Capítulo 59

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Jack escolheu um parque de diversão próximo ao centro.

Rafael estava empolgado com todos os brinquedos e já queria logo ir em algum deles. Ele apontava freneticamente para o carrossel e fazia um rostinho fofo, que indicava que queria muito brincar. 

-Vamos levar ele naquele carrossel de centopeia - falei ao apontar em direção a um brinque próximo a nós. 

Jack pegou o pequeno no colo e entrelaçou os dedos nos meus, me levando junto com eles. Ele me lançou um sorriso malicioso e voltou a olhar para frente.

Senti um frio na barriga e como se várias borboletas sambassem em meu estômago. O toque de seus dedos provocava faíscas pela minha pele e eu me sentia cada vez mais relaxada ao seu lado. Eu sempre soube do efeito que ele exercia sobre mim, mas agora eu tinha certeza que era bem maior do que eu imaginava. 

Chegamos no brinquedo e Jack me deixou esperando com Rafael enquanto ia buscar o bilhete para a criança poder brincar. 

-Mamãe - chamou a criança com as bochechas levemente rosadas. 

-Oi, meu pequeno - respondi. 

-Você e o papai estão de bem agora? - perguntou.

Eu dei uma leve risadinha de sua pergunta, as vezes eu me esquecia que mesmo sendo muito inteligente, Rafael ainda era uma criança. Ele estava envergonhado, mas parecia curioso o suficiente para me questionar.

-E por que você acha que eu e o papai estávamos de mal? - perguntei.

-Papai fica chorando demais e eu não via mamãe em casa - ele estendeu os bracinhos atropelando as palavras. - Papai me disse que você tinha sido levada pelo vilão, mas eu sei que a senhora tava mal com o papai.

-Eu e seu papai estamos bem, não precisa se preocupar - eu fiz carinho em sua cabeça. 

Ele sorriu, estava realmente feliz. 

Jack voltou com uns vinte bilhetes em mãos e eu ri de seu exagero.

-Pronto, campeão, agora você pode brincar o quanto quiser - ele disse ao Rafael. 

Colocamos a criança em uma parte da centopeia e o vimos sorrir intensamente. 

-Ele esta bem feliz - falei. 

Jack me envolveu por trás com seus imensos braços e colocou o queixo sobre a minha cabeça. 

Era estranho vê-lo tão alto, eu estava acostumado com sua postura estranha que deixava ele poucos centímetros maior que eu. Agora parecia que ele era o dobro do meu tamanho.

Ficamos daquele jeito, assistindo juntos a Rafael, que vez ou outra acenava para nós.

-Oi - uma senhora se aproximou de nós.

-Oi? - falei surpresa. 

-Perdão incomodar, mas eu tinha que dizer, a família de vocês é muito bonita - ela falou. - Seu marido parece ser um homem muito atencioso - ela disse para mim. 

Eu sorri em retorno. 

-Obrigada, ele realmente é um homem incrível - falei. 

Ela nos lançou um doce sorriso e nos deu as costas.

-Posso te fazer uma pergunta? - Jack me colocou de frente para ele. 

Eu assenti. 

-Não se importa que te chamem de minha namorada... ou esposa? - ele perguntou envergonhado. 

-Nós não estamos juntos? - dei de ombros. - Então não me importo.

O sorriso que Jack abriu fez com que todas as minhas estruturas ruíssem.

-Você esta falando sério? - perguntou. 

-Claro, por que eu mentiria a res... - mas ele me interrompeu. 

Seus lábios pousaram nos meus com delicadeza e eu retribui.

Ele me afastou lentamente e tocou com a ponta dos dedos a lateral do meu rosto. Ele contornou toda a minha bochecha e em seguida passou para os meus lábios. 

-Você não tem noção da saudade que eu estava dessa boca - ele disse com aquele tom grave que eu amava. 

Sorri timidamente e ele beijou minha testa. 

-Por hora vou apenas ser cortês - ele sussurrou no meu ouvido. - Tenho medo de começar a te beijar e não conseguir parar. 

Seu hálito provocou arrepios em meu corpo e minhas bochechas queimaram violentamente. 

-Vou buscar algo para a gente comer - ele disse. - Leva o Rafael em mais alguns brinquedos, pode ser?

Eu concordei com a cabeça, ainda extasiada pelo ataque repentino de sensualidade de Jack. Eu não estava preparada para aquelas abordagens inesperadas e isso me deixou completamente desnorteada. 

-Você fica ainda mais linda com vergonha - ele disse rindo e se virando. 

Fiquei encarando suas costas e pensando o quanto de tempo perdido teríamos que compensar. 

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora