Capítulo 23

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Vendo-o tão distante porém tão perto era assustador. Eu não sabia o que esperar de Park Si-Woo. Ele me apoiaria ou desaprovaria? Tecnicamente ele é o meu pai, mas suas atitudes não convergem com isso. São nessas horas que eu mais sinto falta da minha mãe, que eu não cheguei a conhecer, mas sinto que ela me defenderia de todas as coisas repugnantes que esse homem faz.

Eu estava prestes a levantar do sofá e ir até o mesmo mas fui impedida por Jeon, suas mãos seguraram minha cintura voltando-me para o sofá e fitei seus olhos em seguida, ele negou com a cabeça como se dissesse "não faz isso". Jimin cumprimentou-o e pegou sua mala, levando para o quarto, enquanto o dono do semblante mortal vinha até nós dois.

— Como passaram essas últimas duas semanas? E quem é esse garoto? — parou com os braços cruzados em frente ao sofá onde estávamos.

— Ele é meu amigo, pai — ignorei a primeira pergunta e respondi sentindo meu estômago revirar numa mistura de medo e angústia.

— Na verdade, eu e sua filha namoramos, Sr. Park — o moreno se levantou e curvou-se levemente ao meu pai, de maneira respeitosa e, simultaneamente, ousada — Finalmente nos conhecemos, Park Si-Woo. Jeon Jungkook. — estendeu a mão com um sorriso falso no rosto. O aperto de mãos fora negado pelo mais velho, que revirou os olhos ufano.

— Jungkook, melhor não... — Jimin sussurrou.

Minhas pernas começaram a tremer discretamente quando Jungkook tomou a decisão de bater de frente com meu pai. Obviamente não seria um conflito pacífico. Meu pai aproximou-se lentamente do mais novo e pôs seus rostos lado a lado, fechando os olhos e inspirando.

— Então é ele quem te fez companhia naquele dia. — disparou — Sua colônia não é das melhores mas também não é ruim, garoto.

— Pai-- — Jimin e eu tentamos interropê-lo.

— Ah, que menino ligeiro, Min-Young, mas não contou a ele que você namora? — ele arqueou as sobrancelhas com um ar ameaçador — Afinal, esse pivete não tem classe o suficiente para se relacionar com você, não é?

— Com todo o respeito, mas eu não preciso de classificação nenhuma ainda mais vinda do senhor. — o moreno estralou os dedos em frente ao próprio peito e respirou fundo, chamando atenção do outro.

— Tudo bem, tudo bem... Isso é desnecessário. Não tem porquê discutir, tudo bem? — pronunciei-me e levantei do sofá, apenas para ficar de pé, porém acabei atraindo olhares perfurantes do meu pai. Sentei-me novamente.

— Eu concordo, isso nunca acaba em coisa boa. — meu irmão reforçou.

— O que significa isso? — ele se aproximou com lentidão apontando para os hematomas em minhas coxas e braços — Que eu saiba você não pratica MMA...

— Pai, para quê ser tão rude assim?

— Cala a boca, Jimin.

Olhei-o processando sua pequena discussão com Kook e fechei os olhos criando coragem para dizer tudo o que estava na ponta da minha língua.

— Vai me explicar essa porra ou não, Park Min-Young?! — gritou e bateu com força no assento ao meu lado, fazendo-me estremecer e Jungkook arregalar os olhos colérico.

— Isso é o que Jaehyun fez comigo, Si-Woo. Será que agora dá para acreditar em mim pelo menos uma vez em 22 anos? — gritei olhando no fundo dos seus olhos e ele riu irônico, negando com a cabeça.

— Está me dizendo que foi Jaehyun que fez isso? — voltou a olhar em meus olhos, porém de maneira mais mansa, o que me fez estranhar mas ao mesmo tempo respirar com o mínimo alívio.

Your Eyes Tell | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora