Capítulo 9

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#Flashback

Eu já estava irritado com aquela matéria. Eu realmente preferia as matérias específicas em que eu poderia ficar calculando sem ver o tempo passar.

Mas eu não via lógica nenhuma em ter que fazer matéria de português. Eu tinha entrado no curso de contabilidade, justamente para fugir dessas matérias, mas cá estava eu.

-Sofia, você fez a atividade? - alguém chamou por ela.

Levantei os olhos do meu livro e a vi sentada duas cadeiras a minha frente.

Ela sorria e parecia que toda sala voltava sua atenção inteiramente para ela.

Sofia era como um por do sol visto de uma montanha. Não tinha como ignorar.

-Claro, Mona - ela falou para a garota ao seu lado.

Eu não a conhecia.

Ela tinha os cabelos ruivos e um sorriso simpático, mas do lado de Sofia, ela se apagava.

A nova garota percebeu que eu a olhava e sorriu. Desviei meu olhar e voltei a encarar meus livros. Tentei pensar sobre qual atividade elas estavam falando.

-Sofia, - um garoto a gritou do outro lado da sala -  vamos tomar um sorvete hoje.

Seu nome eu não me recordava, mas ele era sempre o encrenqueiro da turma. Um homem com seus vinte e três anos de idade e cinco anos de mentalidade.

-Não, obrigada - ela disse educadamente. - Já tenho um compromisso para hoje.

Suas amigas falaram em uníssono "hmmm" e riram juntas.

-Quem é o boy? - uma dela perguntou.

Sofia riu sem graça.

-Parem com isso, não é nada disso - ela respondia.

-Ah, para Sofia, você tem que ter um tipo ideia de cara - uma das garotas perguntou.

-Gosto de homens de atitude - ela disse.

Ótimo, eu nunca teria chances com ela. Logo eu que morria de vergonha até mesmo de me apresentar.

-Davi acabou de ter atitude - uma delas disse indicando o rapaz que a havia acabado de chamar para sair.

-Não esse tipo de atitude - Sofia respondeu. - O cara não precisa me chamar para sair na frente de todo mundo, ele só precisa demonstrar que tem interesse.

O meu problema era demonstrar. Por hora, tirei aquilo da minha cabeça. Eu jamais conquistaria a Sofia e não poderia ficar idealizando um romance com ela.

Me concentrei novamente no livro, resmungando sozinho.

Se eu pudesse pelo menos ter algum tipo de coragem para dizer um mísero oi.

-Oi - uma voz feminina me chamou. - Eu vi que essa atividade para entregar é em dupla, quer que eu coloque seu nome?

Eu encarei a moça.

-Ah, perdão, nem me apresentei - ela disse, destacando as sardas com o vermelho de seu rosto. - Eu sou a Mona.

-Prazer, eu sou Jack.

A GOVERNANTAOnde histórias criam vida. Descubra agora