Ponto de vista do Jungkook
Fazem cerca de cinquenta minutos que Min-Young está na sala de cirurgia. Assim que chegamos no hospital, fiz questão de alarmar que ela não estava em boas condições para que tratassem o caso com urgência, já que seus olhos mal conseguiam ficar abertos devido ao estado em que se encontrava. Já era possível enxergar algumas marcas em seu corpo, cujas tonalidades variavam entre roxo e avermelhado, sua boca estava manchada pelo sangue recente e os olhos vacilantes. Vendo-a assim, meu coração foi estraçalhado.
A impressão que tive foi de que tudo estava em câmera lenta. Eu sequer sentia seu peso em meus braços, meu coração frenético em desespero era insignificante já que a única coisa que me importava era que minha garota permanecesse viva. As tosses ensanguentadas vinham sem constância, porém ela já havia perdido muito sangue. Correndo com uma maca em nossa direção, a equipe médica veio pronta para levá-la e logo viram que se tratava de uma hemorragia interna.
Após perceber que minhas lágrimas desciam incessantemente, deixei-a na maca e uma gota caiu em seu rosto. Praticamente fui tacado contra a parede pela movimentação frenética ao redor dela e em seguida notificado para que aguardasse no corredor à frente, no qual a sala de cirurgia para a qual ela estava indo era. Um vazio se fez presente no meu peito e assim que sentei-me em umas das cadeiras, abaixei a cabeça em meus joelhos sentindo um amargo tomar conta da minha garganta à medida que o choro se aguçava. Permaneci com pensamentos intrusos durante os longos minutos em que o corredor branco e extenso me abrigou.
Já deve fazer quase dois meses que Park Min-Young entrou em minha vida e, nesse curto intervalo de tempo, ela despertou o dobro de emoções que eu nunca sentira com mais ninguém. Eu já devia saber que a garota vestida de vermelho que bebia gim faria um estrago na minha existência, ou melhor... Faria meu coração ser dela. Somente dela.
Sem os meus pais ao meu lado, fisicamente, eu me senti sozinho. Claro que tinha os bons amigos com os quais podia contar, mas me tornei órfão. Perdi meus pais. Lutei contra a depressão. Mudei drasticamente o rumo da minha vida. E isso me trouxe até ela. A pessoa que me faz querer viver em sua presença, que me deixa confortável quando está perto, que eu mais almejo encontrar todos os dias. Eu não posso perder você, minha marrentinha.
— Park Min-Young? — o médico responsável saiu da ala cirúrgica e, assim que me levantei, veio até mim estralando os dedos.
Nesse exato momento minha ansiedade começou a dar sinais maiores. O suor frio já umedecia minha nuca, testas e palmas das mãos.
— O-Olá, doutor — ele sorriu brevemente e me cumprimentou.
— Você é o responsável pela senhorita Park? — arqueou as sobrancelhas.
— Sim, sou eu, somos am... Namorados.
— Tudo bem, senhor...? — apertou os olhos esperando que eu lhe dissesse meu sobrenome.
— Jeon. Jeon Jungkook.
— Senhor Jeon, felizmente a cirurgia foi um sucesso. Sua namorada já está sendo levada para um quarto reservado e dentro de alguns minutos poderá vê-la.
— Ela já acordou? — arregalei os olhos estranhando.
— Ainda não. Como a anestesia foi geral, ela não acordará imediatamente, mas a boa notícia foi que seu corpo reagiu bem ao anestésico e não tivemos complicações nenhuma.
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Your Eyes Tell | Jeon Jungkook
FanfictionPark Min-Young, 22 anos, passou a vida toda sob pressão de seu pai para herdar os negócios, assim como seu irmão. Depois de muitos episódios perturbadores, ela finalmente começa a trilhar seu próprio caminho, e dessa forma conhece Jeon Jungkook, seu...