"Todas as vezes que te olho vejo sua mãe, Min-Young. Você e Jimin puxaram muitas coisas dela e, caramba, como eu sinto falta de tê-la por perto", meu pai suspirou após proferir tais palavras. Suas mãos seguravam as minhas e aqui, em frente a um lago cujo fim era inviável enxergar, eu pude ver a beleza do homem à minha frente. Cabelo escuro e bem aparado, um brilho inédito em seus olhos apertados e a barba bem feita.
"Como chegamos aqui, appa?", perguntei me sentindo protegida perto de meu pai. Eu olhava os arredores procurando alguém além de nós mas não obtive absolutamente nenhum resultado. Estávamos no que parecia ser uma espécie de campo vasto, onde havia tal lago infindável e uma brisa inconstante. "Viemos juntos, mas também não sei como", respondeu sem complicações.
Os braços do mais velhos me apertaram contra si e me permiti desfrutar do abraço. "Sempre tão orgulhosa das próprias atitudes... Minha filha está crescendo rápido", balbuciou e segurou meu rosto entre suas mãos, olhando fixamente em meus olhos, alternando entre um e outro. O brilho irreconhecível em seus olhos ofuscou-se. "Pai...", senti meu rosto ser cada vez mais esmagado.
"Você não me deu orgulho algum", foi a última coisa disparada pelos lábios semicerrados antes de me empurrar para a água gélida e turva. A agonia se tornava maior a cada segundo e meu corpo parecia pesar toneladas. Minhas forças estavam concentradas em voltar para a superfície mas eram nulas, a escuridão do fundo se aproximava até que...
Um barulho forte me dissipou de tal sensação.
Levantei amargurada e senti meu coração disparado tirando o fôlego que me restava. Olhei para os lados ainda atordoada ao perceber que tudo não passou de um sonho, felizmente, e logo encontrei meu celular, que estava tocando. Em poucos instantes o toque cessou, indicando duas chamadas perdidas de quem eu gostaria que aparecesse em meus sonhos.
O que ele quer em pleno sábado de manhã?
Ignorei as chamadas e fui ao banheiro. Escovei os dentes e assim que abri a torneira e molhei meu rosto com a água fria, a troca de calor transmitiu um arrepio pelo meu corpo todo, trazendo imediatamente imagens que eu vira ainda tomada pelo devaneio de minutos atrás. Afastei-me da sensação desconfortável ao sentir tal coisa e, no minuto em que estava ocupada com minha necessidades, meu celular toca mais uma vez.
Com a pressa me atrapalhando, o celular toca pela segunda vez no meio tempo em que me higienizo e lavo as mãos. Peguei o aparelho e aceitei a chamada com os nervos à flor da pele.
— O que é, Jungkook? — soei um tanto agressiva mas o garoto do outro lado da linha não ligo.
— Bom dia, marrentinha, o que está fazendo? — minha mente esfumava perfeitamente o sorriso levemente relevante do mais velho assim que indagou.
— Acabei de acordar... — minha voz saiu arrastada emanando minha frustração — Poxa, porque faz isso comigo? Quer mesmo me atazanar em pleno fim de semana?
— Estou em frente a sua casa, gatinha, não vem me ver? — pulei da cama boquiaberta.
— O quê?! Meu pai não pode te ver! — abri o armário e coloquei o primeiro moletom que encontrei — Oito horas da manhã... São oito da manhã! — escutei uma risada nasalada.
— Você só pode estar brincando. São quase 13h! — disparou indignado — Você é tão sonolenta assim, Min-Young? Eu já devia imaginar...
— Como sabe onde eu moro?
— Duas palavras: Jung Hoseok.
Hobi, Hobi... Você está ajudando Jungkook a me enrascar. Se alguém me ver com esse garoto estou fodida! Simplesmente.
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Your Eyes Tell | Jeon Jungkook
FanfictionPark Min-Young, 22 anos, passou a vida toda sob pressão de seu pai para herdar os negócios, assim como seu irmão. Depois de muitos episódios perturbadores, ela finalmente começa a trilhar seu próprio caminho, e dessa forma conhece Jeon Jungkook, seu...