Capítulo 20

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Mesmo com meus devaneios, a noite foi bem tranquila. O resultado final foi o provável: perdemos. Mas Jack parecia muito feliz e ria das provocações de Cassini.

Eu e Jaine, agora, estávamos seguindo os rapazes que iam na frente e tagarelavam sobre suas habilidades no boliche.

-Aproveite que ele está mais descontraído e tenta arrancar algo do homem - Jaine sussurrou.

Encarei ela com o meu melhor olhar de "sai fora".

Ela riu delicadamente.

Já são era quase oito horas da noite e minha barriga estava começando a roncar. Se eu continuasse sem comer, provavelmente ouviríamos alguns monstros pré históricos se manifestarem dentro de mim.

-Vocês querem jantar? Vou pedir pizza - Jack anunciou.

Cassini pareceu empolgado. Eu não teria como recusar, afinal morávamos juntos e Jaine morava no mesmo prédio.

Sendo assim fomos para o apartamento de Jack.

Estavamos sentados no tapete da sala e Jack nos servia alguns copos com bebida.

Imaginei o estrago que ia dar quando aquele líquido se encontrasse com a minha barriga vazia. Provavelmente, coisa boa não iria sair, mas ainda assim, beberiquei alguns goles para acompanhar os demais.

-Me conte sobre você, Sofia - Cassini disse. - Você namora?

Os olhos de Jack pousaram rapidamente sobre mim, curiosos.

-Não - eu disse, apenas. - E você, Cassini?

O homem olhou "disfarçadamente" para Jaine e sorriu sem emoção.

-Por enquanto estou na pista - ele tentou brincar.

-Então tem vontade de namorar - alfinetei.

Ele deu de ombros e sorriu.

-Todo homem precisa de um amor - ele disse.

Eu ri de sua frase.

-Mas e você, Sofia, deveria arrumar um namorado - era a vez de Jaine falar alguma coisa.

Não foi difícil, para mim, perceber suas intenções.

-Não é assim que as coisas funcionam - eu disse, tentando cortar o assunto.

-Você deve ter muitos pretendentes - Cassini disse.

-Não, nenhum - eu falei rápido demais.

Todos me encararam e eu corei, afinal a reposta tinha sido de forma involuntária.

Como em qualquer clichê de comédia romântica, fui salva pelo interfone. Era o segurança avisando que as pizzas haviam chegado.

Jaine se prontificou a ir buscar e Cassini, obviamente, se voluntariou para ajudá-la. Sendo assim, quando a porta se fechou, me encontrei sozinha com Jack no apartamento.

Ele sorriu timidamente e me serviu mais um copo de bebida, mas ao se servir derramou uma boa quantidade do líquido em sua camiseta.

-Oh, deixa eu ajudar o senhor - falei. - Vou buscar uma camiseta.

Corri pelo corredor e trouxe uma camiseta que encontrei dobrada sobre sua cama.

Quando cheguei na sala Jack voltava da lavanderia sem a camiseta molhada e com uma pequena toalha esfregando o local. Era impossível não olhar para aquele corpo.

Ele sorriu docemente ao me ver e pegou a camiseta que estendi em sua direção.

-Obrigada, Sofi - as palavras saíram tão carinhosamente que eu me derreti.

-Por.. por nada - respondi, nervosa.

-Acho que eu sou um verdadeiro desastre, sempre estragando tudo - ele riu, parecendo que falava sozinho.

- Eu achei fofo - falei.

Seus olhos finalmente encontraram os meus e ele me estudou. A cor verde se intensificou e pareceu se tornar mais forte a cada segundo.

-Você me acha fofo? - ele perguntou de repente.

Eu desviei o olhar e tomei uma boa golada do drink.

-Sim - eu disse, olhando para a janela da sala.

A vista era linda e ao mesmo tempo amedrontadora. Mas era melhor do que lhe mostrar minhas bochechas coradas e meu olhar completamente devoto.

Senti sua presença atrás de mim. Não tinha como não sentir a presença dele, era uma um alarme para o meu corpo.

-Sofi - ele me chamou.

Sua voz estava rouca, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Era um tom sedutor e que faria qualquer mulher tremer igual vara verde.

-Olha para mim, Sofia - ele falou carinhosamente.

Virei minha cabeça lentamente e dei de cara com rosto de Jack próximo ao meu.

O homem colocou um dos braços encostado no vidro, bem na altura do meu rosto. Eu tinha levado minha atenção para sua mão e agora percorria seu braço com o meu olhar, até por fim, novamente, encontrar seus olhos.

Ele novamente ergueu meu queixo com a ponta do dedo.

Jack estava uns trinta centímetros mais alto que eu naquela noite, mas ainda assim ele desceu lentamente seu rosto em minha direção e tocou levemente meus lábios.

Jack estava me beijando? Sim, Jack estava me beijando. Pensei.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora