Capítulo 42

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Os dias se passaram rápidos e eu estava cada vez mais apaixonada por Jack. Ele se tornava cada dia mais romântico e carinhoso, mas ao mesmo tempo, mantinha seu lado selvagem sempre ativo.

Recentemente virou um hábito eu dormir em seu quarto e todos já não estranhavam mais quando nos viam abraçados ou quando Jack entrava em casa e me beijava.

Parecíamos um casal e eu não me importava mais com as aparências.

Rafael estava amando o nosso relacionamento e não parava de me chamar de mãe, mesmo que aquilo me deixasse desconfortável eu não tinha coragem para repreende-lo.

Hoje, Jack decidiu que jantaríamos nesse restaurante chique e deixou o pequeno Rafael com a sua mãe.

-Eu a trouxe aqui com um objetivo
- Jack disse depois de um tempo.

Minhas mãos começaram a suar.

-Sei que tem pouco tempo que está conosco em nossa residência e não quero que pense que minha relação tem alguma influência no que vou falar - ele disse.

Seus olhos estavam fixos nos meus e, pela primeira vez, vi Jack em uma postura séria. Ele não estava gaguejando ou nervoso, muito pelo contrário, ele estava completamente no controle daquela conversa.

-Enfim, estou trazendo minha sede para mais próximo da minha residência e crescendo ela um pouco mais. Então, queria saber se você aceita trabalhar como advogada na minha nova sede? - ele sorriu. - Eu estou pensando em levar Jaine também, já está mais do que na hora de ela ter uma oportunidade.

Eu o encarei. Me formei em direito, mas nunca fui fã de escritórios. Acabei me apaixonando por crianças e não sai de empregos que envolvessem cuidados com os pequenos. Mas ele tinha razão e eu deveria em algum momento mudar a minha vida.

Ficar para sempre trabalhando como governanta não estava na minha planilha de sonhos.

-E aí? - ele insistiu, ao não obter uma resposta.

-Eu aceito - disse sem relutância.

Jack abriu um sorriso de orelha a orelha. Ele tinha ficado imensamente feliz.

-Perfeito, vou falar pro Cassini já preparar a papelada - ele disse enquanto mandava alguma mensagem no seu celular. - A cede vai ficar pronta semana que vem.

-Jack - chamei ele.

O homem subiu o olhar, tinha um brilho tão intenso nesse que por alguns segundos me esqueci o motivo pelo qual havia o chamado.

-Muito obrigada, você é um cara incrível - eu disse.

Ele corou um pouco e abaixou a cabeça envergonhada.

Não importava quão íntimo estivéssemos, Jack sempre seria o chefe tímido e desastrado pelo qual eu me apaixonei.

Porém, um grito estridente interrompeu meu pensamento e vi alguns braços se jogando envolta do pescoço de Jack. O rapaz levou um susto com o movimento, assim como eu.

-Jackzinho - a mulher falou com aquele tom irritante.

Ele a encarou com uma expressão sem emoção.

-Ola, senhorita Nina - falou formalmente.

A mulher ficou em pé e sorriu.

Uma coisa eu tinha que admitir, ela era realmente linda. Os cabelos perfeitamente cortados em um chanel alinhado e o vestido azul com rendas bordadas lhe passavam um aspecto de princesa.

-Sem formalidades, docinho - ela falou. - Já faz tanto tempo que nos conhecemos.

Era notório que Jack estava desconfortável com aquela situação e eu já tinha excedido minha cota de incômodo com aquela voz.

-Senhorita Nina, a formalidade é uma forma educada de cumprimentar - Jack explicou.

Uma mulher mais velha de aproximou e sorriu para Jack. Ela tinha um rosto perfeito, mas marcado pela idade. O vestido era tão elegante quanto o da mais jovem.

-Senhora Margo - Jack a cumprimentou.

A mulher me olhou de relance e eu vi o desdém em seu olhar. Mas foi tão rápido, que duvido que Jack tenha percebido.

-Meu genro, a quanto tempo - ela disse docemente.

Jack tossiu algumas vezes e eu o olhei cheia de perguntas. Era bem óbvio que ele não tinha relação nenhuma com a filha dela (que julguei ser a tal Nina) e que ela tinha dito aquilo para me provocar.

-Senhora Margo, peço que não faça essas brincadeiras, as pessoas podem entender errado - Jack disse, sempre me olhando de canto.

-Não é brincadeira, meu amado, já estou falando com seu pai sobre a probabilidade de unirmos nossas famílias por meio de vocês dois - a senhora sorriu confiante. - Imagina só, o conglomerado Lima e o conglomerado Ferraz juntos? Isso seria um choque para todos.

Jack estava com os olhos em chamas, mas isso não importou a ela. Nina sorria feliz, aparentemente ela era bem afim de Jack.

-Vamos indo, meu futuro genro - a mulher provocou. - Atrapalhamos seu jantar de negócios para lhe trazer as novidades, mas já estamos indo.

Elas nem fizeram questão de se despedir de mim e agiram como se minha presença fosse irrelevante. Nina se jogou entorno do pescoço de Jack mais uma vez e deu um delicado beijo em sua bochecha.

Meu peito doeu ao ver aquela cena.

-Sofi - eu o ouvia chamar, como se estivesse distante.

Meus pensamentos estavam sem rumo e eu encarava a ponta da mesa, perdida. A cena daquele delicado beijo ficava se repetindo em minha cabeça, fazendo meu coração de pesar em meu peito.

-Vamos embora - eu disse, largando os talheres.

Jack me encarava com preocupação.

Eu não estava brava com ele, sei que aquilo não aconteceu por vontade dele, mas era inevitável comparar.

Quem eu era perto de uma herdeira de conglomerado? Eu não tinha nada para oferecer a ele que não fosse dividas. Ela era linda e parecia uma princesa e no ranking das belezas, eu com certeza seria a Fiona.

Fora que ao ouvir que ele era herdeiro do conglomerado Lima, me senti ainda mais insuficiente.

Eu já sabia que Jack era rico, afinal, ele era dono do prédio em que morava. Mas eu sabia que as coisas que conquistou foi a partir do seus próprios investimentos. Agora eu sabia que ele tinha muito além do eu conhecia e ainda era herdeiro de um dos maiores grupos nacionais.

Ele nunca se importou com as minhas condições financeiras, mas não sei se sua família aprovaria essa escolha.

Durante o percurso eu só ouvia Jack perguntando se eu estava bem e algumas vezes eu assentia. Mas a realidade era que eu estava com medo.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora