Capítulo 3

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Tirei o restante do dia de ontem para resolver todas as pendência do apartamento e do meu antigo emprego.

Como restavam algumas semanas apenas para a conclusão do contrato, eles não se importaram em me dispensar logo.

Quanto ao apartamento seria mais complicado. Tinha nossos móveis lá dentro e conversando com Amie, ela concordou que deveríamos vender tudo antes de dar no pé.

Então, por enquanto, ainda iríamos manter o local.

Arrumei todas as minha roupas em malas e trouxas bem grande.

Senhor Giluer disse que seu motorista viria me ajudar com as roupas, então estava tentando agilizar ao máximo a arrumação.

Logo eu já havia chegado a tão bem cobertura.

Jack não estava a vista, mas encontrei um senhor de terno na sala.

-Você deve ser Sofia - ele veio em minha direção. - Sou Cassini, sou o secretário do Jack. Ele me pediu para mostrar o local para a senhora.

Eu sorri.

O rapaz se apressou em me ajudar com as bagagens e saiu, falando que eu deveria segui-lo.

Entramos novamente no corredor e, mais ou menos quatro portas depois, ele entrou.

O quarto estava decorado em tons de rosa e a cama perfeitamente ajeitada.

O cômodo era maior que todo o meu apartamento. Tinha um canto com algumas almofadas sobre um tapete, televisão e uma escrivaninha.

-Esse, como pode perceber, é seu quarto - ele disse, sorrindo.

Cassini era alto e muito bonito. Ele tinha os cabelos castanhos bem alinhados e um rosto perfeitamente desenhado.

-Perdão pelo exagero, o chefe indicou que encontrassem decorações rosa para o quarto - ele riu.

-O que vale é a intenção - mesmo que tenha sido exagerado, acrescentei mentalmente.

-Vamos continuar? - o chefe lhe dará um tempo para organizar tudo.

Eu concordei, deixando as malas sobre a cama e seguindo ele para fora.

-Alem de você, na casa trabalhamos eu e Jaine - ele gesticulava ao falar. - Ela cuida da limpeza da casa e eu das questões mais urgentes.

-Cassini e Jaine - falei em voz alta para não esquecer.

Isso arrancou um sorriso do rapaz.

-Seu quarto é ao lado do de Rafael - ele disse abrindo a porta e mostrando um quarto generosamente decorado.

Se meu quarto estava exagerado, aquele quarto extrapolava o significado de exagero.

-Aquela é a porta do escritório - ele disse apontando a última porta. - Jake vai passar muito tempo ali, então deveria se habituar a vistar aquele cômodo.

Concordei.

-Esse é o quarto de Jake - ele se referia a porta que fica de frente para o quarto da criança. - Essa é a brinquedoteca.

Aquela porta de tom azul bebê eu conhecia. Era o cômodo que visitei ontem quando vim para a entrevista.

-Por último, outro quarto.

-Perfeito, bem simples - falei.

O rapaz sorriu quando chegamos no final do corredor.

-Naquele corredor tem mais um quarto, um cinema, uma academia, dispensa e um outro cômodo - ele falou, apontado para o outro lado do apartamento.

Ele andou até onde havia indicado e seguiu até uma porta aos fundos. Quando ele a abriu, liberou a passagem para um jardim perfeito.

Havia uma piscina bem no meio, uma área de churrasco próxima e várias plantas.

-Enfim, acho que o mais importante eu já te mostrei - Cassini falou.

Concordei, retornando a cozinha.

-O pequeno Rafael logo chegará - ele anunciou. - O chefe foi buscá-lo na escola.

Não falei nada e isso deixou um silêncio constrangedor no local.

O homem sorriu sem graça e por fim resolveu sair do apartamento. O acompanhei com os olhos a todo momento e isso pareceu deixar ele ainda mais tenso.

-Até mais, Sofia - ele falou ao fechar a porta.

Fico aguardando na cozinha e pouco mais de meia hora depois Jack chega com o pequeno Rafael.

O garotinho se esconde atrás do pai ao me ver e fica com apenas um olhinho atento em mim.

-Vejo que chegou cedo - Jack falou.

-Sim, senhor Giluer - eu respondi.

Ele coçou a cabeça, bagunçando ainda mais seus fios já desgrenhados.

-Jack, por favor. Não sou muito mais velho que você - ele disse.

Eu sorri.

-Vou tentar senhor... Jack - respondi desajeitada.

Ele sorriu brevemente.

-Já é um bom começo, afinal de contas - ele disse.

Eu assenti.

Ficamos nos encarando por alguns segundos e aproveitei para notar seu figurino de hoje.

Ele havia abandonado as calças moleton e usava uma calça jeans preta. Em cima, uma camisa golo polo na mesma cor. Os óculos caiam preguiçosamente em seu nariz e seu cabelo estava ainda mais bagunçado que ontem.

Jack era um homem bonito.

Mesmo com a barba enorme, que indicava que a alguns meses não faz alguma coisa ali, sua fisionomia era bem desenhada. Ele tinha traços perfeitos e olhos verdes magníficos.

-Eu vou indo, senhorita Sofia - ele falou. - Volto para o jantar.

Jack sorriu brevemente e saiu do apartamento.

Rafael ainda estava parado e me encarava curioso.

Passei as horas seguintes tentando fazer com que o pequenino confiasse em mim.

Adquiri a confiança de uma criança é complicado, mas depois que você a tem o respeito é só uma consequência.

Almoçamos juntos e eu o auxilei nos deveres escolares.

Olhei o relógio e já eram quase seis horas.

Dei um banho em Rafael e me apressei indo até a cozinha para começar os preparos do jantar.

Setes horas e eu já tinha finalizado meu momento de culinária honrosamente.

Não demorou muito para que Jack abrisse a porta do apartamento.

Rafael correu em direção ao homem que o pegou no colo e depositou alguns beijos em suas bochechas.

A criança cochichou algo em seu ouvido e meu chefe me encarou com um sorriso.

-Vejo que preparou o jantar, senhorita Sofia - ele disse ao encarar a mesa. - Não precisava, isso está além da sua função.

Eu sorri.

-Não de preocupe, senhor... Jack - eu vacilei. - Acho que é o mínimo que posso fazer para te ajudar enquanto eu estiver aqui.

Ele sorriu, parecia contente.

-Entao, vamos comer? - ele me chamou.

Encarei ele, confusa.

-Senhor, creio que não seja apropriado, posso comer na cozinha - disse, caminhando.

Ele contornou minha cintura com a sua mão livre e me conduziu até a cadeira mais próxima.

-Nada disso, pode comer a mesa comigo - ele disse.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora