar em nada.

— Vai nessa, Young... — levantou rindo da minha cara e ajeitou a jaqueta nos ombros — Bom, vou escovar os dentes e passar para ver a minha gatinha agora.

— Fico feliz por vocês dois se gostarem de verdade, Ji... Os dois são muito bons e merecem demais serem felizes!

— Obrigado, baixinha — deu um beijo no topo da minha cabeça — Amo você!

— Também te amo, oppa — mandei um beijo no ar e logo ele seguiu.

Permaneci no mesmo lugar depois que ele saiu, liguei a televisão e fiquei passando de canal em canal procurando algo que fosse interessante. Acabei me frustrando e decidi ver vídeos de teorias da conspiração. Confesso que algumas me deixam arrepiada e até com medo, mas eu simplesmente adoro saber desse tipo de coisa. É muito intrigante.

Acabei dando uma cochilada de uns quarenta minutos e, quando acordei, continuei assistindo mais alguns vídeos, até que me lembrei. Meu Deus, preciso ir no apartamento do Jeon! Peguei meu celular e assim a tela brilhou, vi o horário, 15:27. Corri para o meu banheiro e fiz as devidas higienes. A minha sorte foi que eu já havia tomado banho e colocado uma roupa confortável. Peguei minha mochila e corri até a avenida mais próxima de casa, entrei no primeiro táxi que encontrei.

— Merda... — sussurrei inquieta dentro do táxi.

— Perdão? — o motorista ouviu.

— Hm? Nada, nada, desculpe.

Avisei o porteiro que estava indo no apartamento do garoto e subi o elevador com pressa. O relógio já marcava 15:45. Bati na porta do mesmo ainda ofegante, com as mãos apoiadas nos joelhos, e ele logo abriu.

— Jeon... — olhei para o mesmo — Desculpa pelo atraso...

— Entra. — deu espaço e assim o fiz, segui-o até a cozinha — O que aconteceu? Você estava participando de uma corrida?

— Perdi o horário — ele estendeu-me um copo d'água e logo a bebi.

— Tinha que ser... — falou baixo.

— Ya! E se fosse alguma coisa séria? — aproximei-me franzindo o cenho.

— E era? — riu — Vai me dizer que estava estudando?

— Aish... Não. — olhei e ele claramente esperava eu dizer o que estava fazendo — Estava assistindo teorias da conspiração.

— V-Você estava o que? — arregalou os olhos e caiu na gargalhada, sua risada era gostosa.

— Ya! Ya! Ya! Pare de rir! — dei um tapa em suas costas e ele resmungou em meio aos risos.

— Minha nossa... Minha barriga está doendo. — revirei os olhos e fui em direção à sacada — Aish, já parei, Min-Young! — ri porque ele disse isso ainda rindo um pouco.

— Caramba... A vista é muito bonita... — disparei inconscientemente e o moreno parou ao meu lado, senti seu olhar sobre mim.

— É mesmo — ele falou e virei o olhando. No mesmo instante ele disfarçou e virou a cabeça para a frente, não consegui deixar de sorrir.

— Bom, por onde começamos? — entrei novamente e peguei meu celular.

— Não precisa tirar pelo seu celular, eu tenho uma câmera — falou indo em direção ao seu quarto e o segui admirando o lugar, mesmo sendo a segunda vez aqui.

— Profissional?

— Uhum. Tenho duas, na verdade, mas são de tipos diferentes. — explicou.

— Gosta de fotografia então, hm? — adentrei seu quarto e vi uma parede cheia de fotos polaroids — Puta merda, Jeon, você tirou todas essas?

— Você fica uma graça quando está curiosa — ele falou e senti um frio imediato na barriga, virei-me e vi o mesmo de braços cruzados e um sorriso pequeno fofo — Bom, vamos para o terraço? O sol deve estar numa posição boa já.

— Hm? — por um momento sua beleza me tirou a concentração — Ah, sim, claro. Vamos.

Saímos do cômodo, parando na cozinha antes de seguirmos para o terraço.

— Gosta de energético? — perguntou abrindo a geladeira e vi vários frascos de leite de banana.

— Você é um bebê, Jeon — ele olhou-me envergonhado e sem entender, ri e continuei — Tem um estoque de leite de banana!

— A-Ah... — coçou a nuca um pouco sem jeito.

— Eu também gosto, podemos tomar. Você me deixou com vontade agora!

— Quer um? — assenti e ele riu — Aqui, não sabia que a marrenta gostava disso.

— Como se você fosse muito neném também — ergui o queixo e rimos.

...