Capítulo 21

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Dessa vez ninguém se afastou ou o beijo foi curto. Muito pelo contrário, Jack me beijou com cada vez mais intensidade. O beijo tinha começado delicado, mas aos poucos foi ganhando mais ímpeto. Senti suas mãos apertarem minha cintura e me trazerem para mais perto dele. 

Ele sorriu maliciosamente entre um beijo e vi seus olhos brilharem.

Não nos importamos com nossos corpos colados e continuamos com aqueles amassos na janela até ouvir as vozes da dupla dinâmica no corredor.

Jack se afastou suavemente e deu um beijo na minha testa, me levando delicadamente para sentar ao seu lado no sofá. Ele ergueu meu copo de bebida, já que o dele estava vazio, e terminou de beber o que restava.

-Vocês não vão acreditar no que aconteceria - disse Jaine abrindo a porta com um sorriso.

A mulher nos encarou, analisando a cena e não precisava de muito para entender que havia acontecido algo naquela sala. O bombardeio de perguntas logo viria e eu precisava pensar em algumas respostas urgentemente.

-O que? - Jack perguntou, quanto devolvia meu copo a mesa de centro.

-Por que o Jack está de blusa diferente? - ela retrucou.

Encarei a camiseta verde que eu havia pegado e depois para Jaine.

-Eu derrubei bebida na outra - Jack respondeu por mim.

Seu olhar desconfiado de desfez, mas eu sabia que ela não se contentaria com aquela resposta.

-Enfim, a Jaine quase derrubou todas as pizzas quando foi entrar no elevador - Cassini contou.

Ela deu uma cotovelada na boca de seu estômago.

-Claro, você colocou o pé na minha frente - ela disse, brava.

Eu ri dos dois e quando olhei para Jack, ele me encarava com os olhos cheios de desejo.

Alguns calafrios percorreram o meu corpo e eu suspirei.

-E vocês, o que aprontaram em nossa ausência? - Jaine não era nada discreta.

-Conversamos - eu respondi rapidamente.

-Sobre o que? - ela retrucou na mesma velocidade.

-Línguas - respondeu Jack dando uma risada.

Eu o encarei de olhos arregalados, aquele traidor.

-Línguas? - perguntou Cassini, tentando conter a gargalhada.

-Sim, inglês e espanhol - falei a primeira coisa que pense.

-Ah, vocês falaram sobre idiomas - Cassini assentiu.

Cassini e Jack tentaram conter a risada, mas não conseguiram disfarçar. Por fim, até eu mesma já estava rindo da resposta.

Nossos amigos pareceram deixar de lado a história e fiquei mais calma, pois não saberia explicar o que estava acontecendo. Eu não sabia nem me explicar, imagina ter que fazer pessoas de fora entenderem.

As pizzas foram coladas sobre a mesa de centro, junto com as bebidas, e nos sentamos sentamos no chão. 

-Vamos brincar - disse Jaine.

O olhar sugestivo dela me fez tremer, eu sabia que ela estava propondo aquela brincadeira para me jogar no colo do meu chefe. Uma parte de mim parecia uma adolescente: toda ansiosa com a brincadeira. A outra parte estava com receio de expor seus pensamentos.

-Qual a ideia? - Cassini perguntou animado. 

-Verdade ou consequência - Jaine disse rindo.

-Isso é brincadeira de criança - Jack disse animado. - Mas tudo bem, que comecem os jogos.

Aparentemente eu era a única relutante ali, então apenas dei de ombros mesmo estando completamente contra aquela ideia. 

Jaine afastou uma das caixas vazias e colocou a garrafa de vinho vazia deitada sobre a mesa. 

-Vou baixar um aplicativo para os desafios - Cassini disse, pegando o celular. 

-Não acho que vamos precisar de auxilio, mas é sempre bom ter um backup de emergência - Jaine falou.

Eu limpei minha mão no pano de prato que Cassini havia colocado sobre a mesa, enquanto rezava em silêncio para que a garrafa se desviasse da minha direção. 

-O primeiro em que a garrafa parar será o que vai perguntar, o segundo responde - Cassini ditou as regras. - Se a pessoa não quiser responder a pergunta, ela vai ter que pagar com um desafio. 

Eu suspirei. Eu tinha me metido em uma grande enrascada.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora