Cassini me deixou no apartamento e eu estava desnorteada ainda com os últimos acontecimentos, então apenas me acomodei no sofá e procurei algo aleatório na televisão.
Quando a porta se abriu, mesmo que eu sentisse a presença de Jack, não me atrevi a olhar em sua direção. Eu estava envergonhada, mesmo sem entender o motivo.
-Sofia - sua doce voz me chamou.
Meu coração palpitou ao ouvir sua voz, mas me encolhi em proteção.
-Sofia, por favor - ele chamou mais uma vez.
Me virei e encontrei Jack em seu terno. Ele segurava um buquê de rosas nas mãos e sorria timidamente.
-O que é isso? - perguntei.
Ele deu de ombros e sorriu mais uma vez.
-Um pedido de desculpa? - falou desajeitado.
Jack se aproximou e esticou o enorme buquê em minha direção.
Era tantas flores que achei impossível contar todas elas e só fui capaz de sorrir.
-Sei que eu errei em mentir e te esconde várias coisas sobre o meu passado - ele disse. - Estarei aqui aberto para esclarecer o que quiser, mas agora só tem uma coisa que eu quero te contar.
Jack se aproximou de mim e segurou minha mão.
-A verdade é que eu me apaixonei realmente na primeira vez em que eu a vi durante a faculdade - ele riu. - Você era tão carinhosa e cheia de espontaneidade, era quase impossível não te notar. Quando descobri que iriamos fazer a mesma matéria juntos, me sentei atrás de você e fiquei te observando todos os dias durante a aula.
Seus dedos se apertaram entorno dos meus e eu percebi que mesmo que parecesse confiante, ele estava nervoso.
-Quando falou comigo na festa de meio de ano, eu fiquei tão empolgado - ele contava enquanto sorria. - Mas nunca tive coragem de me aproximar, afinal, você tinha muitos pretendentes melhores do que eu - deu de ombros. - E então, você me aparece na porta da minha casa.
Dei um sorriso com seu jeito sem graça, ele fica ainda mais bonito quando estava envergonhado.
-Como você não me reconheceu, não achei que seria relevante - ele falou. - Mas uma coisa foi levando a outra e eu estava cada dia mais apaixonado. Errei, não nego isso, mas não mudaria nada, pois esses últimos dias foram os melhores da minha vida.
Eu o encarei perplexa. Jack estava falando com o coração e eu percebia isso em cada palavra que ele pronunciava.
-Então eu humildemente estou aqui - ele falou se ajoelhando - para pedir sua mão em namoro.
Conseguia me ver facilmente ao lado dele por toda a minha vida, mas ainda assim eu temia. Temia não ter a aprovação de sua família, temia não ser suficiente para ajudar em seus negócios e temia não ser a mulher que ele precisava ou merecia.
Ele notou minha relutância, mesmo com o pouco tempo que tínhamos juntos, Jack me conhecia muito bem. Vi a tristeza em seu olhar.
-Sei que eu menti - ele falou com a voz baixa -, mas juro que não foi com más intenções.
Era notório por seu tom o desespero.
-A mentira em si foi algo que me magoou bastante, porque não foi apenas uma coisa - eu comecei a falar de repente. - Descobri que você é herdeiro de um dos maiores grupos do nosso país, que a mãe do seu filho é uma amiga antiga minha e que nos conhecíamos desde a faculdade.
Ele soltou a minha mão e se afastou dois passos de mim.
-Já pensou em como me senti quando descobri que eu não sou nada perto das possibilidades que você pode ter? - eu estava gritando, com raiva.
Ele ficou confuso e arqueou as sobrancelhas.
-Como assim? - perguntou.
-Olha para aquela garota, a tal de Nina, ela é linda e tem todos os quesitos para ocupar melhor esse cargo do que eu - falei. Ele deu um passo em minha direção, mas recuei dois. - Eu não sou ninguém.
-Sofia, olha para mim - ele me chamou e só então percebi que não o encarava mais.
-Jack, não é tão simples assim, eu sou sua funcionária. Não tenho nada a lhe oferecer ou a acrescentar em sua posição social - eu o confidenciava.
As lágrimas estavam teimando para sair, porém eu não queria chorar.
-Sofia - ele falou firmemente.
O olhei e vi doçura em seus olhos.
Jack se aproximou com seus passos largos e eu sentia seu perfume cada vez mais perto de mim.
-Entenda que eu não me importo com isso e nem com o que irão pensar sobre nós - ele falou. - Eu amo você e se quiser eu largo toda a minha fortuna e a gente foge para um lugar afastado e ficamos somente nós dois.
Nunca o tinha visto tão sério e convicto de algo.
-Não estou pedindo para abandonar tudo - eu retruquei.
-Eu sei que não, mas se eu corro o risco de perder você por conta desse dinheiro, eu me desfaço dele e me livro do que te afasta de mim - Jack estava com os olhos marejados.
Jack era um cara incrível.
-Entenda, Sofia, eu não me vejo mais sem você - ele falou. - Se não quiser namorar, tudo bem, eu espero, mas não vou sair daqui e continuarei esperando até que você se decida. Então por favor, não me abandone.
Corri em direção aos seu abraço e o apertei. Seus braços não esperavam por esse contato direto, mas logo me envolveram de uma forma acolhedora.
Mas na minha cabeça eu só o ouvia dizer que me amava. Jack Giluer me amava.
-Não vou te abandonar - eu disse.
Me afastei e vi um sorriso de orelha a orelha ocupar todo o seu rosto.
-Então isso é um sim? - perguntou.
Me ajeitei com o meu buque em mãos e sorri em retribuição.
-É um sim desde que aceitei o buquê - falei, brincando.
Ele me beijou e eu senti que tudo estava perfeito, mas uma sensação tomou meu corpo e eu soube que alguma coisa ainda estava para acontecer.
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A GOVERNANTA
Romance(NOVA CAPA) Créditos da capa para: @Baby-Blue-Galaxy Ela precisa de um lugar para morar. Ele precisa de alguém que cuide de seu filho. Parece que todos vão sair ganhando nessa contratação. O que eles não imaginam é que vão ganhar muito mais do que u...