Capítulo 39

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Assim que me viu, Rafa não desgrudou do meu colo e passamos todo o percurso até o restaurante conversando. Ele estava animado em me contar como havia sido seu fim de semana com sua vovó e sobre as crianças que ele conheceu nesse período.

A criança estava bastante animada com seu retorno, o que me fazia pensar que havia sentindo muita falta de casa nesse tempo que passou longe.

-Tia Sofia, vamos brincar hoje? - ele perguntou umas cinco vezes.

-Claro, meu bem - eu respondi todas elas com um enorme sorriso em meu rosto.

No entanto, na última vez que perguntou ele se virou para Jack sorrindo de forma inocente e com os olhos ainda mais brilhantes.

-Papai poderia brincar com a gente - Rafa sugeriu.

O homem sorriu e concordou com a cabeça. Em resposta, seu filho deu algumas palminhas e deu gritinhos, demonstrando que estava realmente empolgado com o aceite de seu pai.

-Papai vai brincar com a gente, tia Sofia - ele me contou.

Passei a mão em seu cabelo, alinhando os fios. Diferente de Jack, os cabelos de Rafael era escorridos de tão liso e tinha uma coloração loira, quase que próximo do ruivo.

-Quem bom, meu anjinho, vai ser divertido - eu disse.

Eu e Jack nos entreolhamos se perguntando um ao outro se estava tudo bem, mas desviamos o rosto. Ele encarou a o trânsito e voltei minha atenção para a criança que tinha voltado a falar sem parar. 

Chegando ao restaurante, Rafa insistiu que a gente o acompanhasse nos brinquedos e assim fizemos. Fomos com ele ao pequeno parque improvisado dentro do estabelecimento.

Rimos um pouco com as fofuras de Rafa e Jack o ensinou a descer no escorregador. A criança ficou muito feliz com o novo brinquedo e quis descer por várias vezes consecutivas, esgotando com as forças de seu pai que ficava segurando ele para que ele não caísse.

-O almoço está pronto - uma garçonete nos avisou e Jack suspirou aliviado.

Jack ajeitou o terno e sorriu para o pequeno que se acomodou em seu colo.

Seguimos em direção a nossa mesa, onde nos sentamos.

-Desculpa a intromissão, mas vocês são uma família muito linda - disse a mesma garçonete que nos havia chamado.

-Obrigada - disse Jack abrindo um sorriso de orelha a orelha.

Eu não tive tempo de negar e Jack não parecia querer fazer isso. O comentário da moça o deixou ainda mais contente e ele parecia mais animado. A mulher sorriu e deu meia volta.

-Papai, isso significa que a tia Sofia pode ser minha mamãe? - perguntou a criança.

Eu encarei Jack, que apenas ria do comentário.

-Se ela quiser, meu bem, ela pode ser sim - ele disse.

Lancei um olhar cheio de perguntas para ele. Afinal, eu queria saber o que aquelas palavras significavam para ele. 

-Tia Sofia, você pode ser minha mamãe - o menino me disse feliz.

-Vamos ver isso aí - eu disse, apenas.

Rafa me lançou um sorriso triste e Jack um olhar malicioso.

Eu não aguentava com esse homem.

Logo a garçonete retornou com os pratos e os colocou sobre a mesa, sorrindo timidamente ao se despedir.

-Você seria uma ótima senhora Giluer - Jack disse enquanto ria.

Eu revirei os olhos.

-E almoçar todo dia nesses restaurantes chiques? Passo - eu falei ao indicar o ambiente extremamente caro ao qual ele havia me trazido.

-Posso cozinhar para você, se os restaurantes chiques a incomodam - ele disse, abrindo outro enorme sorriso.

Fiquei paralisada encarando seu rosto.

-Ou podemos almoçar no restaurante da Amie de vez enquanto - ele comentou.

Jack era um homem que não tinha como se descrito. Ele não era o tipo galanteador, mas com certeza conquistaria facilmente mil mulheres se investisse nessa carreira. O jeito doce com o qual falava as coisas era alucinante e fazia eu arfar todas as vezes em que ele aplicava sua dose de romantismo.

-Por que você é tão bom comigo? - perguntei, encarando ele. 

Ele me olhou, com os olhos enormes e cheios de carinho. 

-Porque eu gosto de você, Sofia - ele falou.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora