Capítulo 8

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-Você está quieta desde que saímos de casa - ele disse enquanto esperávamos por Rafael no portão da escola.

-Só pensando - eu respondi.

Na verdade eu estava tentando pensar o menos possível, porque toda vez que focava em alguma coisa, meus pensamentos secretamente me levavam a Jack.

-Ola, o senhor deve ser o pai do Rafael - uma mulher disse, cumprimentando meu chefe. - Eu sou Milli, a nova estagiária.

Ela abriu um enorme sorriso. Talvez a menina tivesse seus vinte e dois anos, mas já era esperta e quis conhecer logo o pai rico.

-Muito obrigada pelo cuidado com o meu filho - ele disse, sorrindo para a pequena criança. - Vamos, garotão?

Rafael correu para os meus braços e eu o peguei no colo.

-Sofi, fiz um desenho para você - ele disse me entregando a folha de papel que carregava em suas mãos.

Eu encarei a folha.

-Esses são os seus super heróis? - perguntei.

Ele riu, um pouco envergonhado.

-Esse é o papai - ele disse apontando para o maior de todos eles. - Essa é você - ele indicou uma que se vestia completamente de rosa. - E esse sou eu.

-Tenho que dizer que eu amei a minha roupa - eu falei animada.

O pequeno estava com as bochechas coradas, mas sorria abertamente.

-Essa deve ser a babá - Milli sorriu falsamente para mim.

-Ela é minha amiga - Jack falou seriamente.

-Ah, desculpa, eu não sabia - a menina ficou sem graça e deu uma breve despedido, retornando para dentro da creche.

Seguimos para o carro.

Ajeitamos Rafael na cadeirinha e seguimos nossos curso.

Brinquei um pouco com o Rafael e perguntei sobre como tinha sido a escola. Ele me contava animado sobre os desenhos que fez e que pode brincar com seus brinquedos prediletos.

Ele parecia bem mais animado naquela manhã.

Quando olhei para Jack, ele me encarava contente, mas ao perceber que era observado voltou sua atenção para o percurso.

Chegamos em um restaurante desses de cinema. Elegante não é suficiente para definir aquele local. Com certeza, aquilo ia além do que eu poderia pagar.

-Boa noite, senhor Giluer, bem vindo novamente - disse o garçom. - Vou chamar o Tadeu.

O garçom entregou os cardápios e saiu, apressado.

Cinco minutos depois, um homem alto e esbelto apareceu ao nosso lado.

-Maninho - ele disse abraçando Jack. - Você arrumou o cabelo, finalmente.

Eu soltei uma leve gargalhada e recebi atenção de ambos os rapazes.

-Você, eu te conheço de algum lugar - disse o homem. - Mas não me importo, podemos nos conhecer melhor se quiser.

Ele sentou ao meu lado e arqueou as sobrancelhas de forma sedutora. Ou pelo menos em uma falha tentativa de sedução.

Foi inevitável não rir. .

-Primeiro, eu sou o mais velho, não me chame no diminutivo - bravejou Jack. - Segundo, essa é Sofia, uma amiga. Sofia esse é meu irmão mais novo, Tadeu.

-Muito prazer, senhor Giluer - eu disse.

-O prazer é todo meu, Sofia - ele falou as palavras em um tom grave.

Jack revirou os olhos.

-Apenas o ignore - Jack falou.

Rafael parecia animada com a chegada de seu tio, que logo virou sua atenção completamente para o rapazinho. Ambos riam alto e brincavam um com o outro.

Mesmo com o jeito idiota, Tadeu parecia ser ótimo com crianças.

-Mas fico feliz em vê-lo com uma mulher, já estava na hora de namorar - Tadeu falou de repente.

-Ela não é minha namorada - disse Jack, sem graça.

Tadeu analisou a reação de seu irmão e por fim balançou a cabeça.

-Tenho que voltar, aquela cozinha fica um inferno sem eu para coordenar - Tadeu se levantou. - Podem pedir o que quiser, é por minha conta hoje.

O homem sorriu e deu as costas.

-Ele é cozinheiro aqui? - perguntei.

-Cozinheiro e dono - ele falou.

Eu exclamei um 'Ah' e voltei a encarar o cardápio.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora