Capítulo 14

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Cassini não demorou cinco minutos para aparecer na porta da boate. Foi o tempo que tivemos entre mandar a mensagem e conseguir passar pela multidão para alcançar a saída.

No carro, Jack falava animado sobre os assuntos mais aleatórios possíveis.

Cassini ria abertamente de seu patrão. Amizade dos dois ia bem além de seus cargos e era possível observar em na forma como se tratavam.

Meu chefe começou a brincar com os meus cabelos e não parou até chegarmos no saguão.

-Você consegue levá-lo daqui? - Cassini fala.

Seus olhos nos estudavam desde a saída da boate e eu poderia imaginar as coisas que ele havia pensando, principalmente depois de Jack ter me tratado com tanta intimidade de forma tão aberta.

-Acho que sim - eu disse.

-Eu consigo ir sozinho - Jack disse.

Ele sorria como nunca o vi sorrir.

Os lábios deixando amostra todos os seus dentes perfeitamente brancos.

-Você deveria beber mais vezes - Cassini falou.

Meu chefe deu de ombros.

-Talvez - ele disse.

Jack saiu em direção ao elevador e eu dei um breve tchau para Cassini, seguindo Jack.

Entramos na caixa metálica em silencia.

-Não precisa ter medo de mim - ele disse sem olhar nos meus olhos.

Ele ainda estava sobre efeito do álcool, mas aos poucos começava a parecer mais o Jack que eu conhecia.

-Não tenho medo de você - eu disse.

Ele virou o rosto lentamente em minha direção e sorriu ironicamente.

-Então por que está tão distante? - ele perguntou.

Olhei para o espaço entre nós. Realmente eu havia me afastado para o outro canto do elevador, o mais distante possível dele.

Meu medo não era dele, mas de mim. Eu estava encantada por aquele sorriso e mesmo que já estivesse mais sóbria, isso não mudava o fato que eu o desejava.

-Não tenho medo de você - eu reafirmei.

Ele continuava me encarando, mas dessa vez deu um passo em minha direção.

-Então, do que tem medo? - perguntou.

Jack deu outro passo e eu já conseguia sentir o cheiro do seu perfume misturado com o álcool.

-Jack... - eu estava sem saber o que dizer.

-Sofia - ele respondeu.

Um dos seus braços de apoio na parede atrás de mim e meu corpo ficou preso entre ele e o elevador.

-Diga do que tem medo - ele suplicou.

-De mim - eu falei simplesmente.

Ele me encarou, confuso.

Eu já não aguentava mais aquela sensação que me impulsionava para ele. Meu corpo formigava, implorando que seus dedos tocassem minha pele. Meus lábios se encharcam com a possibilidade de ter sua boca na minha.

-Jack, por favor.. - eu queria pedir para que parasse, mas meus olhos foram fisgados pelos seus.

Ele tocou os dedos na ponta do meu queixo. Aquilo tinha virado um hábito sexy, confesso.

-Diga, Sofia - ele falou, provocativo. - O que você quer? Porque eu sei o que eu quero.

Minhas pernas tremeram.

-E o que você quer? - perguntei, completamente presa em seu magnetismo.

-Você - ele disse.

Mas diferente dos livros ou filmes, ele não me beijou. Aquela era hora que ele deveria me beijar, então por que não o fez?

O encarei confusa.

-Mas só vou toma-la para mim quando estiver certeza de que é recíproco - ele fala e se afasta.

Sinto todo o feitiço se desfazer e ele se vira de costas para mim. Eu queria gritar e dizer que retribuía tudo, dizer que o deseja e que o queria, mas eu não consegui.

Só encarei as suas costas e fiquei muda. Sei que me arrempederia, mas meu medo de falar algo foi maior.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora